20. No Sugar, Just Sour

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Revisado por: Meyyyy_y

‧₊˚ ⋅ 𓐐𓎩 ‧₊˚ ⋅

- Posso entrar? - Alastor pergunta, batendo na porta do quarto de Charlie.

Eles haviam voltado para o inferno. Havia sido um dia cheio de surpresas e fofocas. Porém, Alastor ainda tinha algo preso em sua mente...

- Pode! - A garotinha responde.

O radialista abre a porta, revelando a própria figura ali. Charlie brincava com alguns patinhos de borracha que ganhara do pai.

- Que lindos patinhos! - Alastor elogia, se ajoelhando ao lado da garota. - É uma família! Papai, filhinha, e mamãe! - Ele exemplifica para que a garota entendesse. - É sua família?

- Não. Minha família é assim! - Ela tira um dos patos. - O papai e eu!

- E a mamãe?

- Não tenho mamãe. - Ela volta a arrumar os patinhos, sem demonstrar um pingo de tristeza por não ter uma mãe.

- Todos precisam de uma mamãe, oras! Como você nasceria?

- Do papai! Ele que me deu à luz.

Alastor encara Charlie por alguns segundos, logo negando.

- Não. Impossível. Homens não carregam bebês!

- O papai carrega. - Ela continua afirmando. - Ele não é da sua espécie. Ele consegue carregar bebês.

As palavras carregadas de inocência da garota foram como um tapa na cara do radialista. Ele lembrou de cada segundo do relacionamento dele com Lúcifer, das conversas mais recentes, do tempo do seu sumisso...

De repente, uma cronologia se formou na mente do locutor. As palavras de Lúcifer faziam sentido agora.

Ele estava zonzo. Tudo ao seu redor parecia girar.

- Tio... Está tudo bem? - Charlie pergunta.

- Sim... Sim, está... - Alastor se levanta, se segurando nos móveis. - Vou conversar com seu pai sobre algo...

- Certo...

O radialista sai do quarto da garota, fechando a porta e finalmente soltando as lágrimas. Ele se lembra de Lilith e das torturas que havia sofrido nas mãos dela.

- Maldita... - Ele murmura, começando a caminhar passos largos e apressados. - Vadia! Desgraçada! - A cada passo, sua raiva crescia mais. - Eu mato essa vagabunda quantas vezes for necessário! - Ele agarra as linhas, agora visíveis, que mantinham seus lábios em um sorriso. - Eu vou matar essa ratazana de esgoto!

Alastor, por fim, começa a puxar as linhas no seu rosto, fazendo sua pele rasgar e seu sangue pingar por todo canto. Ele não estava mais sorrindo.

Alastor estava cego pelo ódio.

- Lúcifer! - Ele escancara a porta do quarto do rei.

Seu ódio sumiu no instante que viu as lágrimas no rosto do seu antigo, mas ainda amado. A imagem de Lúcifer descabelado e com o rosto inundado pelo choro recente era torturante para o radialista.

- A-Alastor... - Lúcifer diz, horrorizado. - Seu rosto...

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