𝐕𝐎𝐋𝐔𝐌𝐄 𝟏: 𝐚 𝐠𝐚𝐫𝐨𝐭𝐚 𝐝𝐚 𝐣𝐚𝐧𝐞𝐥𝐚
━━━━━━━━━━━━━━
Jungkook sempre se sentiu meio obcecado pela sua vizinha da casa ao lado.
Mas ao contrário do que todos pensariam, era algo completamente ingênuo e doce. Jungkook não tinha maldades e...
━━━━━━━━━━━━ CA P Í T U L O Q U A T R O: Velhos tempos
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Diário do Jungkook
06 de novembro de 1998, Querido Diário
Ao despertar nesta manhã, meus olhos se abriram lentamente, permitindo-me absorver cada fragmento do meu santuário pessoal. A escuridão reinava, cortesia das cortinas cerradas que barravam qualquer invasão luminosa. Ao meu lado, a mesinha de cabeceira sustentava o abajur azul, agora inerte, e acima, a prateleira guardava minha coleção preciosa de figuras do Homem de Ferro, sentinelas silenciosas da minha infância. O guarda-roupa se erguia como um monólito, e o teto azul se estendia como um firmamento particular.
Um suspiro escapou de mim, e minhas mãos encontraram seus lugares habituais. Uma atrás da cabeça, a outra sobre o peito. Meu olhar, fixo no teto, começou a transpor a realidade; meus dedos formigavam com a ilusão do toque. Eu me via alcançando o azul celeste, tocando as nuvens, voando entre elas. Sentia o vento acariciar meu rosto, e do alto, proclamava: "Olhem para mim, estou voando". Um sorriso amplo se desenhava em meus lábios, apenas para desaparecer no instante seguinte.
Você, sempre você, dominava meus pensamentos. Sua imagem, seu sorriso, eram presenças constantes em minha mente, recusando-se a partir.
Por vezes, me questionava sobre essa fixação, essa estranha incapacidade de desviar meus pensamentos de você. Era confuso, perturbador, e me deixava à beira da loucura.
Lembro-me daquele dia tempestuoso, quando mamãe chegou com uma notícia para mim. A porta se abriu de repente, descrevi os pequenos detalhes de como lembrava, lá estava ela, com o semblante tranquilo que sempre me acalmava.
Mamãe se movia com uma graça silenciosa, cada passo medido e gentil, como se temesse perturbar o sossego do amanhecer. Seu sorriso, um reflexo do carinho incondicional, iluminava o quarto sombrio mais eficazmente do que qualquer raio de sol poderia.
"Bom dia, meu filho" ela murmurou, sua voz, um bálsamo para a alma. Seus olhos verdes esmeraldas espelhos de bondade, encontraram os meus, e por um momento, tudo parecia certo no mundo.
Mamãe se aproximou, e sua mão encontrou a minha, um gesto simples, mas repleto de significado. O calor de seu toque dissipava qualquer vestígio de frieza, trazendo consigo uma sensação de segurança e pertencimento.
Ela falou;
"Está na hora de começar o dia, Jungkook" ela disse, e mesmo a simplicidade da rotina matinal parecia especial com ela por perto. " Vamos ao parque hoje."
Meu coração vibrou.
Enquanto ela se afastava, a melodia de uma canção matinal começava a preencher o ar, sua voz suave entoando uma lullaby que conhecia desde a infância. Era um lembrete de dias mais simples, de momentos compartilhados que formavam a tapeçaria da minha vida.
Os pensamentos simples se foram.
O vento sussurrava, as cortinas dançavam, e o silêncio preenchia o quarto. A cama estava desfeita, um vestido verde abandonado sobre os lençóis. Tudo parecia estranhamente diferente, como se pertencesse a outro tempo, a outro lugar. A familiaridade era uma máscara para o desconhecido. Eu temia estar perdendo a sanidade.
