Lábios femininos

1K 60 41
                                    


Meu relato deste capítulo é: Lábios femininos viciam!

Porque ninguém tinha me apresentado esse mundo antes?


Chutar meus Crocs para o alto foi a primeira coisa que fiz ao chegar em casa, o chão limpinho e gelado é muito bem aceitos pelos meus pés. Caminho pela sala sentindo o cheiro de campo florido causado por cada vaso de flor espalhando por cada canto da casa. Tudo está calmo e silencioso, subo correndo pro meu quarto e abro a porta somente o suficiente para jogar a minha bolsa em cima da cama e cantarolando uma música grudada na minha cabeça por conta de uma certa cacheada, ando pelo corredor até chegar ao quarto das donas da casa.

A música que Áine cantou mais cedo grudou igual chiclete, não sei a letra, então fico apenas cantarolando a melodia. Ao chegar na porta do aposento das senhoras faço o mesmo toque que a Ana faz na porta da Elsa e logo escuto um: "Entre, minha flor". Toda sorridente adentro o quarto, caminhando até a cama noto um ser masculino todo esparramado ao lado de mamãe Emma enquanto ela meche em seus cabelos.

Esse safado tava aproveitando um carinho privado enquanto eu estava fora. Pois agora ele terá que dividir!

Me deito ao lado de mamãe e faço um biquinho manhoso. Ganho um beijo na cabeça e um carinho nas costas.

- Como foi o jogo? - dona Emma pergunta com os olhos na tv. Acho que ela está assistindo um filme de ação.

- Foi ótimo, mamãe! Fiz quatro gols! - meu entusiasmo é evidente só pelo tom da minha voz.

- Mentira.

- Verdade, mamãe! - levanto a cabeça e a olho. - Juro, juro, juro. - ela nega.

- Não acredito.

- Mamãe! Pode ligar pro treinador para confirmar. - balanço a cabeça positivamente. - Eu juro, fiz quatro gols!

A mulher ri e se senta me puxando para um abraço apertado.

- Eu acredito em você, meu amor. - ela deixa um beijo na minha testa. - Orgulho da mamãe. - me abraça de novo.

Escutamos um resmungo raivoso e começamos a rir. Achei que o sujeito estivesse dormindo.

- Você também é o meu orgulho, meu bebê ciumento. - mamãe beija a cabeça de Kai e bagunça seus cabelos castanhos. - Não precisa ficar com ciúme.

- Não estou com ciúme. - ele reclama e abre os olhos com muita preguiça. - A ciumenta aqui é a Selene.

- Sou mesmo. - admito o maior segredo do mundo trancado a sente chaves e jogado nas mais profundas profundezas do oceano. - O que é meu é meu, e o que não é meu, eu cuido como se fosse.

- Possessiva. - meu gêmeo fala puxando o braço de mamãe para ela voltar a fazer o cafuné no seu cabelo.

Dou de ombros e solto um suspiro deixando uma expressão triste tomar meu rosto ao lembrar de um pequeno garotinho de olhos verdes.

- Meu coração tá triste, mamãe.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa? - mamãe me olha preocupada.

- Não é nada comigo.

- Com as meninas?

- Não... - deito a cabeça em seu ombro e mexo no anel em meu dedo. - Eu fui pro parque com a Áine depois do jogo.

- Uhum... Continue.

- Tinha um menininho pedindo comida. - já sinto meus olhos começarem a arder. - O dono de uma barraquinha de comida o expulso... Como alguém pode negar alimento a uma criança, mamãe?

Pequena Polegar Onde histórias criam vida. Descubra agora