Cap. XI

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Na manhã seguinte Rodolffo acordou cedo para preparar o café.  Estava a fazer panquecas quando Juliette entrou na cozinha vestida com um robe curto que deixava as pernas à mostra.

- Bom dia, - disse ela enquanto o abraçava por trás.

- Bom dia.  Dormiste bem?

Rodolffo rodou e colocou os braços à volta dela que encostou a cabeça no seu peito.

- A Madu, já acordou?

- Ainda dorme.

- Ju... - Rodolffo segurou-lhe no queixo e colou os lábios nos dela.
- Vamos tentar de novo.

- Eu tenho a minha vida em Portugal.

- Mudas para cá.  Já mudaste uma vez, podes mudar de novo, ou mudo eu.  Desta vez eu não te deixo partir sem mim.

- Vamos conversar sobre isso depois?   Nós ficamos cá até ao fim de ano.
Agora vamos comer que essas panquecas parecem deliciosas.

- Vou trabalhar e na hora de almoço vou conversar com a minha mãe.   Vais buscar as tuas coisas ao hotel e vens para cá?

- Sim.  E tu não almoças?

- Como qualquer coisa rápido.
Estou muito feliz por essa decisão.   Vou deixar uma chave contigo.

Rodolffo fez um carinho no rosto dela e Juliette retribuiu.

Madu vinha a chegar silenciosa e viu a interacção dos dois.  Entrou na cozinha com um sorriso rasgado.

- Ah ah!  Nem esperaram por mim. 

- Estavas a dormir, filhota e o pai vai trabalhar.

- Dormi bem esta noite.  Nem me lembro do filme que vimos ontem.

- Vimos é?  Tu adormeceste logo.  O pai levou-te para a cama.

- Estava cansada.  E hoje como é mãe?

- Vamos buscar as nossas coisas e voltamos para as arrumar.

- Decidiste rápido, né mãe?

- Não gostaste?

- Amei.  Finalmente vou ter uma mini família.

- Porquê mini?

- Família de 3 é mini.  Grande é pais, alguns filhos, vó, vô, tios, tias e por aí vai.

- Por enquanto tens que te contentar com a mini.

- Para mim está óptima, mãe.

- Já vou meus dois amores.  Volto ao final da tarde.
Cuidado nessas estradas, Ju.  Qualquer coisa ou acontecimento estranho liga-me.

- Vai ser tranquilo.   Vou só ao hotel e regresso.  Talvez passe no mercado, mas primeiro vou vasculhar a tua despensa e geladeira.

- Não tem muita coisa, não.   Eu não cozinho muito em casa.  Só coisas de café da manhã.

Rodolffo saiu e as duas ainda ficaram na mesa.

- Eu vi vocês a fazerem festinhas.

- Menina abelhuda tu.

- Eu estou feliz porque vocês os dois estão a dar-se bem.

- Eu nunca te escondi que ainda gostava do pai.

- E ele também.  Nestes dias só fala em ti.  Às vezes tenho que fingir ciúmes para ele se calar.

- Não precisas ter ciúmes.

- Eu sei e não tenho.  Olha, hoje já podes dormir no quarto do pai.  Se eu tivesse avós era dia de ir dormir com eles.

- Eu quero-te longe dos pais do Rodolffo.  Não são boas pessoas e não gostam de nós.

- E se o pai quiser que eu os conheça?

- Fica descansada.  O pai não vai querer.   Agora vou subir e tomar banho.  A seguir saímos.

Fazia tanto tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora