Minha Loucura Mais Lúcida [Eruri]

09. De Vizinho Para Vizinha

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Boa leitura♡
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Levi abriu a geladeira, mas havia sentido a mesma sensação de levar um tiro.

Não tinha praticamente mais nada, legumes, verduras, carne, nada. Quando foi a última vez que pisou o pé no supermercado?

Ele precisava urgentemente rever sua rotina de cuidados com a sua alimentação, na verdade ele precisava criar uma, para começo de conversa.

Seu estômago roncou, comer miojo quase toda noite não estava o fazendo bem.

Levantou o braço e então cheirou sua axila, não estava fedendo, mas ainda sim precisava de um banho.

Caminhou em direção ao banheiro, lá dentro encarou o espelho de vidro de tamanho médio, colado na parede, sem nenhuma mancha. Seus cabelos estavam o ó e ele tinha um belo par de olheiras. Talvez devesse tentar fazer skin care.

Tirou suas roupas adentrando o box, então ligou o chuveiro deixando a água quentinha tocar seus ombros, deixando-o aquecido e... feliz, tinha certeza que uma das suas maiores  conquistas havia sido o chuveiro a gás. As lembranças de ter que se levantar as seis da manhã e tomar banho com água gelada não eram nada confortáveis.

[...]

Já estava vestido, uma camiseta simples preta, e um short pouco acima do joelho, jeans, também preto. Existia uma voz em sua cabeça que o dizia para parar de vestir apenas preto, mas tinha outra que o incentivava ainda mais. O chinelo era branco oras!

Se encarou no espelho do guarda roupa, não importava o quanto tentasse se livrar dessa ideia, ela nunca ia embora, shorts abaixo do joelho eram horríveis, quer dizer, não para os outros, eles que se fodam, mas pra si, já era pequeno, ficava menor ainda.

Balançou a cabeça e borrifou um pouco de perfume no seu pescoço, encarou-se mais uma vez no espelho, sorrindo, agora sim, limpo e cheiroso.

Pegou as chaves da motocicleta em cima da cômoda e saiu de seu quarto, as vezes, só as vezes, sentia um pouco de vontade de se matar ao lembrar que tinha uma bobber. Apesar da sua ter sido relativamente barata não deixou de ter custado alto.

— Foco Levi, a única coisa que tem na sua geladeira é água.

[...]

O Ackerman estava voltando para casa de longe já ouvindo os gritos. Tiveram motivos para sua moradia não ter sido cara. Nanaba sua vizinha tinha a porcaria de um namorado chato para o inferno.

Odiava aquilo com todas as suas forças, no começo tentou a ajudar, mas a mulher recusou da maneira mais educada possível, lembrava-se do brilho nos olhos, a marca vermelha no pulso, o cabelo sendo posto atrás da orelha, ela ainda tinha esperanças de que aquele homem tomaria jeito.

Levi prometeu a si mesmo não se meter mais na vida da mulher, ele sequer a conhecia direito.

Era mais um dia de gritaria, onde pegaria seus tampões de ouvido e tentaria controlar sua raiva ao máximo para não adentrar a residência alheia e ser preso por agressão.

Olhou para as compras presas na moto por uma liga.

Desligou a motocicleta e tirou o capacete, seu sangue já encontrava-se em ebulição. A voz daquele desgraçado estava fazendo sua cabeça doer.

Desceu do veículo pronto para entrar dentro de casa, para piorar sua situação pingos de chuva começavam a cair.

Mais uma vez.