Juliette ligou já noite dentro. Rodolffo estava em casa para onde tinha ido depois da visita aos pais.
- Estás bem?
- Vou ficar.
- O que aconteceu?
- Depois conto. A Madu?
- Está aqui amuada porque queria ir ao cinema.
- Já jantaram?
- Não. Íamos descer agora.
- Vem para cá. Eu peço comida. Hoje não quero estar sózinho.
- Posso levar a Madu para ficar contigo.
- Fica também, Ju. Por favor.
- Está bem. Só porque também não estou bem.
- Anda Madu. Vamos ficar com o pai.
- Chiça, graças a Deus.
Chegámos pouco tempo depois, quase no mesmo tempo do jantar.
Depois de dar um beijo na filha e a mandar colocar o jantar na cozinha deu um abraço apertado em Juliette e segredou ao ouvido um "obrigado, te amo".Ela sorriu e repetiu o abraço. Soltaram-se e foram para a mesa.
Juliette reparou no ferimento que ele tinha nos dedos. Segurou-lhe na mão e perguntou:
- Onde te magoaste?
- Não foi nada. Isto passa ao contrário de outras feridas.
- Pai, onde vamos amanhã?
- Amanhã já começo a trabalhar. Só podemos fazer planos para o fim de semana. Se eu soubesse que vocês iam estar aqui tinha programado férias.
- Têem as noites para estar juntos.
- Temos. - disse ele baixinho, olhando nos olhos da Ju.
Ju, mudem para cá. Deixem o hotel.- Eu quero mãe, eu quero.
- Prometo pensar esta noite. Amanhã eu decido.
Depois do jantar foram assistir um filme na TV. Madu não pareceu muito interessada e adormeceu quase de imediato. Rodolffo foi levá-la para a cama. Juliette ajudou-a a vestir o pijama e deitar.
Regressaram à sala e Juliette desligou a TV.
- Diz-me como magoaste a mão?
- Bati no meu pai. E batia novamente, Ju. Para vos defender às duas eu faço qualquer loucura.
- Não quero isso. Deixa a justiça fazer o trabalho dela, mas como ele sabia que eu estava cá?
- Encontrei a minha mãe e acabei contando, mas não quero falar disso. Estou feliz por estares aqui. Espero do fundo do meu coração que a gente se entenda, mas antes que isso aconteça quero saber quem é a tal da minha prometida. Não é possível ao fim destes anos todos o meu pai ainda vir com essa conversa.
- E como vais procurá-la?
- Vou perguntar à minha mãe. Ela deve conhecê-la ou pelo menos conhecer a família.
Queres uma taça de vinho?- Estás a tentar embriagar-me? Quais as tuas ideias, sr. Rodolffo?
- As melhores te garanto, mas hoje preciso. Foi um fim de tarde muito tenso.
Conversaram mais um pouco e depois de tomarem uma taça de vinho, Juliette deu-lhe um beijo no rosto e foi dormir com Madu.