Capítulo 16 (Parte II)

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Primeiramente, desculpem a demora em postar, a culpa não foi minha, fiquei sem internet o final de semana inteiro   :(  Espero que a demora tenha valido a pena. 'Segundamente', espero que não me  matem depois desse capítulo :) Boa leitura!

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Logo após meu pai jogar a pergunta para o Trent, meu irmão ficou sem qualquer tipo de reação. Ele olhava do meu pai para mim e de mim para o meu pai, como se estivesse em uma batalha interna consigo mesmo, decidindo o que faria e diria a seguir, e enquanto ele fazia isso, o clima foi ficando cada vez mais pesado e insuportável naquela sala. Com certeza todos haviam perdido o apetite.

— Quer saber? — Trent começou por fim a falar. — Calem a droga da boca de vocês dois! — Se meus olhos se arregalaram ao ouvi-lo dizer isso, os do meu pai praticamente saltaram das órbitas. — Eu já to cansado dessa briga toda dentro dessa família. Qual é o problema de vocês? Já chega disso! Vocês não veem? Já chega! E já chega de me colocar no meio dessa briga idiota também!

— O que foi que você disse Trenton? — O general perguntou incrédulo.

— É sério que você está perguntando qual é o meu problema, Trent? Já não é óbvio qual é o meu problema? — O fulminei com o olhar.

— Seu problema é insistir em não querer levar a vida a sério, Thomas. — Meu pai responder antes mesmo do Trent abrir a boca.

— Pois o senhor saiba que eu levo tudo muito a sério, — Me virei para encará-lo — e eu já estou cansado demais de ficar quieto, aguentando de cabeça baixa seus desaforos para com a minha vida! Ponha nessa sua cabeça que eu decidi por vontade própria o que fazer com a 'minha' vida, você ouviu? MINHA vida! — Praticamente gritei.

— Thom, tenha calma. — Ouvi o Trent dizer.

— Cala a boca, Trent! — Apontei em sua direção com meu rosto praticamente em chamas. — Chegou a minha hora de falar, já estive calmo por tempo demais! Já chega de tudo isso! Sabe pai, você se engana quando diz que eu ainda não passo de uma criança, pois quando quem continua agindo como uma, é o senhor. Eu cresci, estudei, amadureci, saí debaixo das suas asas e fui construir uma nova vida em um lugar inteiramente novo, sem qualquer tipo de preparo, e veja só? Eu tenho um teto, um emprego e pago as minhas contas sem mais precisar de você para isso! Eu aprendi na marra a me cuidar sozinho. Mas só porque eu não segui seu sonho idiota você quer me rebaixar? Quem é que está sendo infantil aqui? Com certeza não sou eu!

— Isso não muda absolutamente nada. — Falou simplesmente.

— Não muda nada? Você só pode estar brincando. — O olhei incrédulo. — Isso muda absolutamente tudo! Eu já não preciso da sua aprovação, e acho que é isso o que o deixe tão irritado e insatisfeito. Talvez eu ainda estivesse cego para enxergar isso, mas sabe o que acabo de me dar conta? É verdade que eu sempre quis que o senhor se orgulhasse de mim, que eu um dia eu fosse o que o Trent é para você, mas, para quê? Eu já não consigo entender porque eu queria isso, sinceramente. Eu já tenho a minha vida, eu já cresci, já sou um homem, já sou alguém. E o seu orgulho para que me serviria? — O olhei com desdém. — Em nada vai interferiria na minha vida. Então, pode ficar com ele para você, pode ter certeza de que ele não me fará falta, provavelmente até me faria mal, do mesmo jeito que fez com o Trent, que graças a ele virou um babaca, que nos afastou por anos, que o transformou em algo que ele não era. Esse seu orgulho é tão tóxico quanto você, tudo em que toca faz mal! Apenas aceite isso de uma vez, que a vida é minha e que eu a irei conduzir do jeito que eu quiser e bem entender. — Era como liberar um peso que estava sendo carregado por tempo demais. Não havia palavras para descrever o quanto aquilo estava sendo libertador para mim. Mas depois disso, o silêncio e o clima ainda mais pesado, se instaurou por completo. Até que meu pai resolveu falar mais uma vez.

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