18- O show tem que continuar

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Boa leitura, meus amores 💖

O dia amanheceu chuvoso e o clima, ameno. Levemente frio, mas não o suficiente para necessitar agasalhos. O horário do espetáculo já se aproximava e a chuva insistia em cair, mas não viam isso como um problema, nunca deixavam de lotar um teatro sequer.

O pré-espetáculo era sempre envolto por um clima leve e divertido, à exceção de quando um dos barbixas se atrasa, como aconteceu no último espetáculo do ano anterior, que sempre os envolve em um clima de tensão. Fora momentos como esse, o trio se orgulha muito da organização incrível que eles têm e que sempre possibilitou que tudo acontecesse sem nenhum problema.

Os principais componentes do espetáculo, os barbixas, o convidado, mestre de cerimônias e músico já se preparavam para a apresentação, cada um à sua maneira.

Andrés estava verificando o funcionamento de seu teclado, junto dos funcionários que checavam a qualidade do som. Daniel tinha acabado de verificar todas as câmeras, já que o show do dia seria gravado. Lico terminava de conferir com as meninas da iluminação o funcionamento das luzes. Anderson estava deitado no chão do palco, cantando. Edu era o mestre de cerimônias da noite e acabava de revisar a ordem dos jogos da noite e quem jogaria cada um. Um funcionário terminava de prender o microfone de William.

Os Barbixas faziam aquilo há tanto tempo que não cabia mais espaço para a ansiedade. Talvez um leve frio na barriga antes de subir ao palco, mas não mais que isso. Sempre bem preparados.

Aos poucos, o público vinha chegando ao teatro na medida em que a hora de começar a sessão se aproximava. Eles saíram do palco e terminaram toda a organização atrás das cortinas. Faltava menos de meia hora para o espetáculo começar.

- Vou ir me trocar - Elídio avisou para os outros, indo em direção ao camarim.

Mal tinha chegado ao cômodo, quando a porta se abriu outra vez.

- Elídio - William chamou, entrando devagar na sala, levemente receoso - Posso falar com você?

Lico suspirou fundo, sabendo que estar a sós com Salvatore seria uma tortura pessoal. Terminou de prender o cabelo em um coque firme antes de se virar para o homem na porta.

- Pode dizer - respondeu de má vontade, entretanto mantendo a educação. Salvatore entrou na sala, deixando a porta do camarim entreaberta. Um detalhe insignificante.

- Eu só queria pedir uma chance - disse ele, se aproximando - Elídio, eu amo você. Por favor, não finja que meus sentimentos não existem.

- William, não vamos ter essa conversa agora - Sanna o cortou logo, massageando as têmporas em um sinal claro de estresse - Eu já disse que estou com o Anderson e que não sinto nada por você.

- Eu posso ser bom pra você, Elídio! Melhor do que o Anderson - ele disse, se aproximando mais - Você tem que ser meu.

De repente, Elídio se sentiu pequeno contra Salvatore. Indefeso. Não sabia dizer como, mas via algum tipo de determinação assustadora dançando em seus gélidos olhos azuis, e isso o fez se encolher contra si mesmo, recuando um passo para trás.

- Eu posso provar que sou melhor que ele... - sussurrou, avançando devagar. Como um felino em busca de uma presa - Só me dê uma chance.

- Chega, William - disse Elídio, sério.

Não conseguia mais recuar, pois sentiu suas costas contra a parede fria. Uma sensação ruim tomava conta dele, se espalhando contra seu corpo gradativamente, como um veneno mortal.

- O que diabos você vê nele? O que o Anderson tem que eu não tenho?! - vociferou. Sua voz aumentou, gotas de insanidade escorrendo a cada palavra. As mãos dele foram de encontro à parede, ao lado do corpo de Sanna, o prendendo ali.

- Unwanted love <3 (barbixas • anidio)Onde histórias criam vida. Descubra agora