𝐕𝐎𝐋𝐔𝐌𝐄 𝟏: 𝐚 𝐠𝐚𝐫𝐨𝐭𝐚 𝐝𝐚 𝐣𝐚𝐧𝐞𝐥𝐚
━━━━━━━━━━━━━━
Jungkook sempre se sentiu meio obcecado pela sua vizinha da casa ao lado.
Mas ao contrário do que todos pensariam, era algo completamente ingênuo e doce. Jungkook não tinha maldades e...
━━━━━━━━━━━━ C A P Í T U L O - T R E Z E: hoje era seu aniversário
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Jungkook
01 de fevereiro de 1999
As celebrações haviam cessado, e o éter da festividade se dissipara. Ausentes estavam as luzes policromáticas e qualquer vestígio sonoro que não fosse o sussurro das vozes em minha mente. Um vazio aparente, mas ainda assim, uma presença latente.
Tudo permanecia: os pertences dela, a desordem familiar de sua cama, talvez até o aroma dela ainda cativo entre os lençóis. O quarto, habitualmente mergulhado na escuridão, testemunhou um dia a silhueta de sua mãe, observando, chorando incessantemente. Ela padecia, e você não estava ali para testemunhar suas dores.
Creio que eu também estava fragmentado.
- Kook? Você está me ouvindo? - Elisabete me cutucou, trazendo-me de volta à realidade. Seu olhar castanho caramelo me indagava, mas eu estava perdido, alheio à conversa.
- Jungkook, tudo bem? - Ethan interpelou, com uma seriedade que contrastava com os braços cruzados e o olhar penetrante.
Lembro-me daquele olhar.
- Deus, Kook, deverias estar exultante! Hoje é um marco para mim! - A efervescência de Elisabete fazia com que ela mal tocasse o chão. As festas tinham terminado, mas para ela, era o alvorecer de um futuro auspicioso. - É o início de uma era promissora.
- Revela-me as novidades?
Elisabete lançou um olhar desconfiado a Ethan.
- Estás ciente do que está a transcorrer comigo, sabes o que meu pai finalmente arquitetou para mim.
- Ah, refere-se ao império de teu pai, correto? - Ethan esboçou um sorriso sarcástico, divertindo-se com o entusiasmo exacerbado de Elisabete.
Ele costumava provocar, dizendo que Elisabete era uma garota mimada, sempre conseguindo o que desejava. Ela provinha de uma boa família.
O Sr. Jackson, seu pai, era dono de muitas lojas de cosméticos famosas e conhecidas na cidade. E ela estava destinada a integrar-se aos negócios familiares.
Ethan e eu sabíamos que, apesar das provocações, Elisabete almejava profundamente estar ao lado do mais velho, nutrindo um amor genuíno pelos negócios, e que ela se dedicaria com afinco no futuro. Sua família sempre foi tão receptiva conosco.
Era o dia dela, o início de uma nova jornada prometida por seu pai ao alcançar os quinze anos. Era seu aniversário, e amanhã, nosso primeiro dia de aula.
- Não só isso, hoje também celebro meu nascimento. - Elisabete arqueou uma sobrancelha, ciente das tentativas de Ethan em provocá-la. - Hoje não, Ethan, não conseguirás me irritar.
- Irritar-te? Mal comecei.
- Vou ignorá-lo. - Ela sorriu, voltando seu olhar para mim. - O que achas da minha roupa? Estou agradável? - Girou, exibindo o vestido azul celeste.
Eu a olhei com uma única resposta.
"Estás deslumbrante." Seus olhos castanhos brilhantes capturaram o gesto das minhas mãos.
Ela corou instantaneamente.
- Estou realmente? - Assenti, e suas bochechas se tingiram de rubro. - Está apenas dizendo isso porque sou sua amiga.
"Estou dizendo o que estou pensando"
Vermelho novamente.
- Bem, vou ao toalete, rapazes. Já retorno.
Ethan me deu um leve chute quando Elisabete saiu às pressas, e eu o encarei, confuso.
- Por que continua fazendo isso? - ele questionou. Eu estava perplexo. - Não te faças de desentendido, sei que me compreende.
Meus dedos gesticularam, e Ethan observou atentamente. " Fazer o quê?"
- É exasperante, Jungkook. Não suporto como finges ignorar tudo.
De súbito, minha garganta secou. Não havia palavras. Eu estava desorientado.
Seu semblante endureceu, e seu olhar fixou-se em mim.
- Não permitas que ela crie expectativas além das que já possui. Seria desumano.
"Não sou desumano"
- Claro que não. - Ele suspirou, desalinhando os cabelos. - Poderias ao menos sorrir? Tens estado tão... abatido.
" Você também não está bem"
- E quem parece estar hoje em dia. - Ele sorriu com sinceridade. A festa prosseguia animada lá embaixo. Ethan ergueu-se e contemplou a janela, seus dias pareciam tão sombrios quanto os meus. Estaria enfrentando problemas com sua mãe mais uma vez? - Tenho algo a te dizer.
Algo a dizer? Ele hesitou. Seus olhos desviaram-se, e algo o abalou. Elisabete retornou ao quarto.
- Obrigada por esperarem, estou pronta. - Elisabeth dirigiu-se a Ethan. - Você, Luna está aqui. Eu a convidei.
- Você a convidou? - disse desconfiado, surpreso ao mesmo tempo.
- Sim. - seu sorriso cresceu. Elisabete e eu sabíamos o quanto ela gostava da garota. - Eu disse a ela algumas coisas sobre você, acho que ela te espera com uma dança.
- Dança? Você sabe que eu não-
- Ethan! Não faças uma dama esperar. Vá logo
Ele corou e nos deixou. Levantei-me, pronto para partir. Elisabete estendeu a mão, e por um momento, seus dedos pareciam gelados.
Os dias têm sido implacáveis.
- Tenho algo a te dizer. - Para mim? Outra confissão? - Não precisa fazer nada, apenas escuta-me, por favor.
Elisabete estava séria, como se nuvens tempestuosas escurecessem sua expressão.
Ela nunca havia ficado tão séria como hoje.
Minhas mãos tremiam sem razão, minha mente pulsava com intensidade. Pensamentos irrompiam como uma enxurrada.
