Capítulo 07

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Capítulo 07

Imensurável era a alegria de Soraya em ver o filho depois de tanto tempo.

Bernardo a viu se aproximar e, por um instante, todo o cansaço e a incerteza de sua longa viagem desapareceram. Ele largou a mochila e abriu os braços, recebendo sua mãe com um abraço apertado.

— Finalmente — Diz ele recebendo ela.

— Bernardo, meu filho! — Soraya exclamou, sentindo as lágrimas se misturarem com a chuva em seu rosto. Ela apertou-o contra si, como se temesse que ele pudesse desaparecer se afrouxasse o abraço — Você está aqui. Não acredito que você está aqui.

— Eu voltei assim que deu, mãe — Bernardo disse, a voz abafada pelo ombro dela — Eu não podia ficar longe sabendo que você estava aqui, precisando de ajuda.

Soraya afastou-se um pouco, segurando o rosto de Bernardo entre as mãos, os olhos percorrendo cada detalhe que havia mudado nesses três anos.

— Você cresceu tanto... Eu sinto muito por não termos nos visto por tanto tempo.

Bernardo sorriu, um sorriso que iluminava o rosto cansado.

— Estou aqui agora. E vou ajudar. Que saudades.

Soraya puxou-o para outro abraço, mais breve desta vez, mas cheio de uma emoção profunda.

— Estou tão orgulhosa de você. Tão feliz que está aqui.

Os dois ficaram em silêncio por um momento, absorvendo a presença um do outro, até que Soraya finalmente se afastou, limpando as lágrimas e endireitando-se.

— Vamos, temos muito o que conversar.

Bernardo assentiu, pegando sua mochila e seguindo a mãe para dentro do hospital. A tempestade ao redor deles parecia menos ameaçadora com Bernardo ao seu lado, e Soraya sentiu uma nova onda de esperança. Juntos, eles enfrentariam qualquer desafio que viesse, com a força de um laço que nem o tempo nem a distância poderiam quebrar.


[...]


— E a Tebet veio mesmo?

O filho de Soraya afirma ao ver a filha única dos Tebet conversando com uma enfermeira mais afastada.

— Pois é, contra isso não tive o que fazer! Agora tenho que aturar essa mulher insuportável na minha cola o dia inteiro. Infelizmente trabalhamos juntas.

— Mas mãe, olhando assim, até que ela não me parece tão má assim — ele conclui segundo seus pensamentos.

Soraya lançou um olhar fulminante e reprovador para ele.

— Vou considerar isso um devaneio seu!

— Mãe! Faz um esforço, ok? Que tal começar com você me apresentando sua amiga — ele brinca e leva um tapa no braço — Aí dona onça, era brincadeira.

Ela quase riu.

— Mas é sério, preciso conhecê-la. Vamos trabalhar juntos e eu não sei nada sobre ela.

— E nem precisa! Tudo o que você tem que sentir por ela é ódio, seus avós sentem, eu sinto, essa é a regra.

— Acontece que eu sou um ser individual e pensante, capaz de tomar minhas próprias conclusões — ele responde firmemente.

— O meu não continua sendo não, e eu continuo sendo sua mãe. Então por tanto eu estou mandando, quero você longe dessa...

— Eu tenho nome, Soraya — diz Simone que se aproximou num momento de distração dos dois.

Anatomy - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora