30 | Revelações obscuras

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CAPÍTULO TRINTA:
A verdade pode doer

━━━━━━━━━━━━CAPÍTULO TRINTA:A verdade pode doer

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Jungkook

10 de julho de 1999

Jamais poderia conceber que, em segredo, Violeta me contemplava com o mesmo fervor com que eu a admirava. A revelação de sua consciência sobre minha presença, mantida em silêncio, apenas intensificava a sensação de tolice que me invadia.

Oh, céus! O diário dela irrompeu em minha vida como uma rajada de metralhadora, desencadeando uma tempestade de emoções avassaladoras. Incapaz de compreender como proceder, questionava-me incessantemente: que atitudes tomar? Que caminhos seguir? Suas confissões estavam agora expostas diante de mim, clamando por uma resposta. Mas qual?

Jungkook, não te deixes enganar pela incerteza, há de haver um significado nisso tudo, não é verdade?

Que palavras devo proferir agora? Que emoções são estas que me assolam? Ah, quantos pensamentos tumultuam minha mente, uma sensação verdadeiramente aterradora! Ao ler as últimas linhas de seu diário, deparei-me com o nada que se estendia após elas: folhas em branco, um vazio que ecoava minha própria frustração.

Despedaçado pela sua partida abrupta. Ela não retornaria, era o fim. Nunca mais a veria... assim sussurravam as vozes.

Violeta me abandonara. Meu coração jazia em pedaços! Lágrimas caíam incessantemente de meus olhos, queimando como se fossem capazes de destilar ácido.

Ansiava por gritar, mas nenhum som emergia. Sofri em silêncio. Olhei através de sua janela, mas você não estava lá. Restava apenas um quarto sombrio e desolado, com cortinas cerradas. Como se nada, ou ninguém, jamais tivesse existido ali, um pensamento que me aterrorizava profundamente. Era como se tudo não passasse de uma alucinação, uma ilusão forjada por minha própria mente.

Oh, Deus, eu não estava enlouquecendo!

Onde você se encontrava?

Cinco meses se passaram desde sua partida. Desde aquele dia em que sua irmã me entregou seu diário, tenho tentado incessantemente falar com ela. Contudo, ela sempre se esquiva ou implora para que eu me afaste, como se temesse algo. Tudo o que desejo são explicações, compreender o motivo de sua ausência. Todos os dias me pergunto: por que você se foi?

Revisito suas palavras no diário diariamente, buscando nelas algum conforto para aplacar a agonia que assola meu coração. Recordo-me claramente de cada frase escrita, capaz de recitá-las sem sequer lançar um olhar ao papel. Evito, no entanto, suas últimas palavras.

Mas é inevitável! Anseio conhecer o desfecho.

Quem seria "M", mencionado em uma das páginas rabiscadas? Sinto o peso de sua culpa, melancolia e tristeza ao referir-se a essa pessoa.

Quem era "M"? Um amigo? Um amor? Talvez? Quem seria essa pessoa por fazê-la sentir-se a pior pessoa do mundo?

Algo turva minhas memórias, impedindo-me de pensar com clareza.

Não há ninguém mais implacável do que ele, alguém que mascara suas lágrimas com sorrisos. Alguém que observa sem ver, que escuta sem ouvir. Fechei meus olhos para o mundo, meu inigualável "M".

Culpada. Não há termo que melhor descreva seus sentimentos. Você se proclamava culpada, repetidas vezes!

Você-

Subitamente, meus pensamentos foram interrompidos. O celular tocou. Era Ethan.

Meu coração pulsou intensamente.

Oh minha garota da janela,
Foram longos cincos meses

A garota da JanelaOnde histórias criam vida. Descubra agora