Capítulo 5

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Fazia alguns dias desde que enviei as cartas chamando meus amigos, estava tão ansiosa que naquela mesma noite em que meu pai me autorizou a chama-los, tratei de escrever as cartas.

Virei a noite e uma parte do dia escrevendo; havia muito tempo desde que os vi, lembro-me como ontem a última vez.

Era o baile de aniversário de Eliza, estávamos tão animados naquela noite que poderíamos fazer aquele baile durar dias.

Dançamos por longas horas e rimos de muitos convidados; nunca havia me sentido tão viva, como estava naquele dia. Até mesmo Anastásia estava surpresa com a minha alegria, meus olhos continham milhões de estrelas de tanto que brilhava de alegria.

E foi naquele mesmo dia em que eu e minha mãe havíamos descoberto que meu pai estava seduzindo a mãe de uma das minhas melhores amigas.

Naquele dia, tive muita vontade de encher meu pai de socos e pontapés. Mas, infelizmente fui impedida pelas minhas irmãs de fazer aquilo; Anastásia e Diane precisaram usar todas as forças que tinham e até as que não tinham para me segurar.

Por sorte só percebemos aquilo depois que todos haviam ido embora.

Minha mãe havia sido idiota demais em perdoar ele. Eu teria o matado sem pensar duas vezes!

Mais aquele dia não se tratava daquela lembrança horrível e sim do grandioso momento com meus amigos!

Eu estava tão animada que mal havia dormido, acordei muito cedo para supervisionar tudo; acho que antes mesmo das seis da manhã eu já estava de pé me arrumando para tomar café da manhã com todos.

Eu estava com um vestido leve de verão, um magnifico azul claro com pequenos detalhes em renda. — Me caía muito bem, e ele era perfeito para o dia.

Quando finalmente desci as escadas, o olhar de surpresa tanto dos criados quanto dos meus pais e minhas irmãs havia me feito abrir um largo sorriso.

Todos estavam sentados cada um em um sofá ou poltrona, meu pai estava ao lado da minha mãe lendo algum livro enquanto a mesma acariciava os cabelos de Eliza que cochilava suavemente no sofá. Anastásia e Diane estavam cada uma em uma poltrona com seus bordados repousados em seus colos.

— Bom dia meus sanguessuguinhas! – Havia dito em um tom cantante enquanto dava um beijo sob a cabeça de cada uma das minhas irmãs.

— Eu estou tendo alucinações ou a Aurora tá acordada a uma hora dessas? – Perguntou Anastásia franzindo sua testa enquanto passava suavemente a mão sob a mesma para ver sua temperatura.

— Estou surpresa filha, você está bem? – Perguntou minha mãe enquanto eu dava um suave beijo na bochecha da mesma me encaminhando para o meu pai.

— Estou bem – Respondi com um leve sorriso enquanto dava um beijo na bochecha do meu pai.

— Vocês esqueceram que hoje os amigos da Aurora estão chegando? – Perguntou meu pai enquanto retirava seus óculos de leitura e repousando o livro ao seu lado enquanto dava um sorriso lateral.

Para mim, o sorriso dele sempre rachava seu rosto, era estranho vê-lo sorrir depois de tantos anos.

Era até medonho.

Diane e Anastásia ainda me olhavam de forma curiosa, talvez pelo fato de sempre passar as manhãs trancada no quarto e só sair depois do Café da manhã e agora estar na sala bem cedo tenha deixado elas daquele jeito.

— Você está bem mesmo? – Perguntou Diane enquanto se levantava de seu assento e caminhando até mim.

— Estou Di, por quê? – Perguntei franzino a testa enquanto me aconchegava no divã.

Prometida ao AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora