6. Latte & Come On In My Kitchen

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Revisado por: Aya_timm

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Lúcifer estava deitado sobre o corpo de Alastor, que o abraçava. Ambos estavam nus e bagunçados pela relação de minutos atrás.

- Alastor... Você me ama?... - Ele pergunta, desenhando as cicatrizes do peito de Alastor.

- Não é óbvio?... - O radialista questiona.

- Não para mim... Não é por mal, eu apenas... Estou no espectro esquizofrênico...

- Onde se encaixa?...

- Autismo... Vivo no meu "mundinho"...

- Bem, acredito que tenho de desbravar seu "mundinho" antes de me tornar um habitante... - Alastor ri de forma terna.

Lúcifer olha para o radialista, inconscientemente comparando as reações de Alastor e Lilith. A mulher havia sido extremamente rude e rigorosa após descobrir sobre as questões do marido. Já o locutor demonstrou interesse e vontade de participar da vida do rei.

- Sério?... - O loiro pergunta, comovido.

- Sim... - As mãos do moreno acariciam os fios claros do rei. - E você, Lucius?... Me ama?...

- Amo... - Lúcifer deitou a cabeça no peito de Alastor novamente.

- Me amaria mesmo se eu não fosse uma boa pessoa?... - O radialista pergunta inseguro.

- Se você continuasse sendo bom comigo... Sim...

- E se eu fosse um criminoso?...

- Onde quer chegar, Alastor?... - Lúcifer questiona, saindo do colo do locutor e se sentando ao seu lado.

- Lucius, eu... - Ele também se senta. Era visível a tremedeira em suas mãos. - Eu prefiro que você saiba isso por mim... E eu estou arriscando tudo, toda minha vida... Eu... Eu mato pessoas, Lucius... Eu mato pessoas e como a carne delas... - Ele admite sem nem olhar para o rosto do amado.

Por um lado, Lúcifer fica aliviado que ambos vão se encontrar no pós vida. Mas, por outro, ele não pode falar isso para Alastor. Tudo que ele faz é segurar a mão do radialista e acariciar seu rosto.

- Vou ser honesto, não é uma atitude que eu admiro. Mas está tudo bem... Analisando o contexto, fica bem imoral eu te apoiar, mas eu não quero te perder...

Alastor olha para Lúcifer, surpreso o abraçando quase que no mesmo instante. Lúcifer era acostumado com essas coisas, poderia conviver com um canibal. Além disso, sabia se defender.

- Eu te amo mais que tudo, Lucius... Eu te amo... - A voz falhada do locutor cortou o coração do rei. Poucos segundos depois, ele sentiu sua pele ser molhada pelas lágrimas do seu amado.

- Al... - O loiro tentou falar, mas as palavras mal saiam de sua boca.

Lúcifer envolveu seus braços ao redor de Alastor, o abraçando de forma protetora. Ele pode sentir o alívio do radialista se sobressair e o desespero esvair em forma de lágrimas.

- Eu também te amo, Alastor...

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Em 1911, Eugen Bleuler compreendeu o autismo como um sintoma da esquizofrenia. O sintoma em questão seria interpretado como um isolamento extremo da vida social. Apenas em 1943, Leo Kanner desvencilhou o autismo da esquizofrenia e passou a tratar do espectro como um distúrbio do contato afetivo.

Informações disponíveis em: https://www.repositorio.ufal.br/bitstream/riufal/1235/1/O%20autismo%20como%20inven%C3%A7%C3%A3o%20da%20psicopatologia%20moderna.pdf

Achei interessante usar a confirmação da Vivienne Medrano acerca do autismo do Lúcifer (coisa que será muito explorada aqui).

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