Mares não Mapeados

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Kate

Depois de descarregarmos tudo da "Chama do Dragão" e levar tudo para o navio do Caspian, o qual ele disse se chamar: "Peregrino da Alvorada", o mesmo se encarregou de nos mostrar o lugar e indicar nossos aposentos, os quais eu ouso dizer serem bem melhores agora. Principalmente porque agora eu podia dormir em uma cama de casal bem grande e confortável.

Estávamos prestes a zarpar quando ouve outro estrondo do lado de fora. Hope. Eu sabia que era ela, não entendia como ou porque, mas eu podia sentir:

-Kate! - A voz do meu irmão me chamando foi a última coisa que eu ouvi quando saltei do navio e saí correndo em direção aos escombros.

Não importa o que eu tivesse que enfrentar. Eu não podia deixá-la:

-Hope? - Tossi um pouco quando entrei e engoli um pouco de fumaça. - Hope? - Desviei quando uma estaca de madeira caiu do teto bem a minha frente. - Hope, sei que está aqui, eu não vou embora sem você! - Mais uma estaca caiu e eu tossi enquanto desviava. - Por favor, Hope, esse lugar está caindo aos pedaços! - Virei mais uma esquina entrando no que um dia fora uma sala de reuniões com uma grande mesa no centro.

STRANGE DAYS (1999) - HEALTH

Foi quando eu a vi conversando frente a frente com uma garota morena, ambas próximas até demais:

-Então é isso o que você quer? - Hope dizia enquanto eu parava a porta, me escondendo em um canto e espiando. Nenhuma das duas parecia ter me visto.

-Não, é isso que você quer... - Cerrei os meus dentes quando vi aquela garota passando os dedos pela clavícula da Hope.

Hope estava bem de frente para ela e eu não conseguia ver o seu rosto por mais que parecesse reconhecer a sua voz. Porém, isso não me impediu de ver com a exata nitidez quando a Hope agarrou os seus lábios e apertou a sua bunda, fazendo-a gemer e erguendo-a do chão. Colocando-a sobre sentada sobre a grande mesa e arrancando sua camisa, estourando os botões e descendo para os seios, ignorando as brasas que queimavam ao seu redor.

Um misto de raiva e tristeza me invadiu naquele momento. Eu queria gritar, queria chorar. Queria sair dali agarrar a Hope pelo braço que ela usava para segurar a nuca daquela garota, puxa-la para longe e bater nela, xingando-a em trinta idiomas diferentes. Queria que o teto se desprendesse e caísse sobre as duas. E mais do que tudo, eu queria ir até aquela garota e empurra-la para longe da minha namorada, queria sufoca-la com as minhas próprias mãos e dizer a ela que a Hope era minha e só, porque ela me amava e eu a amava. Ela tinha me dito isso, tinha me mostrado quando me procurou e me entregou o mapa. Ou será que tudo não passou de um sonho? Parecia tão distante... Espera!

O rosto daquela garota olhando diretamente para mim e sorrindo enquanto Hope abaixava sua calça e beijava o seu pescoço foi a última coisa que eu vi antes de me sentar na cama de uma vez, acordando.

"Aquele era o sonho". Pensei enquanto tentava regular a minha respiração, sentindo a minha camisa suada grudar na minha pele. "Que merda, Hope!" Me virei na cama e me sentei de uma vez, já alcançando as minhas botas e vestindo-as. Eu não fazia ideia de que horas eram, mas tinha certeza que não conseguiria dormir mais, não depois desse sonho.

Foi enquanto eu me arrumava que eu consegui me lembrar quem era a garota. Karina. Uma das filhas de Matinta, aquela que sobreviveu. Papai havia matado a sua irmã quando roubou a bússola. Ele sempre disse que foi em legítima defesa, mas nunca dava para ter certeza, nenhum de nós estava lá. De qualquer jeito, não importava, estávamos onde estávamos.

Saí do quarto fechando a porta atrás de mim e subi as escadas sentindo um vento frio me cortar conforme eu avançava:

-Olha só quem resolveu acordar, bom dia! - Patrick me cumprimentou com um sorriso assim que eu cheguei a cabine do capitão, vendo-o sentado atrás da mesa, analisando os mapas, atrás dele estava o Neal em pé, olhando por cima dos seus ombros e a Natasha que estava sentada a sua frente em outra cadeira.

E Se SwanQueen Tivesse Acontecido? Season 2Onde histórias criam vida. Descubra agora