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Alertas: Assédio

Dan vivia como se o tempo fosse vívido dentro da mente, as anotações organizadas nos cadernos e o olhar vagando para o novo celular. A notificação apareceu na tela expondo a mensagem de Jaekyung, o que o fez sorrir abertamente. Não importava se as mensagens fossem curtas, mas era um pouco inquietante ler aquele "Consegue ir sozinho para casa? Tenho um compromisso depois da aula". Aquilo não era comum de acontecer, sempre iam embora juntos.

"Sim, sem problema, Senhor". O sinal tocou, os olhos castanhos encararam o professor dando os avisos finais, naquela tarde não haveria atividades do clube de música. O que não mudava muita coisa já que em dias assim as aulas particulares eram mais cedo. Dan se levantou, arrumando os cadernos na mochila, ao lado, Annie em seguida, atenta. Porém, coisas assim aos pouco incomodavam Dan, mas se convencia de que talvez fosse apenas algo novo que deveria se acostumar.

"Ela está tentando ser gentil, o Senhor Jaekyung deve ter pedido" Dan pensava. Ultimamente, o que mais acontecia era andar acompanhado das ômegas.

— Dan, vai fazer alguma coisa agora?

— Não, eu vou embora mais cedo. — O ômega sorriu delicadamente, mesmo percebendo que Annie parecia sempre tensa quando conversavam. Ombros encolhidos, o olhando como se esperasse por alguma coisa. Antes, Dan havia se acostumado com Annie sendo cruel, o empurrando nos corredores e agora, sempre se oferecia para carregar os livros ou buscar o que ele precisasse. Dan sorriu levemente. — Ah, desculpe por ontem... Eu atrapalhei o seu solo, não vai acontecer de novo.

Tentou se desculpar, sabia que tinha sido um erro ter atrapalhado o solo de violino dela durante um dos treinos. Seria fácil esperar pelo pior, sabia o quão cruel aquela ômega poderia ser. Annie o olhou, em uma mistura de cansaço e hesitação. E raiva. Ela fechava os punhos, olhando para o lado. Existiam rumores sobre ela, o que tornava tudo irônico. Afinal, ela costumava ser a mais popular das ômegas do Hayfield. A ômega dominante, e então os alunos comentavam sobre uma professora ter flagrado Annie saindo de uma sala de estudos com apenas as roupas intimas.

Por pouco ela não levou uma suspensão, mas tinha agora que andar pelos corredores como uma ômega com fama ruim. O que era péssimo em Coilier que prezava que filhas ômegas fossem criadas para serem as esposas perfeitas. Agora as pessoas a olhavam como vulgar, uma ômega sem roupas em um colégio. Ela olhou Dan, ainda tensa como se estivesse presa em uma necessidade de não criar nenhum novo conflito. Se criasse, certamente seria expulsa depois dos rumores.

Annie pressionou os lábios, o olhando severamente.

— Não, está tudo bem. — A ômega dissera, desviando o olhar. Dan não entendia, não existiam nem mesmo comentários irônicos ou brincadeiras de mau gosto.

Dan ajeitou a mochila nas costas, pronto para ir embora. Não compreendia ainda o que havia acontecido, não era amigo de Annie, mas ela o seguia em todo canto durante o intervalo das aulas. Ao menos, não dessa vez. O ômega saiu da sala de aula, tendo em mãos o envelope dos exame feito na enfermaria. Pressionou os lábios, embora Youngmi já tivesse contado junto da assistente social que ele era um ômega, agora que o exame havia sido feito oficialmente. Estava ansioso para saber ao que abriu o selo e retirou delicadamente a folha padronizada.

— Ômega Puro. — Dan murmurou, porém os níveis os níveis de tudo estavam muito baixos. Era uma surpresa ver tudo aquilo.

Dan nunca havia ido a um médico antes, no passado coisas assim eram um "luxo muito caro". Passou o olhar sobre os números e classificações, aos poucos aprendia o que era ser um ômega. Youngmi penteava seus cabelos e contava tudo o que precisava saber, e tudo era contado com uma delicadeza adorável como se a vida de Dan pudesse ser cheia de possibilidades, mesmo que não houvessem muitas. Por vezes, ele olhava a mãe adotiva, tentando entender quando ela dizia que ele deveria ser educado e estar sempre bonito, pois , nas palavras dela: Se você se mostrar um bom ômega, vamos te apresentar para um bom alfa quando chegar a idade certa.

Can I call you tonight?Onde histórias criam vida. Descubra agora