family

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Fray;

Acordo cedo para preparar o café da manhã, depois da minha demonstração no baile passado, se é que podemos chamar aquilo de baile, pelo que eu soube das fofocas, o baile começou depois que nós três saímos de lá, teve dança, violinos tocando até altas horas da noite, mesmo com um corpo no quarto, sorrio ao lembrar de tudo o que aconteceu naquele dia.

Depois de circular a casa diversas vezes,  encontro a cozinha, começo preparando a massa do pão e então deixo descansar enquanto procuro o vinho na dispensa pego um château margaux, deixando em cima da mesa, depois de colocar os pães para assar  preparo as bandejas com frutas, diversos molhos, e uma geleia que meu irmão adorava junto, começo a levar tudo para a mesa e arrumo tudo antes que eles acordem, quando termino a casa permanece em silêncio.

---- Eles morreram e esqueceram de me avisar? ---- murmuro.

Se eu esperasse a boa vontade deles o pão esfriaria e ficaria ruim, caminhei até a porta do principezinho batendo de leve, mas o suficiente para ser ouvida do outro lado.

---- O que? --- ele gritou do outro lado, consegui ouvir o barulho da cama estralar.

--- É a fray, preparei o café da manhã, você vêm?

Esperei por uma resposta, mas ela não veio, estou quase abrindo a boca para falar novamente quando a porta é aberta e ele saí do quarto fechando a porta em seguida.

---Tem alguém aí? --- perguntei Curiosa olhando para a porta.

---- Para de ser curiosa, fray, vamos logo. --- Ele disse ríspido.

Observo enquanto ela caminha na frente e corro para abrir a porta do quarto, quando entro vejo um gatinho preto na cama pulando pela cama e caindo em seguida.

---- Ai, meu deus, que coisa mais fofa!!! --- corro para pegar o gatinho na minha mão, era praticamente do tamanho da minha mão, bem peludinho, e a pupila, ah, as pupilas eram tão grandes e brilhantes, deus.....

Escuto Dante limpar a garganta atrás de mim, quando me viro ele está com os braços cruzados e sua expressão de tédio como sempre.

---- Você não me falou sobre essa fofura antes, por quê?? --- pergunto com animação percorrendo minha voz.

---- Não é da sua conta, solta ele. --- Ele disse me olhando sério.

Faço carinho na cabeça do gatinho enquanto ele ronrona, era tão lindo de se ver, eu poderia ficar assim para sempre se deixasse, sorrio colocado o gato na minha frente.

---- Olá, eu sou a fray, e esse é o seu pai, ele é sem noção, rabugento, reclama de tudo, mas ele é minha família. --- Digo olhando para o principezinho. --- Sempre será da minha família.

Sua expressão de tédio não caiu nem por um segundo, mas eu sabia que tinha chegado no mini coração dele, ele não demonstraria, mas eu sei que sim. Solto o gatinho e coloco ele de volta na cama, mas ele pula para o chão correndo até a porta e seguindo o corredor extenso.

--- Qual é o nome? --- perguntei enquanto seguimos para a sala de refeição.

----Dark. --- Ele disse sem olhar para mim.

Dou um sorriso de canto, isso não poderia ser mais ele do que dar um nome assim para um gatinho tão pequeno.

---- Onde arrumou ele? --- perguntei abrindo a porta para entrarmos na sala de refeição.

Levantei meu olhar para ver meu irmão com o dark na mão, enquanto olha com uma cara de julgamento para o pobre do gato.

---- De quem é esse bicho? --- ele perguntou segurando o dark pelo cangote.

doce puniçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora