Cap. XIII

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- E aí Marcão! Tudo certo?

- Tudo.  Aqui está a tua encomenda. Como era urgente o negócio foi um pouco salgado.

- Não tem problema.  Eu pago.

- Mas, deixa eu te perguntar.  Quem tu vais apagar, Mateus?

- Melhor tu não saberes.  Aqui está o dinheiro.  Fui.

- Prazer fazer negócios contigo.

Enquanto isso...

- Juliette, qual a necessidade.  Uma arma?

- Sou prevenida.  Não era minha intenção,  mas as circunstâncias pedem cautela.
A tua mãe não disse que ficasses atento?  Que previa uma desgraça?

- Podemos mudar de cidade.

- Não vou fugir.  Se tiver que enfrentar o teu pai, que seja.  Nunca viveríamos em paz.  Nesta altura gostava de não ter a Madu comigo.
Temo mais por ela.

- E se eu fosse lá falar com ele para nos deixar em paz?

- O teu pai é psicopata, Rodolffo.  Não vai com palavras e está com raiva de ti por lhe bateres.  Esquece,  não vais fazer nada.

- Que inferno.  Logo agora que tudo estava a ir bem.

- Tem calma.  Vamos viver o dia a dia e só ficar mais atentos.  Tem atenção para nunca deixares a Madu sózinha quando saíres com ela.

Rodolffo ia trabalhar todos os dias mas a cabeça estava sempre com elas.  Pedia sempre para elas não saírem de casa, mas sabia bem que Juliette não ia ficar escondida 24 horas.

E assim era.  Juliette saia com a filha para a praia, para o shopping e para qualquer lugar.  Claro que o seu olhar de falcão inspeccionava tudo ao seu redor.

Já tinha passado um mês depois destes acontecimentos, Rodolffo falou outras vezes com a mãe que lhe contava que o pai andava mais calmo.
Ficou um pouco mais relaxado, mas não  totalmente.  Voltou para casa pegou nas duas e foram para a praia.  Era sábado e queriam aproveitar.

- Mãe, posso ir comprar sorvete ali na barraquinha?

- Podes.

Rodolffo tinha ido à àgua molhar-se.

- A Madu?

- Foi comprar sorvete.

- Onde?  Não a vejo.

- Na barraquinha.   Juliette olhou e começou a correr até lá.

- Moço, uma menina de cabelo comprido comprou sorvete?

- Sim.  Há pouco.

- Viu para onde foi?

- Não,  senhora.  Eu estava a atender outros clientes.

Juliette e Rodolffo olharam em volta.  Nada de Madu.  Foram ter com o vigilante que lançou o alerta, mas eles sabiam que possivelmente já não estaria ali.

Rodolffo ligou imediatamente para a mãe.

- Mãe, o pai está em casa?

- Não.   Saiu antes de tu vires cá e ainda não voltou.

- Se ele voltar ligas-me.

- O que foi, Rodolffo?

- Liga-me se voltar ou telefonar.

Juliette e Rodolffo saíram da praia depois de a procurar e foram à polícia.
Rodolffo forneceu a matricula do carro do pai e foi dado o alerta.  Estava apavorado e não entendia a falsa calma de Juliette.

Fazia tanto tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora