Cap. VIII

58 11 13
                                    

As duas semanas de férias de Rodolffo passaram rápidamente.   Ele fez vários programas com a filha mesmo fora da cidade e muitos dias ela dormiu lá em casa.

Juliette apenas esteve presente numa ou outra refeição.  Apesar de ver um outro Rodolffo não queria criar expectativas.

Hoje pela manhã bem cedo veio buscá-la para irem num passeio.  Madu suplicou para a mãe ir, mas esta não cedeu.

- Eu sei que tu gostas do pai.  Os adultos são muito chatos às vezes.
Custa ir connosco?

- Filha, não insistas.  Hoje não quero discutir.  Não acordei bem disposta.  Vai lá que eu vou aproveitar a piscina.

Recebeu a mensagem que Rodolffo já estava à espera da filha e fez ela descer.

- Aproveita o dia, filha.

- Fica bem, mãe.  Até logo.

Juliette deixou-se ficar toda a manhã na cama.  Depois do almoço ia aproveitar a piscina e estava o dia passado, pensava ela.

Tinha pedido para lhe servirem o almoço na parte externa do restaurante e quase no final veio um garçon dizer-lhe que estava um senhor de nome Mateus querendo falar com ela.

- Peça para a pessoa vir até aqui, por favor. 

Juliette calculou quem era.  Não demorou muito e na sua frente estava nada mais nada menos que o pai de Rodolffo.

- Podemos falar?  Prometo ser rápido.

- Boa tarde para si também.   Sente-se.

- Só venho aqui lembrar-te que nada mudou.  Ainda espero ver o meu filho casado com aquela que foi escolhida para ele.

- Que ele nem conhece.

- Porque é cabeça dura e não quis.
Não é porque surgiu uma filha do nada que vais agarrá-lo.  Achaste o jeitinho certo de o iludir com uma suposta filha.

- O senhor respeite-me e à minha filha também.  10 anos passaram e já devia ter-me esquecido.  Ela é filha do Rodolffo sim e não admito que ponha isso em causa.  Ele é um homem.  Deixe de o tratar como um adolescente mimado.

- Porque voltaste?  Tudo estava bem antes de vires.

- Estava tão bem que vocês nem se falam.  Deixe-me em paz.

- Tudo o que eu disse há dez anos mantem-se.

- Naquela altura eu tive medo e fugi.  As ameaças que me fez de mandar alguém sequestrar-me e depois usar o meu corpo até se fartar hoje não me metem medo.

- Fiz e volto a fazer e de bónus ainda fico também com a tua cria.

- Saia daqui imediatamente ou chamo a policia.  Fique sabendo que eu sou uma Juiza e isso não vai ficar assim.

- Estás avisada.  Volta para o boeiro de onde nunca deverias ter saído e deixa o meu filho em paz.

- Se é guerra que quer, é guerra que terá senhor Mateus.   Aguarde que o seu está guardado.

- Olha eu todo a tremer.  Vou lá ter medo de uma piranha que só se quer dar bem à custa dos outros.

Juliette levantou-se, deixou-o a falar sózinho e seguiu em direcção ao quarto.
Olhou o telemóvel e desligou o modo gravar.

Fazia tanto tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora