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Quantos segredos você pode guardar pela pessoa que ama? Quantos desafios você terá que enfrentar?
Ashley é médica e mãe solo, vive uma vida considerada normal por tudo que já passou. Seu passado ficou para trás (ficou?). Ela não tem mais com o...
Já fazem quatro dias que a Ashley foi sequestrada. Quatro dias que não consigo comer, que não saio de casa.
Estou cuidando do Ethan sem ajuda da babá, ficar perto dele me trás calma e me faz lembrar da Ashley.
Ele chora as vezes procurando a mãe, até aprendeu a falar "mama". Me dói toda vez que ele chora por causa dela, porquê eu faço o mesmo todos esses dias.
Única novidade que descobrimos foi que o Owen também está envolvido no sequestro. Ele foi atrás do Jack, por saber que era apaixonado na Ash.
Eu não queria sair do galpão, procurando por respostas que não achava. Dante teve que me tirar de lá amarrado, por conta de vários surtos que tive. Quase matei todo mundo que trabalha para mim sem motivos plausíveis.
Eu tento não pensar na possibilidade dela estar morta, mas a cada dia que passa, esse pensamento me domina.
Nos dois primeiros dias eu recebi vários vídeos da Ashley deitada na cama enquanto Owen filmava e o Jack apalpava ela em todo corpo. Ela estava desacordada, que olhando pelo lado bom, não irá lembrar de nada.
Foi horrível ter que assistir e não poder fazer nada, me senti impotente, então desde aquele dia não sai de casa.
Eu não posso perdê-la... ela foi a única pessoa que mais amei nesse mundo e viver sem ela seria a mesma coisa que morrer junto. Mas tem o Ethan... não posso deixá-lo sozinho...
Ouço a porta ser aberta, não olho para ver quem é.
Segundos depois ouço a voz de Dante apressada:
— Achamos eles, Alaric. — diz me fazendo levantar rápido do sofá.
— Vamos lá, agora. — olho para ele.
Briana está ao seu lado.
— Já armei tudo, vamos. Trouxe a Briana para ficar com o Ethan. — sai e lhe sigo.
Estou nervoso pelo que vou encontrar, não sei o que podem ter feito com ela além do que vi nos vídeos... e eu juro que, eu vou fazer o resto de suas vidas serem um inferno, vou torturar cada pedaço de seus corpos e vender seus órgãos depois.
Dante passa as instruções para os homens que vieram nos ajudar, não estou com cabeça para fazer isso, só quero entrar lá logo.
O lugar fica muito longe da cidade, em uma casa na fazenda. Não tem ninguém do lado de fora, então será fácil invadir.
Assim que terminamos de carregar as armas, cada um segue o caminho que Dante instruiu.
Ouço um estrondo quando um deles joga uma granada. Abro a porta da frente em um só chute, seguido por Dante e outro homem.
Tem vários cômodos, e apenas 2 seguranças que foram fáceis de derrubar. Vejo Jack passar correndo pelo corredor entrando em um cômodo, lhe sigo.
Assim que lhe alcanço tentando sair pela janela lhe puxo pela blusa, lhe fazendo cair no chão em um baque.
Distribui socos em seu rosto e chuto seu corpo. Não sei por quantos segundos passei fazendo isso, até que sinto alguém me tirar de cima dele.
— Matar depois, torturar primeiro. Sua regra, Alaric. — Dante diz perto do meu ouvido.
— FODA-SE AS REGRAS, ESSE FILHA DA PUTA MERECE SER ESTRIPADO. — grito tentando me soltar da chave de braço do Dante.
Ele me puxa para fora do quarto e aponta para um dos nossos caras na direção em que acabamos de sair.
— Ela está ali. O Owen está lá dentro. — ele me solta e aponta para outra porta.
Ando até lá o mais rápido que posso.
Abro a porta com um chute e olho em volta. Vejo ele em pé ao lado da cama e lá está ela. Viva!
Volto a olhar para o Owen e sorrio.
— Muito prazer, Owen. — me aproximo dele. — Sou Lúcifer, pronto para conhecer o inferno? — olho em seus olhos.
Um dos meus capangas lhe agarra por trás, tirando a arma das suas costas.
— Te vejo mais tarde. — digo acenando, me viro em direção da cama.
Ashley está amarrada e no seu corpo tem marcas roxas e cortes pequenos. Seu rosto está pálido e a boca cortada.
Me aproximo dela.
— Vai ficar tudo bem, querida. Não feche os olhos. — lhe desamarro.
Ela está delirando, falando coisas sem sentido. Drogaram ela!
Lhe carrego saindo do cômodo. Seu corpo está fraco, ela treme e está fria.
Entro no carro e a coloco deitada no meu colo.
— Pro hospital, Dante. Rápido! — falo alto.
Ele dá partida.
Passo o caminho todo olhando para ela, tentando fazer com que fique acordada.
De repente seus olhos ficam assustados e a ouço tentar falar.
— Eu... — lhe interrompo.
— Não fale, agora não. — aliso seu rosto.
— Eu amo você... — diz voz rouca. — Cuida do Ethan... — não termina de falar.
Ela está se despedindo? Não...
— Não fala isso, Ash. Você vai cuidar dele, junto comigo. Por favor, amor... não me deixe. — quando termino de falar ela apaga.
— Mais rápido, Dante. — grito.
Porra! As aulas de primeiros socorros tem que funcionar agora. Ponho a mão no seu pescoço para checar seus batimentos. Estão fracos... quase parando.
— Ashley! Acorda por favor. — falo em meio a lágrimas.
— Está perto. — ouço Dante dizer.
— Ashley, por favor. — dou uns tapinhas em seu rosto.
Não sinto mais seu coração bater... Não sinto...
Me mexo ficando em uma posição que dê para fazer uma parada cardiorespiratória.
Tento lembrar de como ela me ensinou e faço o passo a passo. Apoio aos mãos uma em cima da outra em cima do seu coração. Tento manter o equilíbrio e começo a fazer o procedimento.
Não sei por quanto tempo fico fazendo, até que vejo a porta do carro abrir e alguém falar comigo.
— Vamos cuidar dela, por favor saia de perto. — um homem diz.
Paro e me afasto. Ela está branca e ainda não respira. Vejo o homem levá-la na maca para dentro do hospital e desabo ali dentro do carro.
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