Entre Becos E Vielas- Sáfico

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Pov Isadora:

Ok! Três semana se passaram e nesse meio tempo não tenho falado com a Ferraz. Talvez eu seja um pouquinho orgulhosa, mas ela pisou na bola. Não é como se a gente tivesse algo, na verdade a gente não tinha nada e não tem nada, só que de uns tempos pra cá a companhia dela tem sido tão boa. Sei lá o que tá acontecendo comigo.

Tenho focado meu tempo no meu bem estar e no Studio. Tenho cada vez mais reconhecimento no meio e todo dia tô lotada de cliente e agendamentos. Aproveitei pra conhecer a Gabi melhor, descobri que ela não é do morro, ela mora aqui perto e tem uns amigos aqui, por isso sempre aparece nos bailes, ela disse que gosta de curtir a todo custo. Ela também é uma pessoa muito legal e muito carismática. Sempre faz piadas e tem alma de Golden retriver, só que em uma versão mais encapetada. Tem sido bem legal, fui umas 2 vezes na casa dela e ela veio algumas vezes na minha também. Nada demais rolou, só uns beijos e umas mãos bobas e nada mais.

Hoje é segunda e acordei por volta de umas 7 da manhã, tomei um banho, e coloquei a roupa de sempre, legging e Polo azul escuro. Peguei todas as minhas coisas e fui pra cozinha, passei uma café rápido e tomei minhas vitaminas. Sai de casa e tranquei a porta e fui descendo.
De onde eu tava deu pra ver uma querida de cabelos cacheados em cima de uma moto na frente da loja da tia nica falando com a tia nica.

Continuei meu caminho habitual, não sei se falei mais a loja da tia nica é bem próxima do Studio, é tipo do outro lado da rua umas 3 casas abaixo. Então com toda certeza dava pra me ver. Como agora boa parte daqui me conhece então sempre dou bom dia pra todo mundo, e hoje não seria diferente. Sempre é bom dar um bom dia de manhã e oferecer um sorriso, já que ninguém sabe o que está passando na vida do próximo. Olhei pro outro lado da rua e vi o seu Antônio em sua cadeira de balanço tomando seu café. Ele é um amor de pessoa e sempre fala comigo. Ele tem uma loja na frente do Studio. Então atravessei a rua e fui falar com ele.

Isadora- bom dia seu Antônio, bença- digo olhando ele que parecia já bem elétrico pra uma hora dessa da manhã, já peço a bença, não sou uma pessoa muito religiosa, mas sempre acreditei que os mais velhos podem ajudar o nosso espírito a evoluir pro melhor.

Seu Antônio- bom dia menina, deus e seus guias te abençoem, como você tá?- pergunta e se levanta pra me dar um abraço.

Isadora- tô bem, e o senhor? Como está?- pergunto retribuindo o abraço daquele homem no qual deve ter passado por tanta coisa.

Seu Antônio- eu tô bem minha filha- diz e se senta novamente.

Isadora- que bom seu Antônio- digo dando um sorriso.

Seu Antônio- tem algo pra fazer agora minha filha?- pergunta e eu olho no relógio e minha primeira cliente seria só daqui uns 35 minutos. Então nego com a cabeça.

Isadora- tenho ainda alguns minutos- digo e dou outro sorriso.

Seu Antônio- então senta aí minha filha- diz e aponta pra uma cadeira que estava atrás de mim- vou pegar um copo pra você- ele se levanta e vai pra dentro da cozinha para pegar um copo.

Olho pra frente e vejo a querida da Ferraz me encarando. Não entendi então estreitei os olhos, perguntando mentalmente o que ela estava olhando. Tia nica, que estava do seu lado olhou na mesma direção que ela e ficou lá as duas me encarando e cochichando. Seu Antônio chegou com um copo e colocou um pouco de café e me entregou. Então volto a olhar pra Ferraz de relance.

Seu Antônio- você deveria falar com ela- diz e depois leva o copo de café a boca.

Isadora- o que?- pergunto desviando o olhar daquela direção e voltando minha atenção para o homem a minha frente.