Cap. X

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Juliette ligou já noite dentro.  Rodolffo estava em casa para onde tinha ido depois da visita aos pais.

- Estás bem?

- Vou ficar.

- O que aconteceu?

- Depois conto.  A Madu?

- Está aqui amuada porque queria ir ao cinema.

- Já jantaram?

- Não.   Íamos descer agora.

- Vem para cá.  Eu peço comida.  Hoje não quero estar sózinho.

- Posso levar a Madu para ficar contigo.

- Fica também,  Ju.  Por favor.

- Está bem.  Só porque também não estou bem.

- Anda Madu.  Vamos ficar com o pai.

- Chiça, graças a Deus.

Chegámos pouco tempo depois, quase no mesmo tempo do jantar.
Depois de dar um beijo na filha e a mandar colocar o jantar na cozinha deu um abraço apertado em Juliette e segredou ao ouvido um "obrigado, te amo".

Ela sorriu e repetiu o abraço.  Soltaram-se e foram para a mesa.

Juliette reparou no ferimento que ele tinha nos dedos.  Segurou-lhe na mão e perguntou:

- Onde te magoaste?

- Não foi nada.  Isto passa ao contrário de outras feridas.

- Pai, onde vamos amanhã?

- Amanhã já começo a trabalhar.  Só podemos fazer planos para o fim de semana.  Se eu soubesse que vocês iam estar aqui tinha programado férias.

- Têem as noites para estar juntos.

- Temos. - disse ele baixinho, olhando nos olhos da Ju.
Ju, mudem para cá.  Deixem o hotel.

- Eu quero mãe, eu quero.

- Prometo pensar esta noite.  Amanhã eu decido.

Depois do jantar foram assistir um filme na TV.  Madu não pareceu muito interessada e adormeceu quase de imediato.  Rodolffo foi levá-la para a cama.  Juliette ajudou-a  a vestir o pijama e deitar.

Regressaram à sala e Juliette desligou a TV.

- Diz-me como magoaste a mão?

- Bati no meu pai.  E batia novamente, Ju.  Para vos defender às duas eu faço qualquer loucura.

- Não quero isso.  Deixa a justiça fazer o trabalho dela, mas como ele sabia que eu estava cá?

- Encontrei a minha mãe e acabei contando, mas não quero falar disso.  Estou feliz por estares aqui.  Espero do fundo do meu coração que  a gente se entenda, mas antes que isso aconteça quero saber quem é a tal da minha prometida.  Não é possível ao fim destes anos todos o meu pai ainda vir com essa conversa.

- E como vais procurá-la?

- Vou perguntar à minha mãe.  Ela deve conhecê-la ou pelo menos conhecer a família.
Queres uma taça de vinho?

- Estás a tentar embriagar-me?  Quais as tuas ideias, sr. Rodolffo?

- As melhores te garanto, mas hoje preciso.  Foi um fim de tarde muito tenso.

Conversaram mais um pouco e depois de tomarem uma taça de vinho, Juliette deu-lhe um beijo no rosto e foi dormir com Madu.

Fazia tanto tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora