Emoções De Uma Alma Perdida

21: A Dor de Ser Insignificante

Vejo que minha vida é uma grande merda, um caos sem fim, 
Se faço algo errado, sou tratada da pior maneira, assim. 
Sou a filha que não faz nada, a filha que só vive no celular, 
E se faço algo certo, ninguém parece notar.

Minhas mães, perdidas em seus mundos adultos, me ignoram, 
Xingam a terra inteira, em suas fúrias, me destroem. 
Nos filhos, colocam culpas que não nos pertencem, 
Estamos apenas aprendendo, em um mundo que não nos compreende.

Eu nunca pedi para nascer, nunca pedi para existir, 
E mesmo temendo a morte, às vezes, só quero partir. 
A vontade de morrer é um pensamento constante, 
Um desejo sombrio, uma ideia avassalante.

Pensei que talvez minhas mães me entenderiam um dia, 
Que aproveitariam um tempo comigo, em harmonia. 
Mas a realidade é cruel, fria, implacável, 
Sou insignificante para elas, um ser descartável.

Cada erro meu é uma sentença, uma condenação, 
Enquanto elas vivem suas vidas, sem consideração. 
Gritam, reclamam, se perdem em suas próprias dores, 
E eu, invisível, sofro em meus próprios horrores.

Queria ser vista, ser ouvida, ser amada, 
Mas a indiferença delas é uma faca afiada. 
Corta fundo, dilacera, deixa cicatrizes, 
Sou uma sombra em suas vidas, sem momentos felizes.

A dor de ser insignificante é um fardo pesado, 
Carrego a solidão, o desprezo, em um coração despedaçado. 
Cada dia é uma luta, um grito sufocado, 
E mesmo temendo a morte, às vezes, só quero ser apagado.

Não pedi para estar aqui, não pedi para existir, 
E se a morte é um alívio, talvez eu deva seguir. 
Mas a coragem falta, o medo é real, 
E continuo vivendo, em um ciclo infernal.

Gostaria que um dia elas me enxergassem, 
Que vissem minha dor, que me abraçassem. 
Mas até lá, sigo invisível, sem esperança, 
Uma filha perdida, sem nenhuma bonança.

Sou apenas uma criança, tentando entender, 
Por que o amor é tão difícil de se obter. 
E mesmo que elas nunca percebam, nunca vejam, 
Eu continuarei aqui, sofrendo em minha própria teia.