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Pov Ferraz:
(Uma semana depois)

Essa semana foi o auge. Tô pilhadona, precisando relaxar. Depois que o carregamento chegou veio em falta e tivemos que ir atrás, o cara que vende descobriu que um otário tentou desviar 25% do carregamento e tive que ir atrás. Foi uma missão rápida, não levou nem 2 dias, mas me gerou uma dor de cabeça daquelas.
Acabei descobrindo sem querer que um rato tava infiltrado dentro do morro. Que tava tentando passar informação pra polícia. Ele era aviãozinho ainda, só passava mensagem. Mas mesmo assim é uma trabalheira ficar nessa de procurar.

Ainda no último domingo, tirei coragem de onde não tinha pra ficar com a Isadora e fui interrompida bem no meio mano. Sai de lá bolada, cheguei tão longe pra um merda me atrapalhar. É de fuder mermo.

Agora de volta pro morro tô na vontade da minha nega pô, que de minha não tem nada. Tá escrito não, mó saudade. Não vi ela esses dias, mas to ligada em tudo. Os cara me deixa informada toda hora. Tenho medo de que qualquer bagulho aconteça com ela, proteção dela em primeiro lugar. Ela não sabe, mas toda hora tem alguém na responsa da segurança dela, só os melhores. E todos tá avisado, pisou na bola eu vou atrás.

Tô gamadona nessa mina, fez eu querer ninguém mais. Nenhuma mina me faz ter vontade igual ela faz.

Fui no asfalto pra comprar uns bagulhos românticos. Deu vontade, vou fazer e foda-se. A vida é muito curta pra não demonstrar o que tu sente. Piei em uma floricultura e comprei um buquê de girassol que eu acho a cara dela e comprei uma caixa do chocolate preferido dela.
Arrumei tudo bem bonitinho, escrevi até um bagulhinho fofo em casa e fui pra casa dela. Desci da moto e bati no portão dela. Logo ouvi passos vindo pro portão e ela abriu, tava perfeita com um short jeans e uma camisa curta e colada branca.

Isadora– Ferraz?– pergunta fazendo cara de confusão.

Ferraz– tudo bom nega?– pergunto dando um abraço nela.

Isadora– como você tá? Não te vejo a uma semana quase– fala retribuindo o abraço.

Ferraz– tempo corrido vida– digo respondendo e dando um sorriso– isso aqui é pra você, inclusive– digo mostrando o buquê e o chocolate pra ela.

Isadora– mentira– ela diz colocando a mão na boca– porque?– pergunta pegando as coisas das minhas mãos.

Ferraz– tem porque não, princesa. Trouxe porque tu merece demais– falo chegando perto dela e ela me dá um selinho.

Isadora– brigada, preta. Tu é perfeita– diz com os olhos brilhando- vamo entrar preta, tu deve tá cansada.

Ferraz– vou recusar não viu, nega. Tô cansadona– digo guardando a chave da moto no bolso.

Ela entrou na minha frente e eu fui atrás fechando o portão. Entramos na casa dela e eu me joguei no sofá enquanto ela foi na cozinha colocar o buquê na água e guardar o chocolate, depois ela veio pra sala e sentou do meu lado.

Isadora– vamos deitar lá em cima preta, aí tu descansa– diz estendendo a mão pra mim e nos fomos.

Cheguei no quarto, tirei o sapato e deitei, ela ligou o ar-condicionado no mínimo e colocou uma música. E eu que não sou trouxa e nem nada já aproveitei pra abraçar ela, tava morrendo de saudade dessa diaba.                           

A mina mexe comigo sem nem chegar perto de mim. Não sei como ela é em um relacionamento mais tem cara de ser surtada, e é fé nas surtadas meus parceiros. Tem um jeitinho de que furaria meus olhos, desse tipo que eu gosto. 

Pensei que era só um bagulho de momento, mas com ela parece que nunca vai ter fim. Agora eu não penso só em ficar num bagulho carnal, tá ligado. Só de pensar em outro maluco encostando nela já sobe um raiva do caralho. Fora que a mina é responsa e certinha, tem os pulos dela. Não quero ter nada muito sério porque a vida que eu levo não é fácil e tem risco pra caralho, e nem é por mim, é por ela que pode acabar se machucando.                                                                                          

Entre Becos E Vielas- SáficoOnde histórias criam vida. Descubra agora