16 - silence

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Sétima chicotada.

E ali como a minha última, ainda conciente, eu acabo desmanhando pela força e dor que eu sentia.

Tom havia me violentado e a dor eu não havia suportado.

(...)

Um banho, era a única coisa que me restava para tentar fugir do sentimento da sujeira e nojo que eu sentia em meu corpo. Eu me sentia suja, vulnerável e ridícula, literalmente um pedaço de carne podre.

Agora, em frente ao espelho, eu me olhava minuciosamente intercalando o olhar das minhas pernas para o meu rosto, abatido e esquelético ja que agora eu me recusava a comer.

Em minhas pernas havia um grande corte, pela fivela do cinto, que ia de uma perna a outra sem contar as grandes manchas roxas que "enfeitavam" a minha perna, assim como as manchas em amarelo e verde escuro.

Era noite, o silêncio dominava a casa Kaulitz assim restando somente a minha respiração descompassada no banheiro me fazendo assim, cair na real de tudo que havia acontecido.

Uma lágrima silênciosa desce dos meus olhos passando pelas minhas bochechas rosadas e finalmente, caindo no meu queixo e pingando em minha clavícula.

Ainda no silêncio, a minha mente martelava me perguntando o porquê? Por que isso está acontecendo comigo? O que eu fiz? Fui uma má pessoa? Não, Impossível! Eu sempre tratei todos bem...

Então o que houve? O que eu fiz de errado? É o karma de uma vida passada?

Não importa! Nada importa agora, nada e nem ninguém justificaria o que eu passo aqui nesse inferno e que pior ainda convivo com o diabo.

Eu não podia, eu não posso e nunca poderei passar por isso.

Minha mãe costumava dizer um ditado, que na época, não me fazia sentido e que sinceramente eu achava tosco e idiota.

"Quando o diabo não vem, ele manda o secretário."

Não vou mentir, eu não achava que ele era o secretário ou o braço direito, pior que isso, eu achava que ele era o próprio, aquele que um dia foi um anjo lindo e que por sua ambição de querer ser mais que Deus foi derrubado.

Literalmente, o anjo caído.

Anjo que agora se tornara um demônio, o pior de todos e aquele que mais tortura, o próprio satã.

Uma batida na porta me faz sair dos meus pensamentos que agora não mais eram dirigidos a Tom ou qualquer figura religiosa, agora eu me concentrava em saber quem bateu na porta.

- Celeste saia dai, tem 20 minutos para se arrumar. - A voz de Tom soa como um giz se arrastando em uma lousa. Um som agudo e estridente.

Não respondo nada.

Arrumo o meu roupão novamente, tento me deixar o mais coberta possível, quanto menos Tom me visse melhor era.

Saio do banheiro em silêncio tentando fazer o menor barulho possível, quase que literalmente, pisando em ovos.

Abro a porta do quarto vendo Tom sentado na ponta da cama, como de costume. Meu coração acelera e logo um pânico tenta tomar de conta de mim, mas não, eu não posso, eu não devo.

Bloodsport - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora