Esperando Aviões

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Victória saiu do hospital direto pro apartamento do juíz. Nem tentou argumentar nada, pois Henrique estava irredutível com relação a isso. Disse que a mandaria pra casa quando ela conseguisse, pelo menos, fazer um café decente sozinha.

Foram lá apenas para que ela buscasse mais algumas roupas e ela viu que o apartamento, fechado há tantos dias, precisava de uma faxina com urgência.

- Não se preocupe com esse tipo de coisa, Victória! Mandarei a equipe que organiza a minha casa pra cuidar do seu apartamento. Em meia hora eles colocam tudo limpo.

Ela revirou os olhos pela forma arrogante com que ele menosprezou o seu pequeno, mas tão amado, apartamento.

- Achei que quem organizasse as coisas por lá fosse a coitada da Estelinha. - ironizou.

- A Teté manda e eles obedecem. - disse se deitando na cama dela e colocando as mãos atrás da cabeça a olhando divertido.- ou você acha que eu a colocaria pra fazer o trabalho sujo?

Victória jogou uma almofada nele, com o braço bom e então começou a organizar a mala. Ele foi até ela e tomou o cabide de suas mãos.

- A senhorita ficará quietinha aí só me mostrando o que quer que coloque na mala e eu vou organizando pra você.

-Você? - ela riu desconfiada enquanto ele a fazia sentar no canto da cama. - desde quando sabe organizar uma mala?

- Acredite você ou não mas a mamãe e depois a Teté ensinaram a mim e à Heloísa a não depender de ninguém para realizarmos trabalhos tão pessoais e simples. Garanto que sei organizar muito melhor do que você. - disse a desafiando.

- Pois eu duvido muito! - ela levantou a sobrancelha, aceitando o desafio. - o meu sobretudo vermelho, por favor! - disse apontando para a peça no guarda roupas desorganizado que Henrique fez questão de mostrar que havia reparado.

- Se quiser, eu dou uma organizada no guarda roupas também. - ela jogou outra almofada em sua direção enquanto ele desviava rindo.

- Cala a boca e faz o seu trabalho! Vamos ver se é bom mesmo.

Seu celular tocou e era Lívia.

- Oi, amiga!

- Oi, Vic! Soube que saiu do hospital. Como tá a patinha?

- Tá indo! Acho que devo ficar mais alguns dias com ela presa nesse negócio.

- Não seja dramática! Quero te ver depois do trabalho. Vai tá em casa?

- Não. O Henrique me sequestrou! - ele a olhou feio por ter feito uma piada de tanto mau gosto, depois dos últimos acontecimentos.

- Passo lá no cativeiro, ops, no AP dele mais tarde então. Já deixa avisado na portaria e pra aqueles brutamontes pra não me barrarem. Vou levar comida pra você!

- Hum, se for a da sua mãe eu aceito. Mas se for a sua, não precisa. -brincou.

- In.gra.ta! É só isso que você é! Até mais tarde! - E desligou.

- Teremos visita? - perguntou Henrique divertido.

- Sim! - Victória viu que, mesmo sem ela dizer, ele estava colocando as suas peças favoritas na mala. - como sabe que são essas as roupas que eu vou querer levar?

Henrique parou, colocou as mãos na cintura e a encarou.

- Meu bem, eu te observo desde o dia em que você me deu o primeiro bom dia. Sou diplomado em Victória de Castro! Então não me faça pergunta idiota.

- Você é tão lindo! - disse o observando com carinho.

- E se você não estivesse dodói, eu largaria agora essa mala e aproveitaria sua cama com você.

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