Capítulo 23

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Nunca imaginei gostar de outra pessoa, nem sequer via essa possibilidade até passar longas duas semanas ao lado de Nicholas; semanas essas em que passamos fazendo piquenique no jardim da propriedade, compartilhando pequenas recordações de quando menor, conversando, e até mesmo brigando, afinal ainda sou a pessoa que jurou matar ele.

E talvez eu faça isso na primeira decepção que eu tenha.

Mas totalmente diferente do que eu imaginei que seria o meu convívio com Nicholas, percebi que toda aquela raiva do casamento se tratava mais pelo ódio e nojo que eu tenho de Gustav, e pela tristeza em relação à morte de Dorian. Nunca vou me esquecer daquela cena.

Vê-lo ajoelhado e esperando pelo último momento de vida foi um baque para o meu coração, o barulho do tiro ainda me assusta e na minha cabeça, é muito semelhante aos trovões.

Mas ultimamente meu medo de trovões havia ficado menos frequente; pois na última tempestade dormi protegida pelos braços de Nicholas, que parecia ter se transformado em um urso de pelúcia muito quente e fofo.

E foi com essa pequena lembrança que meus olhos se abriram, não havia percebido em que momento havia apagado até que abri meus olhos e encarei um teto com pequenos desenhos em formato de borboletas em dourado. Meu quarto.

Eu estava no meu quarto, olhando envolta percebi que tudo estava exatamente como eu deixei só mudava uma coisa. Meus pais, Ana e Nicholas estavam nele, me encarando de forma preocupada.

Quando ergui meu corpo da cama senti uma grande tontura o que me fez quase cair para o lado de fora da cama; mas antes que meu corpo caísse, Nicholas havia corrido até mim rápido o suficiente para me pegar e me ajudar a sentar na cama.

— De vagar querida – Sussurrou ele pegando um dos travesseiros para que eu me apoiasse, pegando uma de minhas mãos.

— O que aconteceu? – Perguntei olhando de Nicholas para meus pais que pareciam confusos me encarando.

— Você desmaiou depois da briga com a Di, Aurie – A voz de Anastásia estava baixa enquanto se agarrava ao braço do meu pai.

— Por quê brigaram Aurora? – Perguntou meu pai que pela primeira vez não havia soado grossa ou autoritária. — Vocês duas são tão unidas.

— É que... – Comecei olhando para os lados, até ouvir uma risadinha e encarar Nicholas seriamente enquanto ele tentava controlar sua risada; com toda certeza ele achava que eu iria falar, e assim, perder a aposta. — Esquece... Bobagem.

— Você tem certeza, irmã? – O tom de voz de Anastásia estava carregado por uma risada contida enquanto suas bochechas pareciam redondas e contendo sua risada.

— Sim, Anastásia risonha Van Doren! – Lhe estirei a língua o que a fez soltar a sua risada.

— Alguém por favor, me explica o que está acontecendo? – Rosnou minha mãe cruzando seus braços.

— Bom, Senhor e Senhora Van Doren... A briga da Aurora e da Diane é por que... – Começou Nicholas o que me fez o encarar incrédula pela audácia que ele teria de falar sobre aquilo para meus pais.

— Eu e o Nicholas consumamos o casamento! – Falei antes que Nicholas conseguisse terminar a sua frase. — E que... Eu estou...

As expressões de surpresa dos meus pais foi exatamente como eu imaginei; meu pai parecia tão chocado que mal conseguia piscar.

Minha mãe por outro lado havia dado um gritinho e pulos de alegria junto com Anastásia, Nicholas parecia surpreso por eu ter falado e estava rindo ao mesmo tempo.

— Perdeu a aposta... – Sussurrou ele me olhando com um sorriso malicioso.

— Que aposta? – Perguntou meu pai, agora engrossando sua voz.

Prometida ao AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora