19 | O peso da saudade

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C A P Í T U L O -  D E Z E N O V E:
Você não sai da minha cabeça

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Violeta

29 de março de 1997

Neste dia, encontro-me submersa em um oceano de emoções, onde a sensação de sufocamento e as lágrimas incessantes parecem ser meus únicos companheiros. É um estado que me é familiar, uma constante luta para respirar em meio à opressão do cotidiano e à ansiedade que me cerca. Sorrir, mesmo que desprovido de alegria, tornou-se um ato quase reflexo — a verdade, afinal, é uma tapeçaria complexa de sentimentos e máscaras.

A aurora de hoje me escapou, e com ela, a imagem dele que tanto preenche meus pensamentos. Deixei meu lar sem testemunhar o despertar do sol, carregando um corpo marcado pela dor e pela exaustão. Cada fibra do meu ser parecia se rebelar, clamando por descanso, enquanto meus pés, marcados pelo esforço, e minha mente, turva pela vertigem, lutavam para manter-se firmes.

— A pausa terminou, meninas... Está pronta senhorita Rebecca? — indagava a senhora Jones, minha estimada professora de balé, com um olhar repleto de gentileza.

Ela, uma mulher cuja dedicação e paixão pelo ensino sempre me inspiraram, estendia sua mão em auxílio. No entanto, recusei o gesto, pois aprendi a me erguer por conta própria. A admiração que nutria por ela foi ofuscada ao descobrir as sombras de seu passado, um véu que encobria a luz que antes via nela.

Hoje, no entanto, desejo afastar tais pensamentos sombrios. Prefiro refugiar-me na contemplação dele, o garoto da janela, cuja presença em minha mente é o único alívio em meio ao caos. Ele é o farol em minha tempestade, a verdade inabalável que reside em meu coração.

Oh, meu garoto da janela,
sua ausência é a âncora de minha angústia.

A garota da JanelaOnde histórias criam vida. Descubra agora