capítulo 3

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Jolie passou o resto da semana com a mesma rotina e sem tempo algum para parar e encher a barriga com Amber e, duvidava muito que a amiga tivesse tempo também

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Jolie passou o resto da semana com a mesma rotina e sem tempo algum para parar e encher a barriga com Amber e, duvidava muito que a amiga tivesse tempo também. Em algumas semanas teria a viagem para o campeonato regional, deveria estar focada na nova coreografia das líderes de torcida e com as aulas ainda.

Saco.

Jolie caminhou pelo minúsculo apartamento e seguiu para a cozinha, pegando um copo de suco e em seguida indo até a varanda mal feita para sentar na cadeira em formato de cesta e passar o resto do sábado pintando. Se houvesse algo que ela mais amava em toda sua vida era pintar e desenhar, passaria horas de sua vida presa apenas fazendo aquilo. Achava que era o único conforto que tinha em dias sombrios para se expressar.

Ela era o tipo de pessoa que precisava jogar os sentimentos para fora, de qualquer forma possível, antes que cometesse loucuras que Amber provavelmente a mataria depois se soubesse.

Um suspiro longo saiu de sua boca à medida que organizava suas tintas na paleta. Não tinha muita certeza do que faria hoje, estava afim apenas de sair jogando tinta no quadro até sair alguma obra de arte que ela poderia vender por um preço maior mais tarde.

Ok, não me julgue, eu preciso de dinheiro.

Tinha se desentendido com seus pais e não pretendia pedir dinheiro algum para eles, por mais que quisessem lhe dar. Se dependesse dela, nunca mais olharia para a cara deles.

Jolie não os odiava, mas não queria ter nenhum envolvimento com eles, ainda mais depois do que disseram na última discussão.

Ela retornou sua atenção para o quadro e começou a arremessar toda a frustração acumulada nos últimos dias. Misturou vermelho e preto em seus arremessos com o pincel.

Se fosse para se definir, era uma artista sem qualquer senso de estilo. E era o que mais gostava em ser uma. Não ter nada fixo era melhor do que ter e viver em um bloqueio constante.

Ela ficou presa naquilo, arremessando e usando o pincel para criar linhas confusas, para fazer uma bela definição de sua cabeça. Adicionou mais cores com o tempo. Alguma coisa estava se formando, por mais que não soubesse exatamente o que era.

Seu olhar se fixou naquilo, à mercê em tudo a sua volta. Não tinha certeza de quanto tempo se passou até seu celular vibrar e a despertar daquele momento. Ela parou o pincel em meio ao caminho, olhando atentamente para o quadro. Logo após, o largou e pegou seu celular e olhou a notificação pela tela de bloqueio.

Mãe: Volte para casa e pare de morar nesse lixo em que está.

Jolie encarou aquela mensagem por alguns minutos antes de largar o celular em cima da mesinha ao lado e ignorar completamente.

Se tinha um sentimento que Jolie mais sentia, era definitivamente raiva. E vermelho era uma cor que definia bem esse sentimento, porque as vezes raiva poderia gerar morte. E que cor poderia definir, se não o vermelho?

Regra n°68Onde histórias criam vida. Descubra agora