- E aí Marcão! Tudo certo?
- Tudo. Aqui está a tua encomenda. Como era urgente o negócio foi um pouco salgado.
- Não tem problema. Eu pago.
- Mas, deixa eu te perguntar. Quem tu vais apagar, Mateus?
- Melhor tu não saberes. Aqui está o dinheiro. Fui.
- Prazer fazer negócios contigo.
Enquanto isso...
- Juliette, qual a necessidade. Uma arma?
- Sou prevenida. Não era minha intenção, mas as circunstâncias pedem cautela.
A tua mãe não disse que ficasses atento? Que previa uma desgraça?- Podemos mudar de cidade.
- Não vou fugir. Se tiver que enfrentar o teu pai, que seja. Nunca viveríamos em paz. Nesta altura gostava de não ter a Madu comigo.
Temo mais por ela.- E se eu fosse lá falar com ele para nos deixar em paz?
- O teu pai é psicopata, Rodolffo. Não vai com palavras e está com raiva de ti por lhe bateres. Esquece, não vais fazer nada.
- Que inferno. Logo agora que tudo estava a ir bem.
- Tem calma. Vamos viver o dia a dia e só ficar mais atentos. Tem atenção para nunca deixares a Madu sózinha quando saíres com ela.
Rodolffo ia trabalhar todos os dias mas a cabeça estava sempre com elas. Pedia sempre para elas não saírem de casa, mas sabia bem que Juliette não ia ficar escondida 24 horas.
E assim era. Juliette saia com a filha para a praia, para o shopping e para qualquer lugar. Claro que o seu olhar de falcão inspeccionava tudo ao seu redor.
Já tinha passado um mês depois destes acontecimentos, Rodolffo falou outras vezes com a mãe que lhe contava que o pai andava mais calmo.
Ficou um pouco mais relaxado, mas não totalmente. Voltou para casa pegou nas duas e foram para a praia. Era sábado e queriam aproveitar.- Mãe, posso ir comprar sorvete ali na barraquinha?
- Podes.
Rodolffo tinha ido à àgua molhar-se.
- A Madu?
- Foi comprar sorvete.
- Onde? Não a vejo.
- Na barraquinha. Juliette olhou e começou a correr até lá.
- Moço, uma menina de cabelo comprido comprou sorvete?
- Sim. Há pouco.
- Viu para onde foi?
- Não, senhora. Eu estava a atender outros clientes.
Juliette e Rodolffo olharam em volta. Nada de Madu. Foram ter com o vigilante que lançou o alerta, mas eles sabiam que possivelmente já não estaria ali.
Rodolffo ligou imediatamente para a mãe.
- Mãe, o pai está em casa?
- Não. Saiu antes de tu vires cá e ainda não voltou.
- Se ele voltar ligas-me.
- O que foi, Rodolffo?
- Liga-me se voltar ou telefonar.
Juliette e Rodolffo saíram da praia depois de a procurar e foram à polícia.
Rodolffo forneceu a matricula do carro do pai e foi dado o alerta. Estava apavorado e não entendia a falsa calma de Juliette.