17. Porque Eu Te Amo

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É um capítulo mais longo do que o comum, mas peço que leiam ele todo de una vez, mastigue, saboreie e engula cada palavra aqui escrita.

(Saiu poético né?)

Boa leitura♡
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Seus olhos vidraram na pessoa à sua frente. Era ele. Era Erwin Smith. Era o homem que roubou as poucas horas de sono que tinham lhe restado, o homem que lhe roubou o resto de seu juízo, roubou todo seu senso, arrancou a força de si todo os seus limites.

Tinha medo de olhá-lo nos olhos e ceder ao outro, era última coisa que desejava; ser fraco, não se entregaria à alguém que o via apenas como um passa tempo, se bem quê que a mínima oportunidade de mantê-lo perto de si o Ackerman se sentia carente de agarrar firmemente e não deixá-la escapar.

Sem falar que ele estava mais lindo do que nunca, quando começou a achar que aqueles cabelos lambidos ridiculamente loiros bonitos? Sem falar que ele estava praticamente com a mesma roupa de sempre. Uma calça de alfaiataria e uma camiseta social. Na verdade não, Erwin usava uma calça branca, também de alfaiataria, e uma camisa azul bebê também social, e por último um tênis branco que com certeza deveria ser ortopédico porque Erwin era como um senhorzinho de 60 anos.

Levi balbuciou com a cabeça e olhou novamente para o loiro a sua frente, iria expulsá-lo, nem que doesse mais em si do que no outro.

Porém o Smith foi mais rápido do que ele, parecia completamente necessitado — Levi! — Soou como uma súplica, acompanhada de olhos de cachorro abandonado, deixando o julgar ainda mais concreto, fora como uma bala que atravessara seu peito drenando sua vontade de viver aos poucos.

Ver aquele rosto que sorria meigo semanas atrás, e agora o observava distante como se fosse uma fera capaz de destroçá-lo em milhares de pedacinhos o fazia ter medo de si próprio. Era temeroso ver que o único que insistiu em não julgá-lo por sua personalidade bruta e fria o olhar exatamente como todos os outros, como todos aqueles que Levi desejava distância, mas não dele, nunca, jamais, nem quando viu que Erwin estava nos braços de outra Levi o julgou ser exatamente igual aos outros.

Ah, era verdade, os braços de outra. Uma mulher, uma mulher que ele quis roubar o lugar, mas não era burro ao ponto de fazer isso, não queria ser humilhado daquela forma. Apesar de almejar aqueles olhos de oceano apenas tendo a si como foco tinha uma intrusa ali, e Levi recusava-se a disputar um homem com outra mulher, não se rebaixaria áquele ponto, jamais.

— Vai embora! — Queria exaltar todo seu ódio, autoconfiança e fé em si, que apesar de não existirem insistiu que habitavam, mesmo que uma pequena parte, do seu ser, no fim sua voz saiu trêmula e quebrada, sem falar que estava de cabeça baixa como o perdedor ridículo que era.

Erwin sentiu seu coração se quebrar, era por isso que não quis vir atrás dele, era disso que tinha medo; ser rejeitado pela única pessoa qual permitiu-se sentir algo a mais.

— Não! — Foi rude levantando o olhar percebendo o quão abatido o moreno estava, saiu de sua casa até aqui, não poderia simplesmente ir embora e esquecê-lo, nem se quisesse seria capaz.

Levi cerrou seus punhos levantando sua cabeça, exibindo sua situação lamentável. — Vai embora!

— Por quê?! — Exasperou Erwin — Se quer tanto que eu vá embora ao menos me diga o porquê. — Usou seu último sopro de voz.

Levi soluçou, aquilo era muito doloroso de se dizer, era amedrontador dizer aquilo para alguém. Como iria olhar na cara de Erwin e simplesmente dizer: "Eu vi você beijando outra pessoa e me senti traído, mesmo sabendo que não temos nada." Como iria olhá-lo nos olhos e dizer que nasceu num corpo trocado? Como passaria pela vergonha de explicar como e quem era? Pessoas normais não faziam aquilo. Elas simplesmente não precisavam fazer aquilo. Queria gritar aos quatro ventos que ele fora o único que tocou seu coração, mas como faria aquilo? Como se declararia em meio à tantos obstáculos? Em meio a tanta confusão?

Minha Loucura Mais Lúcida [Eruri]Onde histórias criam vida. Descubra agora