Victória passeava com Dorah em um Petpark próximo ao edifício do juiz. Ela havia deixado o juiz no fórum e pegado a cachorra que há dias não via a cara da rua. Correram e brincaram e quando se aproximava do horário do almoço, voltaram pra casa. Como Henrique havia comunicado que teria uma reunião em seu horário de almoço, Lucas a dispensou de ficar no fórum.
Quando entrou na cozinha, ela viu o chefe de segurança saindo nervoso lá de dentro, deixando sua mãe com os olhos cheios de lágrimas.- Aconteceu alguma coisa, Estelinha? - perguntou preocupada, pegando um copo d'água pra Governanta e a fazendo sentar.- aqui. Você tá tremendo. O que aconteceu? O Lucas passou por mim irritado.
- Ah, minha filha... ingratidão que chama isso. Acontece as vezes.- disse enxugando as lágrimas. - sempre que ele quer saber sobre o pai, eu acabo ficando desse jeito. Não gosto quando ele me pressiona.
- Ele não tem contato com o pai? Desculpa pela pergunta, não quero ser invasiva.
- Ele nem desconfia quem seja. Foi melhor assim. Pra todos nós!
- Entendi... - acariciou o braço da colega. - mas família é assim mesmo. Cada uma tem seus problemas mas o importante é não perder o carinho e o respeito.
- E como foi o passeio com a Dorinha? - perguntou se levantando e Victória percebeu que queria mudar de assunto.
- Foi legal. Ela é uma Lady e sempre arruma amizades no parquinho.
- Você deveria largar isso daqui e abrir um petshop, sabia?
- Com que dinheiro, Estelinha? - Victória riu comendo uma maçã. - quem dera se eu pudesse sair.
- Não tá satisfeita? Imagino que não deva ser fácil pra você nos dias que ele tá de casaco virado. Mas é um bom menino, Vic. Ele tem um coração enorme, só não gosta de demonstrar.
- Eu percebi que ele o pai dele são um pouco distantes. O que houve? - Estela fez uma pausa olhando para o nada e depois respondeu.
- Houve que aquele velho é uma pedra de gelo, totalmente ao contrário da Dona Lalinha, mulher dele. A Heloísa é a cópia dela. Acho que a única pessoa que o senhor Arthur amou de verdade depois da esposa foi a Beatriz. Ela faz o que quer dele.
- Você parece não gostar muito dele, né?
- Não faço questão! Graças a Deus ele só vem de férias e depois volta pra França pra ficar enfiado no meio do mato.
- Eu gostei da Dona Heloísa. - disse Victória pensativa.
- Pelo amor de Deus, minha filha, não a chame de senhora e nem dona se quiser continuar empregada. Ela odeia!
- É só uma questão de respeito. Eu só sou a motorista, não gosto de ultrapassar a linha do profissionalismo.
- Eu posso estar bem enganada, mocinha, mas alguma coisa me diz que o seu patrão não vê as coisas dessa maneira. - Victória deixou a maçã cair n chão. Nem deu tempo de pegar pra jogar no lixo e Dorah já abocanhou e saiu rebolando.
- Por que diz isso? - perguntou desconfiada.
- Pelo jeito como ele olha pra você. E pelo jeito como você olha pra ele também. Eu posso ser velha, Vic, mas ainda enxergo.
- Pois eu digo que está vendo coisa onde não tem. Vou levar o carro pra lavar. - saiu dando um beijo na bochecha da senhora que riu desconfiada.
Era quase oito da noite quando Victória estacionou na garagem do prédio novamente. Desligou o carro, esperou Henrique descer e entrar no elevador e depois subiu com os seguranças pelo elevador de serviço. Estava esgotada! Foi deixar as chaves no lugar de sempre quando viu Rosa surgir em um lindo vestido de noite.
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Amor & Justiça ⚖
RomantizmCom um empréstimo enorme, que pegou para ajudar no tratamento de saúde do seu pai, Victória não viu outra saída: precisava abrir mão do sonho de seguir na carreira em medicina veterinária e ir trabalhar de motorista particular para um juiz renomado...