Na manhã seguinte Rodolffo acordou cedo para preparar o café. Estava a fazer panquecas quando Juliette entrou na cozinha vestida com um robe curto que deixava as pernas à mostra.
- Bom dia, - disse ela enquanto o abraçava por trás.
- Bom dia. Dormiste bem?
Rodolffo rodou e colocou os braços à volta dela que encostou a cabeça no seu peito.
- A Madu, já acordou?
- Ainda dorme.
- Ju... - Rodolffo segurou-lhe no queixo e colou os lábios nos dela.
- Vamos tentar de novo.- Eu tenho a minha vida em Portugal.
- Mudas para cá. Já mudaste uma vez, podes mudar de novo, ou mudo eu. Desta vez eu não te deixo partir sem mim.
- Vamos conversar sobre isso depois? Nós ficamos cá até ao fim de ano.
Agora vamos comer que essas panquecas parecem deliciosas.- Vou trabalhar e na hora de almoço vou conversar com a minha mãe. Vais buscar as tuas coisas ao hotel e vens para cá?
- Sim. E tu não almoças?
- Como qualquer coisa rápido.
Estou muito feliz por essa decisão. Vou deixar uma chave contigo.Rodolffo fez um carinho no rosto dela e Juliette retribuiu.
Madu vinha a chegar silenciosa e viu a interacção dos dois. Entrou na cozinha com um sorriso rasgado.
- Ah ah! Nem esperaram por mim.
- Estavas a dormir, filhota e o pai vai trabalhar.
- Dormi bem esta noite. Nem me lembro do filme que vimos ontem.
- Vimos é? Tu adormeceste logo. O pai levou-te para a cama.
- Estava cansada. E hoje como é mãe?
- Vamos buscar as nossas coisas e voltamos para as arrumar.
- Decidiste rápido, né mãe?
- Não gostaste?
- Amei. Finalmente vou ter uma mini família.
- Porquê mini?
- Família de 3 é mini. Grande é pais, alguns filhos, vó, vô, tios, tias e por aí vai.
- Por enquanto tens que te contentar com a mini.
- Para mim está óptima, mãe.
- Já vou meus dois amores. Volto ao final da tarde.
Cuidado nessas estradas, Ju. Qualquer coisa ou acontecimento estranho liga-me.- Vai ser tranquilo. Vou só ao hotel e regresso. Talvez passe no mercado, mas primeiro vou vasculhar a tua despensa e geladeira.
- Não tem muita coisa, não. Eu não cozinho muito em casa. Só coisas de café da manhã.
Rodolffo saiu e as duas ainda ficaram na mesa.
- Eu vi vocês a fazerem festinhas.
- Menina abelhuda tu.
- Eu estou feliz porque vocês os dois estão a dar-se bem.
- Eu nunca te escondi que ainda gostava do pai.
- E ele também. Nestes dias só fala em ti. Às vezes tenho que fingir ciúmes para ele se calar.
- Não precisas ter ciúmes.
- Eu sei e não tenho. Olha, hoje já podes dormir no quarto do pai. Se eu tivesse avós era dia de ir dormir com eles.
- Eu quero-te longe dos pais do Rodolffo. Não são boas pessoas e não gostam de nós.
- E se o pai quiser que eu os conheça?
- Fica descansada. O pai não vai querer. Agora vou subir e tomar banho. A seguir saímos.