07. Boa companhia

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Boa leitura
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As vezes me pergunto porquê faço esse tipo de coisa.

Darius deve estar querendo me matar por estar roubando a profissão dele, ele com certeza vai me dedurar para Eliote.

Se bem que a culpa é minha. Eu não deveria estar perambulando por aí com um cliente enquanto deveria estar cuidando dos cavalos, mas o que aquele velho idiota pensa? Que eu sou um completo irresponsável?

Os animais estão muito bem alimentados e com água, já levei alguns para caminhar um pouco, coisa que nem é o meu serviço.

Não tem motivo para que ele se irrite tanto por estar ajudando um cliente.

Se bem que ele parece mais interessado em correr atrás de mim do que realmente montar, mas isso não me importa. Não é como se me incomodasse.

Erwin... nome peculiar, já havia subido no cavalo e estava mais uma vez atrás de mim, meu corpo estava ligeiramente mais próximo do dele dessa vez, não é incômodo, pelo o contrário é até um pouco... confortável.

Ele estava calado, talvez porquê estivesse com medo de sequestrá-lo. Já não estávamos mais no haras, na verdade, a área que era do haras não era apenas onde haviam instalações e pistas de corrida, mas sim todo o alqueire que cercava o local. Tínhamos espaço de sobra para poder cavalgar livremente por aí sem nenhuma preocupação. Bem, os clientes tinham. Mas as vezes eu dou as minhas escapadas.

[...]

Quando esse maldito loiro vai abrir a boca? Eu não estaria tão incomodado assim se ele não falasse pelos cotovelos.

Das vezes em que o vi ele parecia totalmente diferente, mais alegre, mais sorridente, agora ele parece um pouco disso também, mas... com um toque de melancolia.

Deveria me intrometer?

— Por que voltou?

— Estava confuso... eu meio que... queria um lugar pra poder espairecer.

Seu corpo estava todo tenso, ele está atrás de mim, eu posso sentir isso.

Resmunguei e continuei a olhar para a frente, estávamos nos afastando do haras, meu patrão vai querer me matar.

Ele começou a falar, tinha um toque especial de melancolia - Eu estou te atrapalhando não estou?

— É, tá sim. — seu corpo murchou. — Mas se eu tô aqui é porquê eu quero.

Não escutei nada vindo do outro e então Glako empacou, o que esse cavalo tem? Pelo amor de Deus, que não tenha machucado o casco.

— O que aconteceu? — o loiro parecia atônito.

— Também quero saber. Desça do cavalo. — o calor atrás de mim se foi e meu corpo saiu de cima do de Glako.

Andei ao redor do animal observando-o, ele parecia perfeitamente bem, o que diabos pode ter acontecido?

Especionei cada um de seus cascos e estavam todos perfeitamente bem, as ferraduras bem colocadas e os cacos estavam bem limpos, foi na perna?

Deveria estar parecendo um idiota enquanto procurava o problema com o equino, Erwin deve pensar que esqueci que ele está aqui.

Toquei cada pedacinho do corpo daquele folgado e ele não fez nada, não relinchou, não quis fugir, se não é nada disso só pode ser...

Bati na orelha do animal, — delicamente — não quero ser demitido — Seu preguiçoso!

Minha Loucura Mais Lúcida [Eruri]Onde histórias criam vida. Descubra agora