Capítulo 3 - Ashley Parker

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Sinto algo tocar meu rosto. Abro os olhos devagar e vejo um homem batendo minha frente.

De repente todas as lembranças dos últimos minutos voltam em minha mente. Eles continuam aqui. ELES CONTINUAM AQUI. Levanto rápido.

Sinto meus olhos lacrimejando, fico em pé e começo a andar de um lado para o outro.

— Isso... isso é um absurdo. Por que eu? — enxugo as lágrimas e sorrio. — Qual é a chance? Tem vários médicos nessa cidade. — olho para os homens na minha frente.

Eles me olham confusos.

— Dá pra sentar? — Alaric aponta para a cadeira.

— NÃO. Eu não sou uma marionete que vocês me colocam onde bem entenderem. Vou ficar em pé. — falo alto.

Alaric revira os olhos e se levanta rapidamente vindo até mim. Se aproxima e diz:

— Fale comigo assim de novo e você não verá mais seu filho. — sua expressão me causa medo... ou talvez isso tenha me feito lembrar do Owen. — Você vai estar fazendo seu trabalho, e ainda vai ganhar mais do que ganha fazendo ele legalmente. Só vai precisar tirar os órgãos de uns corpos que eu pedir. — sorri.

— Por que isso? Por que eu? — pergunto baixinho.

— Você é a melhor médica da cidade. E eu percebi que estava perdendo dinheiro apenas matando e queimando os corpos, quando eu poderia ganhar milhões vendendo os órgãos pro mercado negro. — pisca pra mim.

— Isso é errado. Escolhe outra pessoa. — ele dá uma risada repentina me assustando.

— Se eu escolher outra pessoa, vou ter que matar, você e seu filho. O que acha? — me encara. — Agora, anote todo o material que você irá precisar, venho buscar amanhã. E claro, não conte isso pra ninguém ou haverá consequências. Tenho olhos em todos os lugares, estarei de olho em você. — ele faz sinal para os outros homens e sai pela porta.

Fico parada sem reação no meio do apartamento. Não acredito que isso está mesmo acontecendo.

Estou presa a outro homem. Eu preferia morrer se o Ethan não existisse, a ter que viver assim, sempre vigiada.

Começo a limpar toda a bagunça que ficou.

Ele disse que não eram pessoas boas, eram seus inimigos, mas... isso é... meu Deus, não dá pra acreditar. Eu não posso rejeitar. Estou encurralada de novo.

(...)

Bato na porta da Iris, a mulher com quem deixo o Ethan quando estou no trabalho. Ela se tornou uma amiga, mesmo que não sejamos tão próximas por conta do meu trabalho e vida.

— Oie, vou pegá-lo. — diz assim que abre a porta. — Entra, como você está? — vai até o quarto.

Volta com o Ethan nos braços, assim que ele me vê sorri e se joga na minha direção.

— Estou bem. — pego ele no colo. — Oi, lindinho. — lhe abraço.

O Ethan puxou a mim, o que me deixou bem mais feliz. Não sei se aguentaria olhar para ele e ver que se parece com meu ex. Já não basta lembrar o dia em que ele foi gerado...

— Está bem mesmo? A sua cara está... acabada. — ela me olha curiosa.

— Estou. — disfarço seja lá como estou. — É que... o trabalho ontem foi pesado. — digo.

— Imagino, nós deveríamos sair qualquer dia desses, beber, sei lá... — sorri. — Posso arranjar alguém para ficar com o Ethan.

— Seria ótimo. Vamos marcar. — sorrio pela primeira vez hoje.

— Ele não dormiu, então vai dormir cedo a noite. — alisa as costas do Ethan. — Até amanhã, garotinho.

Me despeço dela e vou até o carro. Dirigo de volta ao meu apartamento.

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