Capítulo 10

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A parte citada da música começa no 3:18 e vai até o fim. Escutem quando chegarem na parte em que ela é citada :3

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Ok, calma. Respira e inspira, respira e inspira, não é tão difícil fazer isso, certo? Certo. Mais um vez, vamos lá, apenas respire e inspire.

Que droga, isso não estava me adiantando em nada! Maldito nervosismo.

Fazia exatamente dez minutos que eu estava parado em frente à porta do apartamento da Tami tentando, em vão, controlar meu nervosismo. Apesar de respirar e inspirar dezenas de vezes, eu continuava tremendo tanto internamente quanto externamente. Eu estava tremendo mais do que um maldito Chihuahua, caramba!

Para quem não sabe, Chihuahuas são aqueles cachorros de madames que não param de tremer, cachorros bem estranhos por sinal.

Voltando ao assunto, eu não conseguia de jeito nenhum controlar a ansiedade que crescia dentro de mim a cada segundo que passava. Eu, Thomas, o cara mais estranho desta cidade, consegui um encontro com a garota mais incrível, também desta cidade.

Isso por acaso era uma pegadinha? Será que algum apresentador cafona iria aparecer quando eu tocasse a campainha e diria que caí na pegadinha? Não, eu realmente esperava que não.

Passei a mão em meu cabelo pela vigésima terceira vez naquele único minuto (ele já devia estar mais lambido que cabelo oleoso no verão), e repeti para mim mesmo que não havia motivo para todo aquele drama, qual é, não era como se eu nunca tivesse saído com uma garota na minha vida. Tudo bem que já fazia um bom tempo — e com "um bom tempo" eu quero dizer muito, muito mesmo — que eu não saia com uma em um encontro, mas isso não mudava o fato daquele nervosismo todo ser ridículo!

Acho que deixei meus hormônios masculinos em Denver junto com os conselhos do meu pai quando me mudei. Era a única explicação que encontrava para esse tipo de comportamento.

Eu estava tão concentrado em tentar parar de tremer, que nem sequer me dei conta da fechadura da porta à minha frente girando, até que a Tami apareceu, o que me fez arregalar os olhos.

— Oi, Thom, vim ver se você já estava chegando e te encontro aqui. Por que não tocou a campainha? — Ela me olhou curiosa com um sorriso divertido nos lábios.

— Eu-eu ia fazer isso agora. — Dei o sorriso mais nervoso do ano. — Acabei de chegar. — Óbvio que eu não diria que já estava ali há dez minutos.

— Ah sim. — Não posso dizer com 100% de certeza se ela acreditou em mim ou não. Na verdade, acho que não sou tão convincente quanto achei que fosse. — E então, vamos? — Perguntou animada.

— Claro, vamos lá. — Ela se virou para trancar a porta e aproveitei para analisá-la melhor.

Por estarmos no outono as noites sempre costumavam esfriar bastante, por isso não havia estranheza em vê-la com uma calça jeans, botas e um casaco bem grosso, e como se isso não fosse suficiente, também usava um belo cachecol de lã em volta do pescoço. Ela não estava usando touca, então seus lindos cachos caiam perfeitamente em seus ombros, esculpindo seu rosto quase sem maquiagem. Ela era linda sem precisar se esforçar para isso.

— Para onde vamos, Thomas? — Ela perguntou animada, me tirando dos devaneios sobre sua beleza descomunal.

— Bom, não sei. — Dei um sorri amarelo.

— Como não sabe? — Me olhou chocada.

— Eu não conheço muito bem a cidade então não faço ideia do que há de interessante por aí. — Respondi meio sem jeito e ela riu alto, a olhei sem entender.

Um livro, Um café e Um sorriso [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora