RC - A Cerimônia Da Lua De Sangue

♠︎ Prólogo ♠︎

A Lua se encontrava enorme, vermelha como sangue e brilhando como nunca, os Ômegas recessivos se escondem nessa noite, mas pessoas como eu não precisavam se esconder, Alfas Lúpus nos ignoravam nesse tipo de noite, Betas são totalmente sortudos, assim como os Ômegas dizem.

Sentada na calçada de frente para minha casa, olhando para a linda lua sangrenta, fui abordada por um Chow-chow filhote com um filhotinho recém-nascido na boca, pego ambos e os escondos embaixo de minha blusa, corro para dentro de casa.

o corpo do pequeno filhotinho recém-nascido estava frio, não sabia se o mesmo iria sobreviver, tudo o que eu estava fazendo não surgia efeito, o corpo se tornava mais frio, comecei a chorar, não queria que o pequenino morresse.

O filhote que o trouxe começou a chorar também, ele parecia sentir que estava perdendo o seu irmãozinho, minha mãe para minha alegria veio até mim, ela pegou o filhotinho de minhas mãos, ela começou um procedimento que era desconhecido por mim, ele sorriu quando o filhotinho reagiu.

Ela me entregou o pequenino e eu pude sentir seu corpo quente contra minha mão, coloco pequenino perto do filhote que o trouxe, o mesmo o cheira e se aproxima de mim, se aconchegando em meu colo.

- pequena... - minha mãe me chama de forma carinhosa. - você terá que o proteger... - ela aponta para o filhotinho que ela fez reagir.

- então posso ficar com eles...? - pergunto a mesma que acena sorrindo. - obrigada mãe.

- mas vai ser uma responsabilidade grande para uma adolescente como você... porém irei lhe ajudar em tudo. - ela diz e eu não entendo, é como se ela dissesse que eu havia pegado uma responsabilidade grande, mas são apenas cachorrinhos.

- onde está minha tia? - pergunto olhando para a mesma.

- sua tia se escondeu... hoje é a lua de sangue, esqueceu pequena? - ela diz sorrindo triste.

- ah é verdade... ela é Ômega... - digo acariciando os pelos do filhote e esquentando o filhotinho recém-nascido.

subo com os filhotes para meu quarto, os acolhendo em minha cama, eu acho que vou me apegar a eles...

- Rose... - meu pai entrou no meu quarto e se sentou em minha cama. - posso ver os pequeninos? - ele me pergunta fazendo carinho em meus cabelos.

mostro ambos os filhotes que dormiam calmamente, os cubro novamente, não queria que eles sentissem frio.

Minha mãe me orientou que eu tinha um longo caminho pela frente, ela me ensinou a cuidar desses filhotinhos, dizendo que eles eram especiais.

Alguns meses se passaram e diferente dos cachorros normais que crescem em meses, esses dois filhotes continuavam com a mesma aparência.

Eu não me importava com isso, iria cuidar deles até que fiquem adultos e consigam ser independentes.

Mas a lua sangrenta me dá um pouco de medo, os ômegas recessivos que não aguentam o tranco, acabam morrendo, isso é triste e bizarro, mas ninguém diz nada sobre isso.

Pois é errado se opor, espero que um dia... os Ômegas possam ser livres assim como os Betas.

Meu pai e minha mãe são Betas, as chances de eu nascer Alfa ou Ômega era de 20%, geralmente Ômegas Lúpus se relacionam com betas e acabam por transformá-los em Alfas recessivos, assim como os Alfas Lúpus podem fazer Betas se transformarem em Ômegas recessivos, mas as chances disso acontecer é de 0000000000000000000000,1%, sei que estou sendo exagerada, mas é a pura verdade.

Agora que eu via o destino de meus amigos ômegas, eu sentia tristeza por eles, que não podiam escolher seus parceiros, apenas os Ômegas Lúpus podiam escolher, os recessivos não.

Isso é tão injusto... mas eu não posso dizer nada, pois eu sou um ninguém, os Betas não são ninguém.

Eu odeio esse tipo de sistema, espero que no futuro isso mude, os Ômegas já estão se tornando mais forte, entretanto alguns Ômegas estão se tornando mais sensíveis.

Não importa o quanto eu tente entender, nunca vai entrar na minha cabeça.

Eu espero que todo esse sistema de merda... mude.