Aurora Van Doren, é a filha de um abastado Conde e a mais velha entre suas três irmãs
Ao completar 18 anos, Aurora se vê obrigada à casar com um homem da escolha de seu pai para que possa manter a paz entre duas raças, lobos e vampiros, seguindo as...
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Sorrisos não faziam parte das expressões do meu pai, basicamente o rosto dele parecia se quebrar quando sorria.
Me pergunto se um dia ele foi feliz realmente, pois sua vida só se passa em servir a coisas políticas e tradições ridículas que obrigam sua filha mais velha á casar com um total cafajeste.
Mais aquele sorriso no rosto do meu pai mostrava que era evidente a empolgação com que seus lábios se moviam enquanto conversava com Lucius.
Estava na cara que haviam marcado algo ou a data do casamento, pois Lucius não parava de encarar Nicholas feito uma coruja.
Com um leve puxão em meu braço, fui tirada do meu pequeno devaneio enquanto minha mãe me forçava a olhar para ela; seus belos e brilhantes olhos azuis se encontravam em um vermelho sangue, como se a mesma estivesse furiosa. Se eu ainda tivesse cinco anos, estaria me encolhendo de medo, mais já havia se passado um bom tempo desde que perdi o medo de enfrentar ela e o meu pai.
Eu havia dado de ombros enquanto minha mãe me repreendia pelo que havia acontecido, mas só bastou um sorriso irônico meu para que ela se fervesse de raiva.
Com um leve jogado de meus cabelos caminhei em direção ao Salão de Jantar para ficar longe da minha mãe.
O local estava todo iluminado e com ida e volta de criados a todo instante. Todos pareciam estar completamente concentrados em seus afazeres enquanto eu me mantinha apoiada na porta como se quisesse proibir a entrada de alguém.
— Precisa de algo, Alteza? – Perguntou uma das criadas parando o seu caminho com a bandeja de guardanapos enquanto me encarava.
— Preciso de pais menos malucos – Disse com uma pequena risada enquanto a mesma segurava a dela. - Eu estou bem, só preciso ficar longe de todos um pouco
A mesma assentia enquanto voltava aos seus afazeres; minha relação com os criados era ótima, até mesmo gostava de conversar com alguns deles as vezes, sempre me senti muito só aqui mesmo tendo minhas irmãs.
Mas conversar com elas era diferente de conversar com uma amiga, e no momento, todas as minhas amigas estavam longe.
Desse que minha mãe descobriu sobre os olhares do meu pai em uma das mães de minhas amigas, era complicado vê-las, ainda mais com esse maldito casamento.
O salão de jantar estava quase pronto, enquanto a voz da minha mãe se tornava cada vez mais alta atrás da porta, como se ela estivesse brigando com alguém.
Por mais que estar ali fosse um alivio temporário, eu sabia que ela poderia estar prestes a entrar por aquela porta e me arrastar até a sala.
Havia me dirigido até as bebidas na cozinha, eu nunca gostei de bebidas; mas naquele momento eu precisava de coragem ou até estar embriagada para aguentar aquele jantar.
Tomei um grande gole da bebida mais forte que meu pai tomava, e pegando um pouco de coragem que me faltava caminhei em direção a sala novamente, minhas pernas pareciam mais rígidas e minha cabeça parecia um mar de palavras venenosas.
