Onze anos depois
— Você sabe que Logan vai ficar louco quando ver o que você comprou para os meninos. — Theodore sorri.
— É aniversário deles, eu sou o padrinho, tenho que dar o melhor presente. — Afirmo, ajeitando o laço do embrulho.
— Eu tenho certeza que o financiamento de uma Pick-up e de um New Beetle não é um presente que se dá a meninos de dez anos Alexander. — Theodore ri e acaricia minha nuca.
— Quando eu acabar de pagar eles vão ter idade para dirigir, já pensei em tudo.
— Você mima eles demais, daqui a pouco eles vão dispensar Miles e Logan e se mudar pra cá. — Theodore ri alto.
— Eu amo eles, acompanhei cada segundo da criação deles, meio que me sinto pai também. — Sorrio genuíno e por fim ajeito o último laço.
Dois envelopes com laços bonitos, com os melhores presentes para meus afilhados.
— Amor, vem aqui. — Theodore dá um tapinha no lugar vazio ao seu lado no sofá, onde está agora sentado.
Vou até ele, e, quando me sento, ele segura minha mão e morde o lábio como sempre faz quando está nervoso.
— Eu estive pensando, sei que concordamos que uma criança não se encaixaria tão bem em nossas vidas, mas... — Ele aperta minha mão.
— Mas?
— Você quer? Tipo, amor, você com certeza tem tudo para ser o melhor pai do mundo, você cuida tão bem de mim, com tanto amor, e é tão fácil imaginar você sendo todo carinhoso e amoroso com uma criança. — Theodore termina de falar e eu ainda não consigo falar nada coerente.
Depois que se segue tempo o suficiente para Theodore começar a se preocupar com meu silêncio, eu finalmente digo:
— Temos Yeontan — falo baixinho.
Theodore sorri.
— Sim, ele é nosso bebê. Mas que tal termos... outro bebê, um com seu lindo sorriso?
— Theodore…
Solto sua mão para esfregar meu rosto e tentar dissipar a imensa vontade de chorar. Mantenho minhas mãos nos olhos quando falho em conter as lágrimas. Eu não sabia que queria tanto ser pai até finalmente cogitar ser.
Theodore se ajoelha em minha frente e tira as mãos do meu rosto. Quando olho para ele exibindo o sorriso pelo qual eu sou apaixonado por mais de duas décadas, eu sorrio também.
— Vamos tentar? — Ele pede mais uma vez.
— Vamos. — Só depois da minha afirmação, Theodore pula no meu colo, enchendo meu rosto de beijo. — Eu te amo, meu menino.
— Eu te amo, meu amor. — Theodore sorri radiante.
Ficamos um bom tempo planejando e criando expectativas até podermos ir à casa dos Jeon. Depois que dou meu presente aos meninos e de Logan quase ter um mini ataque de pelanca comigo, temos um jantar legal para o aniversário dos meninos: pizza de todos os sabores.
— Miles, posso falar com você um momento? — Theodore pede e os dois saem da sala para conversar lá fora.
— O que você acha que é? — Logan pergunta para mim com a boca cheia de massa.
— Theodore e eu decidimos dar o próximo passo, assim como vocês. — Sorrio observando os gêmeos entretidos, com suas respectivas pizzas e assistindo filme.
— Sério? Isso é muito legal, estou feliz por isso. Uma criança é como a renovação de sentimentos. — Logan afirma. — Eu sei que vocês serão ótimos pais.
— Eu vou pedir ajuda ao meu pai para conseguirmos adotar, ele pode ajudar.
— Achei que tentariam in vitro, como Miles e eu. — Logan questiona curioso.
— Theodore provavelmente gostaria disso, mas existem tantas crianças precisando de uma família, que acho que prefiro isso. Adotar parece certo.
Logan sorri satisfeito e com orgulho de mim.
— Eu tenho certeza, irmão, que a criança que vocês adotarem terá o melhor pai do mundo todo, porque você é incrível.
— Para de ser boiola, porque já eu choro. — Empurro ele de brincadeira e nós dois sorrimos satisfeitos.
No caminho de volta a cidade, comento com Theodore sobre adotarmos ao invés de seguirmos os passos de Miles e Logan e ele concorda comigo.
— Amor, eu só quero isso com você: criar uma família. Não me importo se terá seu sangue ou não, ele ou ela terá o nosso amor e isso é o suficiente. — Theodore me tranquiliza.
É possível amá-lo ainda mais do que faço? Porque sinto que sim.
— Amanhã vou pedir ajuda do meu pai para indicar bons orfanatos e nos ajudar com a questão da adoção. Pode ser difícil, mas se tem alguém que pode nos ajudar é Antony Banks.
— Meu sogro é foda. — Theodore sorri.
E aqui eu sei que tenho minha felicidade completa, esse sorriso será minha utopia até meu fim.
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LARANJA JEON
FanfictionDez anos depois de uma adolescência conturbada, sem receber amor dos pais e ao perder o único irmão, Logan conseguiu refazer sua vida como planejava quando criança. Dono de uma caminhonete laranja velha e trabalhando em uma fazenda como capataz, ele...