É um capítulo mais longo do que o comum, mas peço que leiam ele todo de una vez, mastigue, saboreie e engula cada palavra aqui escrita.
(Saiu poético né?)
Boa leitura♡
___________________________________Seus olhos vidraram na pessoa à sua frente. Era ele. Era Erwin Smith. Era o homem que roubou as poucas horas de sono que tinham lhe restado, o homem que lhe roubou o resto de seu juízo, roubou todo seu senso, arrancou a força de si todo os seus limites.
Tinha medo de olhá-lo nos olhos e ceder ao outro, era última coisa que desejava; ser fraco, não se entregaria à alguém que o via apenas como um passa tempo, se bem quê que a mínima oportunidade de mantê-lo perto de si o Ackerman se sentia carente de agarrar firmemente e não deixá-la escapar.
Sem falar que ele estava mais lindo do que nunca, quando começou a achar que aqueles cabelos lambidos ridiculamente loiros bonitos? Sem falar que ele estava praticamente com a mesma roupa de sempre. Uma calça de alfaiataria e uma camiseta social. Na verdade não, Erwin usava uma calça branca, também de alfaiataria, e uma camisa azul bebê também social, e por último um tênis branco que com certeza deveria ser ortopédico porque Erwin era como um senhorzinho de 60 anos.
Levi balbuciou com a cabeça e olhou novamente para o loiro a sua frente, iria expulsá-lo, nem que doesse mais em si do que no outro.
Porém o Smith foi mais rápido do que ele, parecia completamente necessitado — Levi! — Soou como uma súplica, acompanhada de olhos de cachorro abandonado, deixando o julgar ainda mais concreto, fora como uma bala que atravessara seu peito drenando sua vontade de viver aos poucos.
Ver aquele rosto que sorria meigo semanas atrás, e agora o observava distante como se fosse uma fera capaz de destroçá-lo em milhares de pedacinhos o fazia ter medo de si próprio. Era temeroso ver que o único que insistiu em não julgá-lo por sua personalidade bruta e fria o olhar exatamente como todos os outros, como todos aqueles que Levi desejava distância, mas não dele, nunca, jamais, nem quando viu que Erwin estava nos braços de outra Levi o julgou ser exatamente igual aos outros.
Ah, era verdade, os braços de outra. Uma mulher, uma mulher que ele quis roubar o lugar, mas não era burro ao ponto de fazer isso, não queria ser humilhado daquela forma. Apesar de almejar aqueles olhos de oceano apenas tendo a si como foco tinha uma intrusa ali, e Levi recusava-se a disputar um homem com outra mulher, não se rebaixaria áquele ponto, jamais.
— Vai embora! — Queria exaltar todo seu ódio, autoconfiança e fé em si, que apesar de não existirem insistiu que habitavam, mesmo que uma pequena parte, do seu ser, no fim sua voz saiu trêmula e quebrada, sem falar que estava de cabeça baixa como o perdedor ridículo que era.
Erwin sentiu seu coração se quebrar, era por isso que não quis vir atrás dele, era disso que tinha medo; ser rejeitado pela única pessoa qual permitiu-se sentir algo a mais.
— Não! — Foi rude levantando o olhar percebendo o quão abatido o moreno estava, saiu de sua casa até aqui, não poderia simplesmente ir embora e esquecê-lo, nem se quisesse seria capaz.
Levi cerrou seus punhos levantando sua cabeça, exibindo sua situação lamentável. — Vai embora!
— Por quê?! — Exasperou Erwin — Se quer tanto que eu vá embora ao menos me diga o porquê. — Usou seu último sopro de voz.
Levi soluçou, aquilo era muito doloroso de se dizer, era amedrontador dizer aquilo para alguém. Como iria olhar na cara de Erwin e simplesmente dizer: "Eu vi você beijando outra pessoa e me senti traído, mesmo sabendo que não temos nada." Como iria olhá-lo nos olhos e dizer que nasceu num corpo trocado? Como passaria pela vergonha de explicar como e quem era? Pessoas normais não faziam aquilo. Elas simplesmente não precisavam fazer aquilo. Queria gritar aos quatro ventos que ele fora o único que tocou seu coração, mas como faria aquilo? Como se declararia em meio à tantos obstáculos? Em meio a tanta confusão?
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Minha Loucura Mais Lúcida [Eruri]
Fanfiction"Ludibriado ou lúcido, quero estar com você, Ackerman" Erwin é atormentado por seu amigo, para lhe fazer companhia, durante uma tarde em um haras onde os pais do homem são sócios, negou de primeira, ele sequer sabe montar, por que iria em um lugar d...