08 - Now I know I'm trash

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- Então é recíproco. - É a última coisa que ele diz antes de sair do quarto me deixando lá sozinha e me sentindo deplorável.

Não consigo conter as lágrimas e automaticamente começo a chorar.

É, eu realmente estava sozinha.

(...)

A noite havia chegado, eu ainda estava mal em relação a tudo que havia acontecido antes. A minha mente martelava o tempo todo "E se ele tivesse continuado?" Ou "será que ele é realmente capaz de fazer isso?"

Essas perguntas ecoavam na minha mente afim de encontrar uma resposta para suprir a minha necessidade de saber.

Me sentindo deplorável, suja e incapaz, eu me olhava no espelho olhando cada detalhe do meu rosto mas mantendo sempre o olhar quieto e monótono.

A minha roupa estava simples, depois da desavença com Tom, eu não queria desafiá-lo eu sabia que ele venceria e eu não queria mais uma derrota na minha vida. Uma calça jeans, uma blusa rosa de alcinha e o meu famoso tamanco branco.

Arrumo o meu cabelo pela última vez no espelho dando uma última conferida.

Pego a minha bolsa que estava em cima da cama e saio do quarto descendo as escadas indo para a sala onde provavelmente todos ja estavam.

Eu estava "feliz", eu iria sair pela primeira vez de verdade depois de me tornar oficialmente uma prisioneira de Tom.

- Está linda Celeste. - Georg diz sorrindo olhando para mim.

- Obrigada. - Coloco uma mecha de cabelo atrás da minha orelha olhando para ele.

- Não precisa ficar agindo como uma puta quando homens te elogiam. - Claro que o maldito Tom sempre tinha que aparecer. - Sei que tem essa identidade de prostituta, mas se for para fuder com alguém que seja comigo. - Tom chega perto de mim colocando a mão na minha cintura deixando um beijo no meu pescoço.

Fico visivelmente desconfortável, era estranho, o toque dele era forte e agressivo não era nem um pouco confortável.

Me esquivo um pouco tentando sair do toque dele. Tom percebe e me segura com mais força chegando a doer.

Dou um gemido de dor.

- Se eu fosse você só gemeria assim na minha cama. - Ele susurra no meu ouvido.

Nesse momento, Elle e Bill chegam sempre com carícias e momentos fofos.

- Ta gostosa ein Celeste? - Elle diz sorrindo olhando para mim.

Depois do ocorrido que Tom havia raspado o cabelo dela, Bill comprou várias perucas para ela, de todas as cores e modelos. Ela adorava, todos os dias aparecia com um cabelo novo.

O cabelo de hoje era um loiro global que ia ate sua cintura extremamente liso, Elle estava linda como sempre.

- Eu que o diga, ficou linda com esse cabelo. - Sorrio olhando para ela.

- Gostou? Eu amei também. - Elle sorri animada, era bom ver ela sorrindo depois de tanta coisa.

- Então, vamos? - Gustav diz impaciente.

Todos concordam e assim é feito.

Encaro o carro de Tom um pouco, antes de entrar. Eu estava com medo, porque foi por conta de um maldito dia como esse que eu parei nessa situação deplorável que eu me encontrava agora.

- Vai ficar encarando ou vai entrar no carro? - Tom questiona um pouco irritado, nada que não seja novidade.

- Estou indo. - Vou em direção a porta de trás para entrar nos bancos de trás.

- O que pensa que está fazendo? - Tom pergunta com um ar de questionamento genuíno.

- Estou entrando, literalmente fazendo o que você pediu. - Digo de forma obvia. O ele esperava?

Tom vai ate mim me puxando, ele abre a porta do carona me jogando no banco. Tom da a volta no carro entrando, obviamente no banco do motorista.

- Olha, é a primeira é a última vez que eu falo isso. - Tom diz olhando para mim em um tom irritado. - Você é a minha mulher, e mulher minha anda do meu lado.

Mulher? Mulher? Fazia tanto tempo que eu só era tratada como cachorro e só escutava palavras como, puta, vadia, idiota, peste etc...que eu ja havia ate me esquecido o que eu era, uma mulher...

- Mulher? - Questiono ainda perdida na embriagues pela palavra dita pelo garoto.

Tom suspira fundo dando partida no carro ignorando totalmente a minha reação de mais cedo.

Mulher...eu era mulher dele.

Isso não me alegrava, óbvio que não. Mas por algum motivo, era bom escutar essas palavras da boca dele, estranho eu sei.

Talvez eu estivesse maluca, ou talvez eu só esteja tendo uma grande síndrome de Estocolmo, bom, eu não sei, só sei que eu não estava gostando do que eu estava sentindo.

- Anda desce. - A voz de Tom me tira mais uma vez dos meus pensamentos, o que era rotineiro ja que eu havia me tornado, ou eu sempre havia sido, uma garota que mais devaneia do que vive.

Desço do carro percebendo que estávamos no mesmo lugar onde todo esse pesadelo havia começado, foi aqui que tudo começou...

Tudo estava o mesmo, as meninas com as suas saias minúsculas fazendo questão de rebolar em frente aos rapazes que babavam e batiam nas bundas das meninas e claro os carros que faziam barulhos altos pelos motores de potências enormes.

- Não se separe de mim, não quero arrumar confusão por sua causa. - Tom diz olhando para mim que apenos retribuo o olhar.

Surpreendentemente, Tom passa a mão pelo meu ombro colando o corpo dele no meu fazendo os pelos do meu braço arrepiar.

- Eai Tom, ta com um brinquedinho novo? - Um cara asiático diz com um sorriso de orelha a orelha olhando para Tom.

- Ah sabe como é né cara? Quem fica parado é obra de prefeitura. - Tom disse em tom de brincadeira olhando para o cara.

Eu sabia que eu era um objeto mas saber disso na cara doia muito.

- Boa escolha, quando enjoar dela me empresta. - O cara pisca um olho para mim fazendo o meu estom
estômago revirar.

- Vai realmente querer o meu resto? - Tom pergunta se divertindo horrores com a conversa. - Ótimo, se é assim logo ela será toda sua.

Eu não aguentava escutar aquilo e ficar calada, como? Como ele tinha coragem de falar aquilo?

- Eu não sou um objeto e eu não vou ser resto de ninguém. - Tento me defender.

- Pelo contrário, se está com Tom o destino é certo. - O cara diz em tom de deboche. - É só perguntar para qualquer uma dessas meninas, elas vão te falar quem é realmente Tom Kaulitz.

- Não acha que ja está falando demais Tej? - Tom diz olhando para o menino sem quebrar contato visual. - E você Celeste, o que havíamos conversado antes de sair do carro? Acho bom se comportar.

Tom suspira e da uma risada nasal.

- Eu nem sei porque estou me explicando para você, você é tudo que ele falou mesmo. - Tom, que a essa altura, ja havia me soltado, olha para mim de cima a baixo.

Lixo, era exatamente assim que eu me sentia agora. Eu me sentia dão deplorável que eu poderia literalmente morrer agora e não iria me arrepender do que eu estou pensando.

- Ótimo, vai se ferrar Tom. - Me solto dele entrando no meio da multidão e andando para longe de Tom.

Tom é o meu demônio, meu karma e eu sabia disso.
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Desculpa a demora, estou corrida aqui porém finalmente liberei. O que será que vem por ai? Vamos ver né?

LIZZIE


Bloodsport - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora