15. Minha Casa Sem Um Pedaço De Mim

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Não ficou tão bom, mas prometo fazer vocês chorarem no próximo capítulo 👍

Boa leitura ♡
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Já havia se passado três semanas, inúmeras mensagens enviadas de Smith para Levi não foram respondidas muito menos vizualizar. Inúmeras idas ao haras, mas nenhum sinal do menor.

Algo se remexia em seu interior em busca de uma resposta. Não estava entendendo. Pensou ter ido rápido demais, porém lembrava-se muito bem do sorriso doce, e de como o outro correspondeu o beijo. Tinha plena certeza de que não tinha sido isso.

— Por que não vai na casa dele? — Indagou Hange sentado no sofá da sala com o cotovelo apoiado nas costas do sofá e a mão apoiando o queixo.

— Eu acho que seria meio invasivo. — Estava estirado sobre o assento com um enorme vão entre suas costas e o sofá.

— Ah, invasivo meu pau. Se você quer falar vai lá, porra. — Soou mais como uma bronca do que uma motivação.

— Eu tô com medo de encarar e ele dizer não. — Olhou de relance para Hange.

— Você nunca vai saber se ele vai dizer que quer ou que não quer ficar com você se não correr atrás dele dizendo que você tá ficando louco só de imaginar ele com outro.

Erwin fez uma expressão enojada. Nunca sequer havia pensado na hipótese de Levi ter outro cara. Cruzou os braços agora bravo. Não deixaria Levi ficar com outro cara, em hipótese alguma.

— Eu te falei sobre a Marie? — Tentou mudar de assunto.

— Não.

E lá se foram longos minutos explicando o que havia acontecido. Erwin não se atreveu a contar aquilo para mais ninguém, tinha muito medo de ser julgado. O que aconteceria afinal? Diria que sua ex havia o assediado? No máximo iam rir da sua cara e dizer para reatar o namoro. Nunca levariam aquilo a sério.

— Puta desgraçada! — O acastanhado exasperou servindo whisky para si e para o loiro.

Como um ser humano era capaz de fazer aquilo? Lembrava-se de Marie, de quando ela e Erwin eram um casal. A loira nunca fora muito chegada a si, mas nunca o ofendeu ou o menosprezou, não de maneira direta ou na frente do Smith. Ela sempre teve o sonho idiota de se casar, ser dona de casa e ter inúmeros filhos. Francamente, sabia desde o início que não era aquilo que Erwin buscava, muito menos naquela época em que fazia de tudo para agradar minimamente seus pais.

Sequer podia contar nos dedos as inúmeras vezes em ela fora preconceituosa e discriminou outros ao seu redor, mas sempre alegava ter sido criada assim. Francamente. Sentia vontade de esfregar a cara daquela puta barata no asfalto.

— Corre atrás dele. — Hange ordenou — Ele te faz bem, eu nunca tinha te visto sorrir como você sorriu nos últimos meses. — O moreno tentou parecer alguém responsável, o que impressionante estava funcionando.

— Tipo agora? — Erwin questionou com um sorriso incrédulo no rosto, Hange sempre foi a maluca das ideias mirabolantes, nem sabia porquê estava surpreso.

— É! — Pulou no sofá animado.

—  Nem ferrando. — Erwin começou a sorrir desesperado. Não estava pronto para bater na porta de Levi e ser enxotado dali, não estava nenhum pouco afim de correr atrás de Levi e ser mandado embora embora logo em seguida.

Sim, ele assumia, envergonhado de si próprio, ele era um covarde, o da pior espécie, aquele que abandona algo que jurou estar por perto para sempre. Nunca se orgulhava de seu ser por ser tão fajuto e desnecessário.

Queria tocar cada centímetro do corpo de Levi, poder chamá-lo de seu e olhar na cara das pessoas e dizer a elas que ele era seu namorado. Deus! Aquele era o seu sonho!

Escutou o celular vibrar no bolso olhando a tela. — Porcaria — Ele havia se esquecido completamente, tinha marcado de visitar seu pai.

— Que foi, ele te mandou mensagem?

— Quem dera. — Sorriu frouxo — Vou visitar meu pai, e ele disse que tem algo importante para me contar. Sinceramente eu espero que seja algo bom. — Suspirou se levantando.

— Ele vai dizer que vai se casar com Lucian e você vai ser a daminha de honra — Hange sorriu do próprio comentário.

Erwin gargalhou alto — Não viaja Hange, meu pai não seria gay tendo se casado com uma mulher como minha mãe. — Já estava quase saindo da casa do amigo quando o ouviu gritar.

— Eu não teria tanta certeza disso!

[...]

Já havia chegado a residência onde seu pai e Lucian viviam, foram tantas lembranças, tantas emoções vividas num só lugar.

Sentiu seu coração errar uma batida dentro do peito. Estava hesitante e bater na porta.

— Erwin! — O que não foi preciso pois Lui praticamente pulou nos braços do loiro que o abraçou sem resistência alguma, sentiu tanta saudade daquele abraço. Amava aquele menino, tinha praticamente criado ele.

— Senti tanto a sua falta Lui. — inalou o cheiro do moreno, era exatamente o cheiro que recordava, cheiro de casa, de segurança.

— Lui, você vai sufocar o menino. — De longe pôde se ouvir a voz alta e risonha de August Smith.

— Desculpe. — O sangue correu pelas bochechas do moreno enquanto se afastava de Erwin.

— Oi pai. — O loiro sorriu, era um pouco engraçado pensar que se passou tanto tempo que agora era maior do que as duas pessoas que mais admirava em toda sua vida.

O homem barbado não demorou muito e também abraçou seu menino, sentiu tanta falta do seu filho, sequer recordava-se da última vez que esteve tão fisicamente próximo de seu filho. Sem sombra de dúvidas estava morrendo de saudade.

O Smith mais jovem não se sentia assim à tempos. Braços circulando seu corpo, um rosto conhecido que tanto amava, o rosto de seu pai, só de se lembrar do homem sempre o apoiando em quaisquer que fossem suas escolhas. Sentia-se mal por ter criado uma imagem tão pejorativa sobre alguém que sempre o amou e nunca o renegou.

Sem sombra de dúvidas ele estava casa, em casa com quem amava, não era apenas a residência cheia de memórias, não era o ambiente em que morou durante anos, não. Era o amor que tinha por as pessoas que vivem naquele local e que lhe faziam tão bem.

— Eu senti sua falta, mais do que tudo nesse mundo. — A frase foi sussurrada no ouvido do Smith mais jovem transmitindo toda saudade acumulada em todo aquele tempo cruel que os manteve distante, toda aquela covardia que tinham de ligar um para o outro, todo aquele medo de se odiarem quando se encontrassem de novo.

August amava seu filho, acima de tudo e qualquer coisa, se existia uma razão pela qual queria lutar para ser alguém melhor era por seu menino, ele era seu raio de sol num dia nublado, sua lua numa noite escura, seu pontinho de esperança no fundo do poço, e apesar de agora estar maior do que ele, Erwin foi e sempre seria o garotinho do papai.

Se separam lentamente deixando o frio percorrer novamente por seus corpos, os Smiths sentiam vontade de se abraçarem para sempre, de recuperarem todo tempo perdido, mesmo sabendo ser impossível.

— Então, o que querem me dizer? Já estou ficando ansioso — O loiro saltitou nervoso tentando se esquecer que tinha um problema muito grande para resolver com um moreno de olhos azuis.

August deu alguns passos para trás ficando próximo à Lucian sorrindo calmamente o loiro barbado sorriu, ponta sua mão na cintura fina do homem ao seu lado.

— Eu e Lucian estamos namorando.

"Hange boca maldita"


Continua?

Minha Loucura Mais Lúcida [Eruri]Onde histórias criam vida. Descubra agora