Posso te conquistar?

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Acho que não preciso dizer nada, a foto que escolhi já descreve bem meu estado nesse capítulo, não que eu tenha sofrido, só quase chorei com a porra da dor de ouvido, mas a gente releva isso e absorve apenas os outros pontos.

Sei que vão surtar e provavelmente me xingar um pouco, mas tenham paciência com essa pobre menina.

Beijinhos da Lene.






Pressiono cuidadosamente o pano morno em cima da minha orelha direita, meus olhos se enchem d'água quando sinto uma pontada forte no interior do ouvido, essa pontada se multiplica e parece ecoar dentro do meu tímpano.

Faz alguns minutos desde que a mamãe Jenna veio no quarto e me medicou com toda a paciência do mundo. Quem me conhece sabe que eu odeio tomar remédio, não importa qual. Nunca gostei. Desde pequena era sempre um sacrifício quando eu adoecia e precisa tomar os antibióticos. Eu dava um pequeno show, corria pela casa, me escondia de baixo dos móveis e até passava por entre as pernas das mamães e corria para longe quando elas tentavam me cercar, uma vez me escondi dentro do quartinho de produtos de limpeza, acabei adormecendo e só fui encontrada a noite, a polícia quase foi chamada. No final eu sempre acabava ingerindo o remédio contra a minha vontade, e ficava muito puta.

Hoje em dia eu só não faço mais todo esse show porque agora entendo que é para o meu bem e se eu quiser melhorar logo, devo tomar os remédios certinhos, porém sempre tento recorrer para algum chá curandeiro sempre que possível.

Assim que a mamãe Jenna entrou no quarto segurando uma caixinha de remédio, eu quase chorei, principalmente quando descobri ser em líquido e não em comprimido. Ela foi muito paciente e carinhosa, pingou as gotinhas calmante na minha boca e esperou o meu tempo de conseguir engolir aquele negócio amargo. Admito que fiz um pequeno drama para não tomar, mas no fim acabei aceitando quando uma dor forte no ouvido quase me fez gritar para todo o bairro ouvir.

No final da luta com o remédio, a mamãe Jenna me deu um beijinho na testa e me fez se aconchegar ainda mais na cama, ela foi até uma pequena prateleira de chão, olhou as várias pelúcias acomodada nela e escolheu uma raposinha que chamo carinhosamente de "Posy", desde pequena. Ela me entregou o bichinho de pelúcia e se retirou do quarto falando que realmente precisava terminar alguns trabalhos, mas qualquer coisa era só eu mandar uma mensagem que ou ela ou a mamãe Emma viria aqui.

Uma coisa que não me surpreendeu muito, mas também me deixou um pouco mais feliz, foi quando o meu irmão Kai adentrou meu quarto, eu estava de olhos fechados tentando dormir, senti quando ele ajeitou minha cabeça em cima do travesseiro e colocou um paninho morno em cima do meu ouvido, depois ele me deu um beijinho rápido na testa, ajeitou minha coberta e saiu do quarto.

Acho que alguns de vocês podem ter a pequena impressão de que eu e meu irmão não nos damos bem e que vivemos em pé de guerra a toda hora, não é bem assim, claro que nós brigamos, e não é pouco, mas na maior parte do dia nos damos muito bem. A nossa conexão de gêmeos é bastante forte, segundo nossa família.

O Kai é daqueles irmãos bastante protetores, apesar dele ter uma alma encapetada assim como a minha, na maior parte do tempo ele é bem mais responsável que eu. Nossas brigas são causadas mais por minha causa, eu amo perturbar ele e depois correr para trás das mamães quando o Kai ameaça me dar alguns cascudos na cabeça. Esse cidadão acha que só porque é mais velho seis minutos pode mandar em mim. É cada uma.

Saio da minha nuvem de pensamentos quando escuto batidas na porta do quarto.

- Pode entrar. - começo falando alto, mas diminuo a voz quando sinto uma pontada fina no ouvido.

Uma figura morena, usando uma regata rosa claro, um shortinho preto de algodão e um bucket também preto entra no quarto. Áine sorri quando me olha e eu sorriu de volta.

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