L'amoureuse

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"Car je suis l'amoureuse, oui je suis l'amoureuse/ Et je tiens dans me mains la seule de toutes les choses /Je suis l'amoureuse, je suis ton amoureuse/ Et je chante pour toi la seule de toutes les choses /Qui vaille d'être là, qui vaille d'être là"

Em 11 horas estavam em Paris, em um outono quase inverno europeu. Charles de Gaulle era um aeroporto imenso, e elas quase se perderam lá dentro, rendendo muitas risadas delas. Tudo era motivo de alegria. Era a primeira viagem só delas e tudo era composto de uma repleta aventura.

Os cachos de Pitel atraía olhares de vários franceses e francesas, o que despertava em Fernanda um forte ciúme.

- Tira o olho da minha mulher, seus arrombados. - Falava em alto e bom som achando que ninguém estava entendendo. Isso despertava muitos sorrisos em Pitel.

- Mas mulher olha pra isso... - Pitel falava desconcertada.

Paris era linda, era a primeira vez das duas lá, o hotel estava localizado em uma região central próximo à Square Cambronne. Pitel organizou tudo, da janela do quarto dava para ver a Torre Eiffel, elas tinham um roteiro para aproveitar todos os dias. Era a viagem dos sonhos. Fernanda leu o roteiro com avidez procurando pelo destino dos seus sonhos e ele estava lá: Moulin Rouge, quando achou beijou a mulher e agradeceu por ela em sua vida. Por mais que Fernanda tentasse agradecer ela não conseguia expressar como Pitel a fazia bem e a completava. Parecia algo de outras vidas, aliás não parecia ela tinha certeza.

Nenhuma das duas falava francês, mas arriscavam no inglês, o que não era bem visto pela população local, mas era o máximo que elas podiam fazer. Quando visitavam algum museu ou restaurante, faziam piadas com a pronúncia buscando a tradução no google. Fernanda que tinha uma queda por culinária queria conhecer os pratos mais diferentes, na desculpa que não sabia quando ia comer de novo. Não eram raros os momentos que lembravam das crianças, Pitel prometeu que iriam fazer muitas viagens acompanhadas deles. Foram em Notre-Dame, onde Fernanda tirou uma foto para eles com a legenda "O corcunda está aqui", o que fez Laura dar pulos de alegria no Brasil e pedir uma foto das mães com ele. 

- Olha você iludindo as crianças - Pitel respondeu culpando a carioca que parecia também uma criança no lugar.

Visitaram o Museu do Louvre e Fernanda sabia vários detalhes dos quadros que estavam expostos. A energia da mulher estava no alto, estava tão excitada que nem dormiu e nem deixou Pitel dormir. Ficava falando o que iam fazer no dia seguinte, falando da roupa dos franceses, dos pratos que comeram e quais ainda iriam comer.

- Tá bem mulher, mas se a gente não dormir, amanhã não fazemos nada.

- Deixa de disso Pitel, amanhã quero visitar a Channel, Dior. Que dia vamos conhecer Moulin Rouge? - Pitel já tinha apagado nessa hora, Fernanda olhou para ela dormindo sorriu e foi para a janela onde se via a Torre Eiffel iluminada. Se ela estivesse sonhando não queria acordar nunca mais.

O dia para Fernanda começou cedo e mais cedo ainda para Pitel, que queria descansar um pouco mais. Elas se arrumaram e desceram para o café, Fernanda falou para descerem prontas, não queria perder um só minuto na cidade, Pitel então arrumou sua bolsa, colocou o que achava mais importante e desceu correndo atrás de Fernanda que já pedia o elevador.

- Mulher, nunca te imaginei assim, agora acho que Laura mais velha vai ser igual você. - Fernanda a abraçou, beijou e respondeu:

- Ela já é igual a mim, meu amor! Eu sou assim, quando estou muito feliz. Obrigada! Você é muito linda, sabia? - Pitel sorriu apaixonada, amava Fernanda com todas as forças.

No café comeram o croissant original e baguette, com geleia de frutas, tudo devidamente registrado por Fernanda em suas redes sociais. Pitel ligou de vídeo para os pais, que ficaram muito felizes com a viagem das duas e pediram que elas voltassem a Maceió o quanto antes pois tinham saudade de todos. Fernanda ligou para Gabriel e falou com os filhos, disse que ia trazer várias coisas da Disney para eles, e que a próxima viagem iriam todos para Disney.

O dia foi só de passeios, à tardezinha com o dia ainda claro, Pitel pediu à Fernanda que voltassem ao hotel.

- Mas Pity, voltar no hotel pra quê?

- Oh minha gostosa, vamos tomar um banho trocar de roupa, quero jantar fora com você hoje. Te quero linda e cheirosa pra mim. - Pitel negociava com Fernanda da mesma forma que fazia com Celo e Laura, ela chegava a achar engraçado a felicidade da mais velha.

- Hummm, jantar fora é? Você está muito mal intencionada Giovanna - Há muito tempo Pitel não ouvia seu nome da boca de Fernanda e isso despertou um arrepio em seu corpo.

Fernanda estava estonteante com um vestido tomara que caia vermelho, quando chegou no quarto encontrou Pitel de roupão finalizando seus cachos, passou um perfume e foi beijar a mulher. Quando Pitel a viu perdeu a respiração, Fernanda ainda seduzia ela como no primeiro dia em que a viu no meio de tantos alunos no galpão. Pitel vestiu um vestido colado verde que fez Fernanda querer tirá-lo ali mesmo. 

- Onde vamos?

- É surpresa - Pitel respondeu escondendo o sorriso.

Quando chegaram à Torre Eiffel, Fernanda ficou perdida. De repente Pitel encaminhou ela para subir pela torre.

- Não íamos jantar?

- Estamos indo meu amor.

- Mas aqui Pitel? Isso deve ser uma fortuna.

-Nanda quantas vezes vamos jantar em Paris? - Pitel a abraçou.

Ao chegarem no Le Jules Verne Pitel falou seu nome que estava na reserva, foram encaminhadas para uma mesa com vista para Paris e principalmente Champs-de-Mars. Sentaram uma do lado da outra, quando o vinho chegou brindaram à elas. Pitel pediu Turbot com caviar gold e Fernanda pediu Vitelo assado com legumes à la blanquette. A música dava ao ambiente todo um clima parisiense. Elas comentavam sobre o dia enquanto aproveitavam todo o momento. Quando Pitel falou:

- Nanda preciso te falar uma coisa. - Falou colocando a mão em sua bolsa, enquanto Fernanda tomava seu vinho e lhe arqueou as sobrancelhas.

- Nanda, - Pitel retomou - eu nunca imaginei que quando falei com meus pais para mudar para o Rio eu ia encontrar você. Desde o primeiro dia de aula, no galpão quando você falou seu nome e falou que era uma loba, meus pensamentos nunca saíram de você - Fernanda sorria - Você, sua família, sua personalidade, seu corpo, seu cheiro, enfim, tudo que faz parte de você completa meu mundo. - Fernanda sorria ainda mais - Completa tanto Nanda, que eu não sei viver nem um dia mais longe de você. - Pitel deu uma pausa, estava nervosa, precisava respirar -Eu não sei se você sente por mim o mesmo que sinto por você, mas é algo que muito mais forte que eu - Fernanda sorria, mas agora com lágrimas nos olhos. Pitel segurou mais firme um objeto em sua bolsa. - E é por isso que eu quero te falar isso agora, porque acho que já esperei tempo demais. - O coração de Fernanda disparou, Pitel pegou uma caixinha da bolsa - Fernanda Bande, você aceita casar comigo?

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