Um livro, Um café e Um sorriso [Completo]

Capítulo 11

Quase dei um pulo da cama quando acordei de súbito pela manhã. Assim que minha cabeça despertou e eu sentei, tentei me situar onde estava, olhei ao meu redor e bem, aquele não parecia ser o meu quarto. Eu me sentia estranhamente como se estivesse inebriado, por acaso havia bebido no dia anterior? Não, não que eu me lembrasse. Esfreguei meus olhos e bocejei longamente, até que então eu me lembrei. Espera aí! Me virei e olhei ao meu redor para constatar o óbvio.

Eu estava no quarto da Tami!

Ai.meu.deus! Eu realmente estou aqui, não estou? A noite passada realmente aconteceu? Aquilo tudo foi real? Eu mal podia acreditar nisso, chegava a ser impensável uma coisa dessas. Ah, a noite passada... não existiam palavras suficientes para definir o que aconteceu, tudo o que estava envolvido. Só ao me lembrar já consiguia abrir o sorriso mais bobo do mundo. Finalmente eu havia conseguido conquistar a garota dos meus sonhos! Meu deus, não dava mesmo para acreditar. E falando nela, onde ela estava? Olhei para o outro lado da cama e ele estava vazio, resolvi então procurá-la pela casa.

Assim que levantei e me espreguicei, pus minha calça e comecei a reparar no lugar (não é como se ontem eu fosse me preocupar em olhar ao redor, não é mesmo?). O quarto não era muito grande, mas era muito bem arrumado e organizado. A cama na qual eu estava há poucos segundos ficava na parte central do cômodo. Na parede esquerda, logo ao lado, havia uma grande janela de vidro com uma fina cortina branca que deduzi ser de ceda, e por ela já se podia notar os poucos raios do sol da manhã já aparecendo. As paredes eram todas pintadas de um tom azul celeste, e na parede atrás da cama haviam várias gaivotas pintadas, como se estivessem voando, e logo abaixo havia uma pequena frase escrita. Me aproximei a fim de lê-la:

"Enquanto puder olhar sem medo para o céu, saberá que é puro por dentro, e encontrará a felicidade outra vez." - Anne Frank.

Uma frase literária pintada em sua parede. Isso era tão a cara dela! Foi inevitável que mais um sorriso me escapasse.

Na parede esquerda havia uma grande estante que a ocupava inteira, e ela estava toda ocupada com diversos livros. Me aproximei dela e me deparei com uma infinidade de títulos, cores e capas, tudo muito bem cuidado e muito bem organizado, o que não me deixou nem um pouco surpreso, como ela já havia me dito uma vez, a única coisa da qual ela não descuidava eram seus preciosos livros.

Eu já sabia do grande amor da Tami pelos livros, mas aquela estante me deixou realmente impressionado.

Ao lado da janela havia uma pequena escrivaninha com um notebook em cima e mais alguns livros. Diversos quadros enfeitavam os espaços vazios nas paredes. Definitivamente aquele lugar pertencia a ela.

Assim que acabei de inspecionar o ambiente, passei pela porta para procurá-la, onde será que ela havia se metido? Passando pela porta do quarto me deparei com um pequeno corredor, logo ao lado esquerdo havia o banheiro e estava vazio, então continuei andando. Ao final do corredor havia uma pequena cozinha, nela havia um fogão, uma geladeira, uma cafeteira, — Obviamente uma amante de café não poderia viver sem uma —  um microondas e uma pequena mesa encostada na parede com duas cadeiras.

Em cima da mesa havia uma pequena fruteira, olhei bem para as frutas que estavam nela para ver se não eram de plástico —  esse erro a gente só comete uma vez na vida — , e então peguei uma maçã para comer, estava com um pouco de fome. Ao lado da mesa havia uma outra porta, fui até ela para continuar minha procura, mas ao chegar no batente eu já consegui vê-la do outro lado, na sala de estar.

Ela estava sentada em uma poltrona ao lado de uma janela entreaberta coberta pela mesma cortina branca do quarto. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto e mal feito, ela estava de pernas cruzadas e usava apenas um casaco grande o suficiente para cobrir até o começo de suas coxas.