Capítulo 14

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Depois de um início de tarde pouco comum e de uma aula mais do que tediosa, tudo o que eu gostaria de fazer era encontrar com a Tami, e foi exatamente isso o que eu fiz. Queria muito contar para ela o que havia acontecido neste curto período de tempo em que não nos falamos, e que nesse momento, perecia super longo para mim. Faltavam aproximadamente 10 minutos para as 7 p.m quando cheguei em frente da pequena livraria. Antes de entrar, pude vê-la em pé atrás do balcão, através da vitrine transparente, folheando algum livro qualquer. Estava ainda mais linda do que eu me lembrava.

Nota mental: Parar de babar feito um idiota apaixonado.

Assim que entrei pela porta, ela levantou seus lindos e grandes olhos castanhos em minha direção, e nem preciso falar do imenso sorriso que ela fez questão de me presentear. Aquela garota era incrível por si só. Enquanto me aproximava do balcão quase que em câmera lenta, me peguei pensando no que deveria fazer. Sabe aquele começo estranho de relacionamento, em que ainda existe certo estranhamento em não saber se deve cumprimentar o outro com um beijo no rosto, um selinho, um aperto de mão? Então, foi exatamente nisso que pensei. Não é como se eu já fosse muito experiente no assunto "relacionamento" para já dominar esse quesito. Por que as relações humanas precisam ser tão complicadas?

- Oi Thom! - Falou animada quando eu já estava mais próximo. Ela ainda estava com o livro em mãos, então o aperto de mão estava fora de cogitação. Na verdade, não sei nem porque ele entrou nessa lista.

- Oi Tami. - Respondi já praticamente em frente a ela. Um beijo no rosto ou um selinho? Como isso é difícil! Quer saber? Foda-se. Dei um beijo no rosto dela que retribuiu com uma doce e pequena risada. - Como foi o dia? - Me debrucei sob o balcão. A livraria estava vazia, então não precisava me preocpuar com isso.

- Foi bom. Muitos livros, muitas pessoas. O de sempre. - Deu de ombros. - E o seu?

- Bem, o meu foi um pouco mais agitado do que o costume. - Cocei a cabeça.

- A é? E quer me falar sobre isso? - Ergueu a sobrancelha.

- Já que insiste. - Ela riu. - Sabe o Trenton?

- Trenton? - Parou para pensar por alguns segundos. - O seu irmão mais velho que está em outro país?

- Ele mesmo.

- O que tem ele?

- Ele está lá no meu apartamento desde a hora que saí daqui mais cedo.

- E o que é que ele está fazendo lá? - Me olhou confusa.

- Nas palavras dele, ele veio me "visitar". - Fiz as aspas com as mãos.

- Depois desse tempo todo? Que interessante. E vocês conseguiram resolver seus assuntos pendentes?

- Por hora sim, conseguimos fazer com que as coisas ficassem bem entre nós.

- Isso é ótimo! Fico muito feliz por vocês. - Falou genuinamente contente.

- Obrigado.

- Por nada. - Sorriu sem dentes. - Sabe, gostaria de conhecê-lo qualquer hora. Se como você me disse, você é uma cópia dele, preciso conferir isso pessoalmente.

- Mas nem pensar. Isso com certeza não é uma boa ideia.

- Para mim, é uma excelente ideia. - Se debruçou à minha frente.

- Tenho certeza de que ele irá espantá-la, não posso correr esse risco.

- Não se preocupe, não existe esse risco. - Deu uma piscadela para mim.

- Bom saber. - Sorri de canto.

- E então, quando posso conhecê-lo?

- Já quer conhecê-lo? - Me endireitei.

Um livro, Um café e Um sorriso [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora