Chefe Rata

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"Quando Selene se aproximou de mim, meu coração acelerou."

Calma, Selene, mantenha a calma.

Me afasto da porta, ainda com a bandeja em mãos. Respiro fundo e, com a mão livre, esfrego o rosto. Dou um grito interno e me preparo para entrar no quarto. Aproximo-me da porta e sigo o mesmo esquema da música da Ana; então, entro.

- É aqui que estão esperando suco? - pergunto, chegando perto da cama. Áine me olha e acena com um sorriso.

Tio Alessio levanta da cama, passa por mim bagunçando meu cabelo e sai do quarto.

- Posso perguntar uma coisa? - Áine questiona, pegando um copo quando coloco a bandeja na cama e me sento ao seu lado. Aceno que sim. - Por que me chamou de Moana lá no hospital? - Bebi o suco sem desviar o olhar questionador dela.

- Bom, é sua princesa preferida. - Ela levanta a sobrancelha, quase soltando um "não me diga, eu nem sabia". Dou um sorriso e me preparo para continuar. - Um belo dia, estávamos assistindo ao filme pela milésima vez aqui na sua casa, e, brincando, eu te chamei assim, e pegou.

- Certo. - Deixa o copo na bandeja e vira o tronco de frente para mim. - Eu chamo vocês por algum apelido carinhoso?

A pergunta me faz sorrir.

- Vida, amore, amor... - Pondero um pouco, apertando a mão. - Benzinho...

- Quatro apelidos. - Áine sorri, um sorriso que agora ilumina o quarto. - Com qual eu chamo quem?

- De vida você chama as quatro, de amore é mais a Zari, amor é para todas também. - Coço o pescoço. - E benzinho sou eu.

- Por que "benzinho"?

Sinto meu rosto esquentar com a simples pergunta inocente. Dou uma risadinha nervosa, percebendo que nunca a perguntei o porquê desse apelido.

- Na verdade, eu não sei. - Confesso, estalando os dedos da mão. - Você só começou a me chamar assim e nunca mais parou.

Áine olha para o forro da cama, consigo ver a fumacinha saindo de sua cabeça.

- Eu sou uma pessoa tímida agora? - Volta a me olhar.

- Não. - Nego, rindo, o que faz Áine rir também. - Nem um pouco. Você é uma pessoa que faz o que quer sem se preocupar com nada, faz amizade rápido e é bem extrovertida, falando tudo sem medo.

Um toque de chamada ecoa pelo quarto. Áine pula da cama, vai até a mesa de estudos, pega o iPad e volta saltitando, com os olhos sorrindo.

- Vid! - Ela grita, se jogando de barriga para baixo na cama. - Por que não veio?

Me deito ao seu lado, vendo imagem de Vídia sentada em sua cama, agarrada em um travesseiro.

- Eu tive uma reunião com meu pai. - Vid diz, dando de ombros. - Como você tá?

- Eu tô bem... - Áine junta as sobrancelhas. - Meio perdida, mas bem. A Lene tava me contando algumas coisas.

Vídia me olha com um sorriso ladino e uma sobrancelha erguida. Nego rapidamente, e ela ri.

- Me fale da sua vida de agora. - Minha Moana pede, apoiando o iPad no travesseiro, ficando apoiada nos cotovelos.

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