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Quantos segredos você pode guardar pela pessoa que ama? Quantos desafios você terá que enfrentar?
Ashley é médica e mãe solo, vive uma vida considerada normal por tudo que já passou. Seu passado ficou para trás (ficou?). Ela não tem mais com o...
Dante veio aqui e me entregou o celular dela que estava no carro, ele não disse que a porta do apartamento estava aberta, mas não tinha nada fora do lugar.
Estou aqui faz três horas e ela nem dormiu. Apenas se manteve do mesmo jeito desde que chegamos.
Me levanto indo ao banheiro, preciso tirar essa roupa social. Escolho uma regata e uma bermuda moletom nas cores preta. Lavo o rosto e volto para o lugar em que estava.
O celular dela toca, vejo o nome "Iris", atendo, vai que ela tenha alguma informação.
— Ashley, cadê você? Estou preocupada. Ele não veio aqui. O Ethan está bem. — diz assim que atendo.
— Añ... Oi? — digo.
— Owen? — sua voz soa desesperada.
— O que? Não. Sou o Alaric, um... amigo. — explico.
— Ainda bem, mas por que está com o telefone dela? Onde está a Ashley? — pergunta.
— Eu encontrei ela dentro do carro no meio da rua, chorando muito. — olho para ela deitada. — Você sabe o que aconteceu? — desvio o olhar.
— Foi o ex dela, o genitor do Ethan. Ele achou a Ashley, ela disse que conseguiu fugir, e pediu para eu não abrir a porta para ninguém. — saio do quarto, fecho a porta ficando no corredor.
— Bom, ela está segura comigo. Mas... o que tem esse ex? — pergunto curioso.
— Eu não sei se a Ashley gostaria que eu te contasse, mas só posso dizer que ele não é um cara do bem. — ouço ela respirar.
Lembro da marca no pescoço da Ashley, e entendo o que ela quer dizer...
— Anota meu número, te aviso qualquer coisa. O celular dela tem senha. — digo meu número e ela desliga.
Volto para o quarto, olho para a cama e vejo ela com a mão no pescoço chorando novamente.
Me aproximo devagar.
— Ei, eu estou aqui. Está tudo bem. — faço quem que me olhe, afastando sua mão que segura o próprio pescoço.
Ela parece enfim me enxergar. Senta na cama se afastando de mim.
— O que... — olha em volta. — O Ethan... — lhe interrompo.
— Ele está bem, sua amiga ligou. — digo.
Ela me olha e vejo em seu rosto desespero.
— Eu preciso... — lhe corto.
— Você não vai a lugar nenhum, me diga o que aconteceu. — me ajeito na cama.
— Não te devo satisfações. — olha para as próprias mãos.
— Tudo bem, eu descubro quem é Owen sozinho. — faço com que vou me levantar, mas ela me impede.
— Eu explico! — diz rapidamente.
— Então me diga, querida. Onde acho esse Owen, preciso ter uma conversa de homem para homem. — ela me observa, provavelmente sabe que não vou desistir disso.
Ela respira fundo.
— Vem. — lhe puxo com cuidado, fazendo com que levante.
Lhe levo para a varanda do meu quarto.
Nos sentamos em uma mesa. Daqui de cima se ver a piscina e um jardim enorme. Após alguns minutos se remexendo nervosa, ela decide falar:
— Owen é meu ex, o pai de sangue do Ethan. — desvia o olhar dos meus. — Eu fugi dele, porquê ele... ele me batia deixando marcas por todo meu corpo, me trancava no quarto para que não comesse demais e ficasse gorda, quebrou meu celular para que eu não falasse com ninguém e me estuprava. No dia que fugi dele, ele tinha me abusado sexualmente, foi nesse dia que engravidei do Ethan... — enxuga as lágrimas. — E hoje encontrei ele no meu apartamento, deitado na minha cama... ele me segurou pelo pescoço me empurrando contra a parede, e me beijou. Então eu dei uma joelhada no meio das suas pernas e fugi.
Nem notei que está apertando a mão tão forte na perna, até que sinto a dor no local.
Preciso desviar o olhar dos dela, porquê pela primeira vez na vida sinto vontade de chorar. Pisco os olhos afastando essa sensação.
Porra, eu fiz exatamente a mesma coisa com ela no outro dia. Lhe empurrei contra a porta... Massageio acima das minhas sobrancelhas
Preciso contar até vinte mentalmente ou vou perder a porra do controle.
. . . .
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