Capítulo 22

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Não caminhei muito pelo salão, encontrar Anastásia havia sido difícil; seus cabelos longos e loiros estavam soltos e no mesmo penteado que o meu, seu vestido era de um lilás perfeito e dava um certo charme a ela.

Ela estava rodeada por jovens cavalheiros, que pareciam estar à cortejando; não pude deixar de conter uma risada ao ver seu desespero para querer sair dali.

Me aproximei sorrateiramente por trás dela cruzando meus braços ao encarar os rapazes.

— Lady Anastásia, a senhorita me daria a honra de uma dança? – Perguntará um deles que continha uma certa beleza para a idade que aparentava.

— Creio que minha irmã não queira ficar de conversa ou dançar com vocês! – Falei assim que me aproximei mais fazendo Ana dar um pulo.

— Aurie! – Ana havia dado um grito ao me abraçar rindo.

A abracei fortemente encarando os rapazes que nos olhavam atentamente.

— Sumam daqui! – Rosnei para eles que literalmente correram dali.

Eu e Ana havíamos gargalhado os vendo se atrapalharem ao se espalhar pelo salão longe dos nossos olhos.

— Obrigada Aurie, eu já estava ficando sem paciência – Sussurrou ela levando uma das mãos a testa como se estivesse com dor.

— Eu vi de longe – Ri a olhando enquanto a puxava para longe de toda à agitação voltando à ficar séria. — Preciso conversar com alguém...

— Quer que eu chame à Diane? – Perguntou ela vendo como parei de rir com certa rapidez.

— Não! – Respondi com certa rapidez à puxando para uma das entradas do Jardim.

Anastásia parecia ter ficado confusa pelo jeito que eu estava, a arrastei para o Jardim até um assento próximo sentindo meu fôlego indo ladeira à baixo.

— Aurie o que há? – Perguntou ela assim que sentamos no assento mais discreto e longe do Palácio.

— Você acha que alguém pode mudar do dia para à noite? – Perguntei à ela ainda ofegante levando uma das mãos ao coração.

— Depende do que se trata – Respondeu ela me encarando com certa curiosidade, até que sua expressão se tornou de incredulidade — Não me diga que você...

— Ana eu tô enlouquecendo! – Gritei levando o rosto até às minhas mãos.

— Você está amando... – Cantarolou Anastásia se aproximando de mim.

— Cala à boca Anastásia! – Ergui minha cabeça a encarando enquanto cruzava os braços.

— Eu vi o clima entre vocês quando entraram no Palácio, Aurie... Vocês pareciam, apaixonados – Anastásia havia levado suas mãos ao peito se balançando de um lado a outro de modo romântico. — Da pra ver pelos seus olhos!

— Ana... É mais que isso... – A olhei ficando completamente vermelha enquanto inflava as bochechas com ar.

— Vocês...? – Quando ela começou a perguntar, vi seus olhos se arregalarem, possivelmente já havia deduzido tudo. — Não acredito!

— Sim... – Suspirei a olhando enquanto a mesma parecia querer pular de alegria.

— Eu imaginava que toda aquela implicância era amor, mas eu não imaginava que vocês iriam consumar o casamento tão cedo! – Ana havia se levantado e dado diversos pulos animada com aquilo.

De certo modo era engraçado, levando em consideração à tudo o que aconteceu.

— Agora entendo por que não quis chamar a Diane – Sussurrou ela agora parando a sua animação e deixando uma expressão triste tomar conta do seu rosto voltando à sentar do meu lado.

— Como eu vou contar à ela que estou me apaixonando pelo homem que ela ama e que eu jurei matar? – Perguntei sentindo minha voz indo embora enquanto as lágrimas ameaçavam sair.

— Como é? – A voz de Diane havia feito com que nós duas déssemos um pulo.

Ao nos virarmos, vimos ela próxima ao assento em que estávamos paradas como uma estátua. Diane já era branca, mas parecia ter ficado ainda mais sob seu vestido verde. O mesmo era todo detalhado com pequenas flores envolta da cintura.

— Di, por favor, me deixa explicar – Pedi me levantando para me aproximar dela.

— Não quero ouvir nada de você! – Gritou ela se afastando de mim.

— Diane, para você vai chamar atenção! – Brigou Anastásia se aproximando dela e pegando em seu braço, o que logo a mesma se desvencilhou de Ana.

— Eu aceitaria tudo o que você poderia ter feito, menos ter se apaixonado por ele! – Gritou Diane apontando o dedo para mim enquanto as lágrimas rolavam pelos nossos rostos.

— Eu não pude evitar! – Gritei ainda tentando me aproximar dela.

— Poderia sim, mas você não quis! – Dessa vez Diane não recuou e ficou cara à cara comigo.

— Como eu poderia evitar? Ele é meu marido! – Sussurrei tentando conter minhas lágrimas enquanto a encarava.

Diane ficou me encarando enquanto não só nós, mas Anastásia também chorava, eu podia ver o ódio de Diane em seus olhos enquanto ela me encarava.

Mas foi quando sua mão se ergueu que eu entendi o por que ela havia ficado quieta. Antes que Diane conseguisse me desferir um tapa, segurei sua mão com força a olhando incrédula com o que ela iria fazer.

— Eliza tinha razão... – Sussurrei à olhando nos olhos enquanto largava seu braço.

— Vocês se merecem! – Gritou ela se afastando de mim e indo furiosamente para longe.

Havia alguns convidados olhando para a nossa pequena " discussão " e com toda certeza murmurando e espalhando fofocas sobre o que viram.

Ao longe vi Nicholas se aproximando de mim com uma expressão assustado. Não pensei duas vezes em correr até ele e desabar em lágrimas em seus braços.

Assim que o fiz, Nicholas me abraçou fortemente enquanto eu enterrava meu rosto em seu peito chorando incontrolavelmente.

— O que houve? – Perguntou Nicholas formando uma espécie de bolha com seus braços para me proteger.

— Diane ouviu nossa conversa sobre vocês – Sussurrou Ana levando uma de suas mãos para minhas costas, na tentativa de oferecer algum conforto.

Eu não sabia o que fazer naquele momento, somente chorar parecia ser a opção certa. Até que desabei nos braços de Nicholas, não vendo mais nada.



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