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C A P Í T U L O D O Z E:
o céu havia escurecidoDiário do jungkook
29 de dezembro de 1998,
Querido diárioDois meses se passaram – dois meses de uma ausência que pesa como chumbo nos ombros e ecoa como um silêncio ensurdecedor nas câmaras do meu coração. A casa ao lado jaz imersa em sombras, as luzes outrora festivas agora extintas, como se a alegria tivesse fugido com sua partida.
Naquele dia fatídico, vi você ser levada, engolida pela voracidade de um carro que partiu sem promessas de retorno. Desde então, me pergunto se haverá um amanhecer em que seus passos adornarão novamente nosso caminho.
Sua mãe, a imagem da desolação, sustentada apenas pela força de sua filha, chorava um rio de desespero. E eu, paralisado, consumido pela impotência, desejei gritar, implorar, reter-te. Mas as palavras se perderam no abismo entre o querer e o poder.
Vi suas lágrimas, espelhos de uma dor que parecia dilacerar sua alma. E eu, refletindo seu sofrimento, senti uma angústia que nunca conheci – uma angústia que só se manifesta na sua presença.
Por que ele a levou? Por que seu pai, estátua de indiferença, não moveu um músculo? A raiva que me consumia era um fogo estranho, uma chama que nunca havia sentido antes.
E então, nossos olhares se cruzaram – você, uma estátua de dor, e eu, um espectador imóvel. Queria ser o herói, o protetor, mas me vi apenas como um covarde, incapaz de agir, de proteger, de ser algo além de um mero garoto inútil.
As vozes em minha mente me acusavam: covarde, covarde, covarde!
Seu olhar encontrou o meu, e naquele instante, o mundo silenciou. Seu nome foi chamado, um sussurro que cortou a quietude, e eu, por um momento, sorri – um sorriso que nasceu da dor, da perda, da inefável verdade de sua ausência.
Você se foi, desaparecendo diante dos meus olhos, deixando para trás apenas perguntas e um céu que chorava sua partida.
As sacolas caíram de minhas mãos, o pão esquecido enquanto eu me perdia em um mar de pensamentos e 'porquês'. Mamãe havia pedido para ir à padaria naquela manhã, eu nunca esqueci seus olhos trêmulos quando eu desabei em seus braços.
Naquele dia, o mundo perdeu sua cor, e eu, um pedaço da minha alma.
Oh minha garota da janela,
O seu nome foi tudo o que restou agora.Era VIOLETA,
Com perda e amor,
Jungkook.
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A garota da Janela
Fanfic𝐕𝐎𝐋𝐔𝐌𝐄 𝟏: 𝐚 𝐠𝐚𝐫𝐨𝐭𝐚 𝐝𝐚 𝐣𝐚𝐧𝐞𝐥𝐚 ━━━━━━━━━━━━━━ Jungkook sempre se sentiu meio obcecado pela sua vizinha da casa ao lado. Mas ao contrário do que todos pensariam, era algo completamente ingênuo e doce. Jungkook não tinha maldades e...