Anatomy - Simone e Soraya

Capítulo 11

Capítulo 11

— Ela não pode ir embora! Trabalhamos juntas aqui, não é assim que funciona.

— Pode! A partir do momento que ela já está indo, Soraya. O que foi que você falou?

— A verdade!

— Verdade que machuca, tenho certeza! Você quando quer consegue magoar uma pessoa com as suas palavras! Se não queria nada, era só dizer, não precisava…

— Arlete, até onde eu sei você é minha amiga, tinha que me defender.

— Soraya, eu não estou mentindo, estou? Tenho certeza que você falou alguma coisa! Vai mesmo deixar ela ir embora?

Soraya lutou contra as suas emoções, pensando se ia ou não impedir que Simone fosse embora.

— Se ela quer ir, que vá — Soraya deu as costas.

Mas, dois passos foi tudo o que ela conseguiu dar antes que sua consciência travasse seus pés. Ela fechou os olhos e balançou a cabeça como se quisesse lutar contra qualquer devaneio.

Então se virou e passou por Arlete, indo em direção ao helicóptero que já estava quase pronto para decolar.

— Mãe, mãe…— Bernardo a chamou vendo ela passar correndo feito um furacão.

Feito doida, ela fez sinais com os braços para o piloto, pedindo para parar e o homem já pronto, desligou o veículo.

Vendo que agora já não tinha mais riscos, ela se aproximou da porta com o vento ainda bagunçando seus cabelos. Fazendo um pouco de força, ela abriu a porta.

— Simone…

A mulher que estava seria, da mesma forma permaneceu.

— Será que nem na hora de ir embora você me deixa em paz?

— Precisamos de você aqui, não pode ir embora — disse ela ofegante.

— Eu já conversei com o César, já posso ir embora.  Meu serviço aqui já foi prestado!

— Não acredito que vou dizer isso…— Sussurro pra si mesma —...me desculpa pela forma grosseira que fale com você.

— Soraya, me deixa ir embora. Não precisa se desculpar por nada não, não aconteceu nada. Eu já nem me lembro mais — disse ela sem olhar para o lado de fora.

Soraya ficou impressionada com a frieza que Simone tratou o que tinha acontecido.

— Se não vai ficar por mim, pelo fica pelos que estão precisando, ainda vou precisar de ajuda… eu, eu preciso de você…

Finalmente elas se olharam…

[...]

…Mais tarde.

— Que bom que ficou — Disse Soraya colocando as mãos nos bolsos do jaleco. Até perceber que Simone não estava desfazendo a mochila, mas sim a colocando nas costas novamente — Onde vai?

— Eu disse que ia ficar, mas não aqui!

— Como assim?

— A sua amiga Arlete vai ficar aqui tomando conta de tudo com você, sugeri o nome dela para o César, assim você trabalha melhor. Sem que tenhamos qualquer contato — Pega o estetoscópio.

— Não foi isso que combinamos, espera aí — ela segurou o braço de Simone enquanto a mesma já se encaminhava para a porta de saída — Você que foi delegada para ficar aqui comigo.

— Eu sei, mas não precisa mais — E continuou andando.

Soraya teve que pensar rápido no que fazer. E a única que realmente poderia fazê-la ficar, foi…