Só poderia ser a imaginação ainda bêbada dela! Pensou Victória ao bater a porta assustada na cara dos visitantes. Ou era um ataque zumbi, o Apocalipse!
Estava começando a coringar.
Era qualquer coisa, menos o que parecia ser. Victória correu até o seu quarto e vestiu um hobby por cima do seu pijama curto, tentou novamente ajeitar os cabelos e abriu a porta incrédula.
- O que está fazendo aqui? - ouviu um trovão e observou que Henrique tinha os olhos tão arregalados quanto os dela. Beatriz estava aos pratos e Dorah aparentava uma tristeza profunda e estava de... aquilo era uma fralda?
Duas horas antes
Henrique acordou sentindo enjoo e muita dor no estômago. Estava caindo o mundo lá fora e a primeira coisa que viu foi sua garotinha encolhida ao seu lado na cama, tremendo. Se levantou e fechou as cortinas na tentativa de acalmá-la. Precisava de um remédio!
- Bom dia, meu anjo! - disse pegando a menina no colo e descendo as escadas em busca de um remédio pro estômago. - Não precisa ter medo, o papai não vai deixar nada acontecer com você. Está segura aqui.
Ele então viu umas manchas de secreção bastante nojentas pelo chão da cozinha o que fez o seu enjoo piorar. Ele começava a entrar em colapso.
- Mas que ca... - segurou o palavrão no início, por causa da pequena ali ao lado e tentou entender de onde vinha aquela gosma. - Que isso?
- Tá vindo da Dorah, papai! - apontou a menina pra cachorra triste.
- Tá bom, sem pânico! Tá tudo sob controle. - ele colocou a filha sentada na cadeira, sorriu pra ela e foi até a cachorra. - que aconteceu, menina? Se machucou? Deixa eu ver. - ela então rosnou pra ele. Dorah era sempre tão tranquila. Era filhote ainda, só tinha tamanho. Mas aos poucos se acalmou, colocando as patinhas pra cima e então ele viu o que estava acontecendo. - Tá legal, deve ter fralda em algum lugar aqui. - deu uma olhada nas coisas da cachorra que ficavam em um armário na área externa, encontrando o que queria. Com muito custo colocou a fralda em Dorah e viu que sua filha continuava assustada.
- O que ela tem? Ela vai morrer?
- Não, filha! Eu acho que... - como explicaria a palavra cio pra filha de cinco anos? - se eu estiver certo, ela tá virando mocinha.
- Não entendi. - disse esfregando os olhinhos, de pijama e toda descabelada.
- Ainda bem que não entendeu! - sentiu um suor frio. Precisava de ajuda! A cozinha estava um caos, sua filha deplorável e ele não tinha condições de resolver tudo sozinho. Pegou o telefone e ligou pra Lucas até cair na caixa postal. Estela estava descansando. Era o único dia de folga da coitada. Ligou para Rodrigo e este também não atendeu. - Inferno!
- Papai! - a menina se assustou.
- Desculpa, princesa! - a única e última esperança seria Victória. Pelo menos pra achar um veterinário funcionando no Domingo que confirmasse suas suspeitas. Ligou incansavelmente pra sua motorista mas ela também não atendeu. Em um ato desesperado, ele procurou sua ficha admissional no escritório e encontrou o seu endereço. Vestiu um casaco na filha, colocou a guia em Dorah e desceu para a garagem.
- O senhor precisa de ajuda?- perguntou o segurança de plantão, estranhando toda aquela cena.
- Preciso que me leve a este endereço. Não estou em condições de dirigir. - disse entrando no banco de trás do carro.
- O que está fazendo aqui, Doutor Henrique? - perguntou novamente Victória.
- Graças a Deus tá em casa! Eu... nós precisamos de ajuda. Podemos entrar?
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Amor & Justiça ⚖
RomanceCom um empréstimo enorme, que pegou para ajudar no tratamento de saúde do seu pai, Victória não viu outra saída: precisava abrir mão do sonho de seguir na carreira em medicina veterinária e ir trabalhar de motorista particular para um juiz renomado...