Capítulo 24

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O som estridente das sirenes da ambulância rompeu o silêncio do hospital, anunciando a chegada de um caso grave. Soraya estava no meio de uma consulta quando ouviu o alerta pelo intercomunicador. O coração dela acelerou; os casos de emergência sempre traziam uma tensão inigualável. Ela pediu desculpas ao paciente, prometendo voltar assim que possível, e correu para a sala de emergência.

Quando chegou à sala, a equipe já estava em movimento, preparando o ambiente para o paciente que chegaria a qualquer momento. Soraya trocou olhares rápidos com os colegas, todos compartilhando a mesma determinação. Ao seu lado, Daniel, também cirurgião, já estava pronto.

A porta da sala de emergência foi aberta abruptamente, e os paramédicos entraram com uma maca. Sobre ela, um homem jovem, ensanguentado e inconsciente. Havia uma grande perfuração no abdômen, de onde o sangue jorrava incessantemente.

— Paciente, masculino, aproximadamente 23 anos, ferimento grave por perfuração abdominal — relatou um dos paramédicos enquanto moviam o paciente para a mesa de operações — Perdeu muito sangue no caminho. Pulso fraco e pressão arterial extremamente baixa.

— Tem família com ele? —  Soraya perguntou ao paramédico.

— Sim, estão lá fora desesperados, vieram num carro atrás de nós e dois na ambulância.

— Ok, Nathi, vai avisar a eles para mim, passe o protocolo — ela pediu a enfermeira

— Ta bem..

— Vamos lá, pessoal, tempo é vida — comandou Soraya, a voz firme e autoritária — Se preparem para uma transfusão de sangue imediata. Precisamos estancar essa hemorragia agora.

As enfermeiras rapidamente começaram a preparar a transfusão, enquanto Soraya colocava as luvas cirúrgicas.

— Vamos entubar ele. Precisamos garantir que ele tenha uma via aérea segura.

Com uma eficiência calculada, a equipe se moveu como um organismo bem coordenado. O ambiente estava carregado de tensão, mas também de uma calma controlada, fruto de anos de treinamento e experiência. Soraya sentiu um misto de adrenalina e concentração absoluta.

— Vamos levá-lo para a sala de cirurgia imediatamente — disse ela, com os olhos fixos no monitor que mostrava os sinais vitais instáveis do paciente — Não podemos perder mais tempo.

Na sala de cirurgia, a equipe já estava pronta. Soraya tomou seu lugar na cabeceira do paciente, ajustando a máscara cirúrgica. Daniel estava ao seu lado, pronto para auxiliá-la.

— Vamos começar com a laparotomia exploratória. Preciso de uma visão clara da extensão dos danos.

Com precisão cirúrgica, ela fez a incisão inicial. O sangue escorria pelo campo operatório, mas Soraya não vacilou.

— Sugador — pediu, e a ferramenta foi imediatamente colocada em suas mãos.

Os momentos que se seguiram foram críticos. Cada movimento, cada decisão, era uma batalha contra o tempo e contra a morte.

— Há uma perfuração na artéria mesentérica — observou Soraya, sua voz tensa, mas firme — Clamps, agora.

Ela trabalhou rapidamente para estancar a hemorragia, sua mente focada apenas na tarefa à frente. O silêncio na sala era quebrado apenas pelos monitores e pelo som das ferramentas cirúrgicas. O tempo parecia se arrastar, cada segundo uma eternidade.

— Perdi o pulso — disse um dos assistentes, a voz carregada de urgência.

— Comecem a massagem cardíaca — ordenou Soraya, sem tirar os olhos do campo operatório — Não vamos desistir dele.

Anatomy - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora