22- Estrelas para Elídio

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Boa leitura genteee ♥️

Cuidado com o psicológico!

Uma rajada de vento cortante agrediu seus rostos, e os cabelos soltos de Elídio esvoaçaram revoltosos contra a corrente de ar gelada enquanto o trio esperava Bizzocchi voltar.

— O Anderson tá demorando — comentou Daniel, querendo logo entrar no carro para se proteger do frio que fazia ali no exterior do teatro.

Elídio estava se sentindo estranho, como se pressentindo algo de ruim. Isso o deixava inquieto, e os amigos perceberam isso.

— Tudo bem, Lico? — questionou Bella, vendo a expressão aflita de Sanna enquanto encarava a saída do teatro fixamente.

— Ele está demorando… — disse. Sentia um estranho aperto no peito, como se algo ruim estivesse acontecendo. Foi quando viu alguém saindo do teatro e, por um segundo, suspirou de alívio — Andy!

A pessoa olhou para ele por um tempo, o suficiente para Elídio reconhecê-la, antes de se afastar a passos rápidos. William Salvatore. Antes mesmo que Daniel ou Bella entendessem, Sanna saiu correndo em desespero.

Era como fogo em suas veias, intuitivo e assustador. Não sabia o que estava acontecendo, apenas ligou a presença suspeita de William ao atraso de Anderson, e isso foi motivo suficiente para que suas pernas corressem sozinhas e o coração acelerasse.

Entrou como um raio no teatro, e o que viu fez seu mundo desabar. As mãos começaram a suar frio e o corpo a tremer involuntariamente.

Anderson estava caído no chão, seu peito subindo e descendo rapidamente em uma respiração aflita, enquanto uma mão apertava a barriga. Mão essa manchada de carmim. Uma poça de sangue se formava ali, e a faca caída ao lado dele era uma mensagem clara.

Elídio se pôs de joelhos no chão bruscamente, o baque lhe machucando. Os olhos encheram de lágrimas enquanto seu cérebro demorava a processar aquilo que estava diante de seus olhos.

— Lico… — Anderson chamou com a voz fraca, tentando estender a mão para tocar o namorado. A expressão de dor em seu rosto era nítida ao extremo — Sinto frio.

Elídio apertou a mão do namorado e, ao virar o rosto para o corredor vazio, começou a gritar com toda a força possível.

— DANIEL, DANIEL SOCORRO! — repetia o nome do amigo diversas vezes, e soltava pedidos desesperados ao passo em que as lágrimas começavam a cair e a voz embargava. Gritou até lhe faltar voz e só sobrarem lágrimas.

— Isso… dói — sussurrou Anderson, sentindo-se letárgico. Era o sangue sendo drenado de seu corpo lentamente, deixando-o pálido, fraco. Trazendo o frio.

— Eu sei, amor, eu sei… — Elídio devolveu com a voz em um misto de choro e desespero. Daniel e Bella entraram correndo, impulsionados pelos gritos de Elídio, mas a cena vista os fez travarem de choque — Dani, ele precisa de uma ambulância!

— Andy… — murmurou assustado, suas mãos tremendo ao puxar o celular do bolso. 

— Rápido, Daniel!

Bella tinha as mãos tapando a boca, nauseada com a visão de tanto sangue. Seus olhos encheram de lágrimas ao ver um dos melhores amigos naquela situação.

— Anderson, se concentre em mim, por favor — pediu Elídio, transtornado. Ele não sabia lidar com uma situação como essa, afinal, quem está preparado para ver o próprio namorado caído no chão, esfaqueado e vertendo sangue? — Eu tô aqui por você, vai ficar tudo bem... Eu prometo.

- Unwanted love <3 (barbixas • anidio)Onde histórias criam vida. Descubra agora