Vi a notificação no direct e não entendi nada.
Estou em Recife. Se puderes vem encontrar-te comigo no shopping, às 18 horas na àrea da restauração. Por favor, a minha mãe autorizou que eu me encontre contigo. Ela conhece-te.
Madu
Acendeu-se uma luzinha na minha cabeça.
- Como a mãe, conhece-me?
A menina é parecida com... meu Deus é a Juliette.Rodolffo olhou para as horas. Ainda eram 14 horas. Faltava tanto tempo.
Resolveu sair da empresa alegando não estar bem e correu para casa. Precisava arranjar-se. Ao fim destes anos todos ia ver o amor da sua vida.
Tomou um banho demorado, secou os cabelos primorosamente como sempre fez e foi-se vestir. Optou por uma calça jeans e uma camisa social preta. Não havia nada melhor para uma tarde de shopping. Colocou um cordão ao pescoço e borrifou generosamente o seu perfume de sempre.
Eram 17 horas, Juliette e Madu já tinham chegado. Sentaram-se numa mesa longe das escadas, num lugar que lhes dava perfeita visão sobre quem chegava.
- Quando ele chegar vais ter com ele a arrasta-lo para aquele lado de lá. Eu vou ficar aqui.
- Porque não vens comigo, mãe?
- Eu falo com ele depois. Hoje o momento tem que ser só vosso.
- E se ele não gostar de mim?
- Eu juro-te que isso não vai acontecer.
Olha! Chegou mais cedo. Vai ter com ele e vão sentar-se do outro lado.Madu muito nervosa foi ter com um Rodolffo que olhava em várias direcções.
- Rodolffo! Sou eu, Madu.
- Que susto, menina. Como estás?
Cumprimentaram-se com um beijinho e Madu disse:
- Vamos sentar ali?
- Rodolffo seguiu-a. Tal como calculou era uma mini Ju em pessoa.
Quando se sentaram, Rodolffo viu lágrimas nos olhos dela.
- Que foi, Madu? Que lágrimas são essas.
- Lágrimas de felicidade por te encontrar.
- A tua mãe é a Juliette, Madu?
- É.
- E eu sou o teu... a garganta fechou e o resto não saiu.
- És o meu pai.
Rodolffo estava de costas para o local onde Juliette estava. Neste momento ela viu Rodolffo puxar Madu para um abraço. A menina abraçou o pai, olhou e acenou para a mãe.
Rodolffo apertou a filha contra o peito e agora era ele quem chorava.
- Onde está a mãe?
- Está aqui, mas não quer aparecer.
- Diz-me onde?
- Na outra ponta de boné beje. Olha agora que ela está a olhar para o telemóvel.
Rodolffo virou-se e viu Juliette.
- Vamos lá.
- A mãe não quer, pai! Vai ficar zangada comigo.
- Não vai não.
Ouvi-la tratá-lo como pai era tão bom que ele julgava estar a sonhar.Levantou-se, segurou na mão dela e caminharam em direcção à Juliette.